Crítica: O caos domina todos os núcleos de Westworld no espetacular episódio 2×07

Review do sétimo episódio da segunda temporada de Westworld, da HBO, intitulado "Les Écorchés".

Imagem: HBO/Divulgação
Imagem: HBO/Divulgação

Uma obra prima com muitas respostas… 

Não sabemos nem por onde começar a refletir o tsunami de acontecimentos vivenciados neste domingo (03). Se você piscou lento demais, perdeu um fato novo.

O retorno do Ford, anunciado semana passada, foi simplesmente incrível. Com uma maestria digna de cinema, os diálogos entre ele e Bernard (que temos certeza, agora, serem um único ser) deram respostas para grandes questionamentos e confirmaram teorias para essa segunda temporada.

A primeira confirmação é a de que Ford estava sim por detrás de todo o caos que dominou o Westworld. Em suas próprias palavras, ele não ordenou que Dolores o matasse, mas tomou todas as medidas para que isso acontecesse. Em todo esse diálogo que acompanhamos entre Ford e Bernard, fica a certeza constatada desde a aparição de James Delos, antes de ser “clonado”: o negócio da Delos é ligado diretamente à experiência dos visitantes e são os seus dados que interessam.

Afinal, em um mundo todo digital, porque apenas as nossas mentes precisam ser analógicas? “Isso é muito Black Mirror”, e eleva as possibilidades da série para níveis bem mais altos. Não estamos mais falando apenas no fato de termos robôs e humanos, mas sim a imortalidade dos humanos através de hosts.

Ford, em seus momentos finais, dá um exemplo claro de como a coisa pode funcionar, embora precise de aperfeiçoamentos.

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Uma porta se abre e Bernard é desmascarado, finalmente. Que ironia, não?

Em um contraponto com a porta – tão essencial para a solução dos mistérios do Bernard na primeira temporada, uma nova porta desmascarou o anfitrião para a Delos.

Sempre pensei que tivesse esqueletos escondidos. Só não imaginava que fossem seus”. Mais alguém se tremeu nesta hora? Enfim, com essa posição de controle, Charlote tenta e consegue arrancar o paradeiro de Peter Abernathy, que em questão de momentos foge da sua mão, por culpa da Dolores.

Essa questão da mente confusa do Bernard, abordada já há alguns episódios, prova que ele é realmente diferente dos demais, não por ter sido infiltrado, mas pelo seu treinamento. Descobrimos o real motivo do diálogo que abriu o episódio 2×06: Ford queria alguém que conhecesse Arnold mais do que qualquer outro. Porém, ainda não sabemos se foi feita uma tentativa de passar as memórias do Arnold para ele, mesmo que Ford tenha constatado que o cientista morrera antes do Delos ter essas intenções.

O trem chegou na Central de Comando e a chapa esquentou. Só que para os dois lados…

Aqui foi ação e emoção do começo ao fim. Estou no chão até agora com tanta coisa. Era tiro que o público queria? Teve. Eram mortes? Tiveram muitas. E no meio disso tudo, Dolores chega até seu pai. Peter Abernathy estava prestes a ter seus dados retirados pela Charlote. Os diálogos ali foram decisivos para o futuro da guerra. Enquanto a diretora achava que os backups eram de interesse dos anfitriões, Dolores manda explodir tudo. Que reviravolta!

Porém, temos de dar valor ao Teddy. Transformado pela Wyatt, ele é só sombra do que foi um dia. E, ainda assim, vemos em seu olhar perdido um pouco daquele rapaz da lata de leite condensado. Agora sem backups, nem ele e nenhum outro poderá retomar à antiga programação.

É como Hale deixou explícito. Se morrerem, não haverá volta.

Dolores e Maeve roubaram a cena nos poucos momentos juntas.

É lacre que vocês chamam, ? Então, este foi um de ouro. Elas, embora anfitriões, tiveram ali o momento mais humano do capítulo. Mais até do que Dolores e seu pai. Afinal, ela está obcecada por vingança. “Matou” o pai para que os humanos não conseguissem o que queriam.

Só que ali, com Maeve, mostrou um lado de misericórdia e preocupação. Nada exagerado, é claro, mas que demostrou que nem tudo está perdido.

Imagem: HBO/Reprodução.

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Por falar em Maeve, para chegar até ali, ela foi alvejada graças ao Lee traidor. Ele, talvez, não esperasse essa repercussão mas foi no que deu. Após ela enfrentar o Homem de Preto (cena que eu esperava bem mais, na verdade), Maeve falha em sua tentativa de salvar a filha. A Nação Fantasma inútil a leva embora.

Um sofrimento comovente, porém, bem rápido, já que a história em tela foi preenchida rapidamente com coisas novas.

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E faltam apenas três episódios para a season finale!

Bom ver tudo isso caminhar, assim como na temporada de estreia, para respostas antes da season finale. Westworld não é uma série fácil de acompanhar, mas agora com narrativas lineares é mais simples ligar os fatos. A promessa era que o 2×07 revelasse muito do que os autores pretendem daqui para frente. E eles não nos enganaram. Talvez, estes se tornem os famosos “episódios 09 de Game of Thrones“, onde as grandes reviravoltas são inseridas.

O caos, pelo visto, vai ser muito além de uma guerra entre máquinas e humanos. Ela envolverá “dimensões alternativas” e o entendimento do passado da pesquisa que levou ao desenvolvimento de toda essa tecnologia.

Westworld tem um dez do começo ao fim com esse episódio. A retomada do Ford ao poder foi sutil e ao mesmo tempo apavorante. Enquanto todos estiverem olhando para a revolta dos hosts, estarão olhando a direção errada. Um perigo real agora está no núcleo de todas as narrativas novamente.

É questão de tempo até ele ser liberado de onde está e tocar o terror para valer. Ah, e é pedir muito que Anthony Hopkins dê o ar da graça até o fim da temporada? Por que convenhamos, sua presença em tela arrepia…

E vocês o que acharam? Deixem seus comentários e confiram as reviews anteriores (É só clicar aqui).

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