Crítica: 4ª temporada de Gotham foi um verdadeiro presente para os fãs

Crítica da segunda metade da quarta temporada de Gotham.

Imagem: FOX/Divulgação
Imagem: FOX/Divulgação

Série preparou terreno para um final brilhante.

Sou fã incondicional de Batman. Sempre foi e sempre será meu herói favorito. E a falta de estabilidade que Gotham apresentava ocasionalmente me incomodava. Tanto que precisei largar uns episódios e retornar depois para fazer uma maratona.

Acontece que esta quarta temporada acabou respirando o ar que precisava, e brindou os fãs com excelentes momentos, fazendo a todos torcerem por uma renovação. Foi por pouco, mas Gotham conseguiu garantir uma temporada final. E o caminho deste quarto ano, certamente, nos conduziu para um desfecho que deverá agradar até os fãs mais céticos.

Segunda parte da quarta temporada foi intensa!

Se na primeira parte, os mafiosos tomaram conta do pedaço (relembre em nossa crítica, clicando aqui), nesta segunda parte tivemos uma reestruturação para alguns personagens.

Quem teve destaque foi Lee, que acabou se tornando a “Doc”, uma espécie de Rainha do Narrows. Lá, ela mandou e desmandou, mas na tentativa de ajudar a população mais pobre e esquecida de Gotham City. Para isso, ela precisou fazer alianças questionáveis, como sua ligação com Edward Nygma. Ao longo da temporada, ele acabou nutrindo um amor pela médica, e isso chegou a me incomodar em alguns pontos. Mas analisando o arco, como um todo, foi interessante ver essa abordagem da paranoia e da obsessão, que sempre foram marcas registradas do Charada.

Imagem: FOX/Divulgação

[spacer height=”10px”]

Lee aprendeu a jogar com o personagem, e isso foi incrível. Em certos momentos, não sabíamos se ela estava realmente do lado dele, ou não. Um momento que vale destacar, foi quando ela precisou provar sua lealdade para ele em um jogo de charadas. Momentos como este deixaram Gotham emocionante.

Continua após a publicidade

E enquanto estes personagens ganhavam uma trama sólida, outros acabaram meio apagadinhos, como o Pinguim. Ele se tornou um mero coadjuvante em todas as histórias, com exceção do garoto que ele acabou ajudando no começo da temporada, e seus conflitos com Sofia Falcone. Mas no decorrer dos episódios, acabou perdendo forças, e ele precisou se encaixar na “vida” destes outros personagens. Eu até desculpo, uma vez que o Pinguim sempre foi um dos grandes holofotes de Gotham, mas sentia falta em alguns momentos dos seus “pitis”. Com exceção da season finale, onde ele arquitetou um plano para matar Butch e fazer Tabita sofrer, achei ele um tanto apagado. Uma pena…

Vamos colocar um sorriso em seu rosto!

Acho que o sufocamento do brilho do Pinguim veio em decorrência do destaque para outro personagem: Jerome Valeska, que conduziu praticamente todas as histórias da segunda parte desta temporada. E, finalmente, vimos a construção do Coringa que tanto esperamos.

Acontece que Gotham enfrentou alguns problemas de produção, ao longo de sua trajetória. E as limitações impostas pela própria Warner Bros. dificultaram a construção da trama. Por exemplo, a série não pode usar o nome “Coringa” em seu texto, e pra isso precisou se reinventar. Colocar Jerome como o grande vilão da trama foi uma sacada de mestre, e ele já demonstrava esse potencial desde os primeiros episódios da série.

E nessa de brincar, falando que ele não era o verdadeiro Coringa, nos trouxe uma trama inesperada: de fato, ele não era o Palhaço do Crime, mas sim uma inspiração para o verdadeiro – que acabou por ser preenchido por seu irmão gêmeo, Jeremiah.

Nessa trama, a “falta de originalidade” do Coringa me incomoda. Pensar que ele é apenas uma obsessão pelo irmão, reconstruindo muitos de seus trejeitos, faz o grande vilão do Batman parecer apenas um “copy killer“. Até entendo que a série precisava se reinventar, principalmente em relação a esta trama. Mas por mim, deixava Jerome como o verdadeiro Coringa, e estava tudo certo. Convenhamos, Jeremiah não chega aos pés do irmão.

“Gotham precisa ser destruída!”

A obsessão dos roteiristas em colocarem vilões para destruírem (literalmente) Gotham City é um caso a parte. Mas partindo de uma cidade em que praticamente todos os bandidos são lunáticos, isso se torna divertido. A cada temporada, surgiram vilões que queriam ver apenas o circo pegar fogo, nem que para isso fosse preciso colocar toda a cidade a baixo.

No caso desta temporada, foi interessante aliarem a trama do Coringa com a de Ra’s Al Ghul, que retorna nos episódios finais para implantar o caos e – finalmente – ver Gotham City destruída. Mas o seu propósito, ao final das contas, é despertar o “Cavaleiro das Trevas” que existe dentro de seu herdeiro, Bruce Wayne.

O conflito entre o Coringa e Bruce foi incrível, e muito bem construído nesta temporada. O penúltimo episódio foi um exemplo maravilhoso, com direito à homenagem para a clássica HQ, A Piada Mortal. Ver Selina sendo baleada pelo Coringa, assim como Barbara Gordon foi nos quadrinhos, arrepiou. “Qualquer cidadão decente pode enlouquecer após apenas um dia ruim.“. E isso bateu de frente com o amadurecimento de Bruce, que está prestes a se tornar o herói de Gotham City.

Imagem: FOX/Divulgação

[spacer height=”10px”]

Ao que tudo indica, isso acontecerá. Bruce evoluiu, e desde então vem se tornando um excelente personagem. A sua construção é um caso à parte em Gotham: de garoto pentelho, se tornou uma excelente peça no jogo. Neste último episódio, sua interação com o Coringa, por exemplo, foi um show à parte. Assim como a luta final, em que Pinguim, Barbara, Alfred e o jovem Wayne brigavam por motivos distintos mas um interesse em comum – deixar Gotham viva.

Não há interesse para os gangsteres ver a cidade destruída. E isso une alguns personagens de forma interessante. Ver Ra’s Al Ghul ser morto, mais uma vez deixou um território a ser explorado na temporada final.

Salve-se quem puder… 

O último episódio da quarta temporada termina com um gancho incrível. Gotham City está a mercê dos lunáticos, sem energia, e jogada à sorte. Pelo menos, Jim Gordon está lá, no topo do GCPD, pronto para tentar salvar sua cidade. Mas agora, ele tem um aliado. O seu futuro maior aliado. Bruce está com ele, ao lado do holofote, iluminando o céu como um raio de esperança. Uma cena bem bacana, que serviu de fan service com uma alusão ao futuro, quando Batman e o Comissário Gordon se encontrarem diversas vezes no topo do prédio da Delegacia.

Continua após a publicidade

Ao mesmo passo, Lee e o Charada teoricamente se mataram, para então serem encontrados por Hugo Strange. O mesmo deixou no ar o que poderá fazer com a dupla. Já o Pinguim tem um plano de vingança em mãos: ele quer torturar Tabita, pela morte de sua mãe. Esta será uma guerra declarada.

Enquanto isso, Barbara tem – talvez – um dos melhores ganchos: destruir todos os homens de Gotham City, uma vez que eles sempre trouxeram problemas para sua persona. Viva o feminismo, até mesmo na bandidagem.

Com este final, era claro que Gotham precisava de uma temporada final. Possivelmente com 13 episódios, teremos tempo hábil de nos despedirmos destes personagens e vermos, finalmente, o nascimento do Homem Morcego.

Santa temporada final, Batman. Preparados?

Até 2019!

Sobre o autor
Avatar

Anderson Narciso

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014.Autor na internet desde 2011, passou pelos portais TeleSéries e Box de Séries.Fã de carteirinha de Friends, ER e One Tree Hill, é aficionado pelo mundo dos seriados. Também é fã de procedurais, sabendo tudo sobre o universo das séries Chicago, Grey's Anatomy, entre outras.

Baixe nosso App Oficial

Logo Mix de Séries

Aproveite todo conteúdo do Mix diretamente celular. Baixe já, é de graça!