Crítica: Segunda temporada de Atypical mostra série mais consciente e madura

Série Atypical retorna ainda melhor. Confira a crítica da segunda temporada da série da Netflix.

Imagem: Netflix/Divulgação
Imagem: Netflix/Divulgação

Segunda temporada de Atypical entrega humor e drama na medida certa

Atypical retornou para mais uma temporada e muita coisa aconteceu na vida de Sam, desde que o conhecemos. Agora, depois de algumas experiências, o personagem decide que está pronto para declarar sua independência. Isso quer dizer ter sua própria vida sem o apoio de sua família – e nada melhor que a faculdade para trazer novos desafios para ele. Além disso, Elsa e Doug estão em crise – depois que a traição dela foi exposta. E Casey tenta esconder do irmão o problema dos pais, ao mesmo tempo que precisa lidar com a nova escola, novas amizades, novas descobertas e seu namorado.

O roteiro continua inteligente, principalmente ao fortalecer a amizade de Sam e Zahid. Sam acredita que o amigo tem uma vasta experiência sobre a vida e por isso é uma pessoa sábia, mas a verdade é que apesar de ajudar o amigo, é Zahid que aprende muito ao lado de Sam.

O que mais gosto nessa amizade é que Zahid dá força e sempre deixa claro que Sam pode fazer o que quiser, afinal é um homem de 18 anos. “Pode até vestir a calça do avesso”, mesmo isso não fazendo o menor sentido! Sam, a seu modo, usa os conselhos do amigo para lidar com suas questões e medos.

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A trama de Casey nessa temporada tentou afastar um pouco a personagem de ser a “sombra” do irmão. O fato dela se afastar de Sam, ao mudar de escola, traz a insegurança. Também pesa ela conhecer pessoas novas, que abre sua mente para novas coisas e possivelmente novas experiências. O despertar de novos sentimentos por outra pessoa foi algo natural. Retratou justamente a fase de descobertas da adolescência.

Por outro lado, esse crush pode ser um sinal de carência de uma pessoa que sempre foi esquecida por causa do irmão. Em todo caso, será interessante ver como a personagem lidará com tudo isso, tendo um namorado que pede sua atenção.

Já Elsa e Doug estão em crise. Os dois estão lidando cada um a sua maneira. Elsa sabe que errou e tenta seguir em frente como se nada tivesse acontecido. Doug não está pronto para perdoar a esposa. Ele ainda está magoado e por amor a sua família ainda mantém a esposa em seu lar. A sensação é que Elsa é ingênua em acreditar que tudo pode voltar ao normal. Separadamente, os dois seguem tramas interessantes que ressaltam o autismo. No final das contas a situação do casal fica sem uma resolução.

Nova temporada amplia a perspectiva sobre o tema central

Em sua segunda temporada, Atypical se beneficia por incluir pessoas que vivem no espectro. A interação delas com Sam acaba rendendo ótimos diálogos. Keir Gilchrist está ainda mais a vontade com seu personagem e dividir a cena com atores autistas é algo que deixa a trama mais crível. Se, na temporada anterior, havia um isolamento na história de Sam, agora podemos conhecer outras pessoas que vivem a mesma realidade. Há um aprofundamento maior nesse sentido.

Imagem: Divulgação/Netflix

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A narração é um dos pontos mais importantes da série. É a forma que espectador tem para ver o mundo através dos olhos de Sam. Fazer analogias sobre o mundo animal e sua realidade familiar e social é sempre interessante. Os discursos são justamente para provar que sua cabeça não é uma bagunça. Apenas nós, que não vivemos no espectro, temos dificuldade em compreender. Somado a uma boa direção, a trilha sonora continua boa e apresenta uma coletânea interessante.

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No geral, podemos dizer que a segunda temporada falou sobre independência, mas também deixou claro que às vezes todo mundo precisa de ajuda e não há nenhum problema nisso. Atypical continua leve, sensível e divertida. Uma produção perfeita para acabar com a ignorância sobre o autismo.

É o tipo de série para aquecer o coração. Para uma terceira temporada fica a possibilidade de ver Sam se adaptando no mundo, fora de sua zona de conforto, Elsa e Doug tendo que encarar seu problema conjugal e Casey tendo que lidar com seus sentimentos em conflito.

Já estamos na torcida pelo seu retorno…

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Sobre o autor
Yuri Moraes

Yuri Moraes

Bacharel em Direito, estudante de Marketing Digital. É fascinado pelo universo dos heróis e apaixonado por séries e filmes. Livros de suspense policial são seus favoritos. Boa música e reality shows nao podem faltar. A série favorita, The OC. No Mix, colabora com algumas críticas de séries como, Blindspot, Ozark, La Casa de Papel entre outras.

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