Crítica: The Originals dá adeus e caminha para a eternidade

Crítica da temporada final de The Originals, da emissora The CW.

Chegamos ao final de The Originals. E esse é sempre um momento triste. Por mais que seja necessário, dizer adeus a uma parte desse universo que está conosco por tanto tempo é sempre difícil. Seja porque uma parte de nós viveu, cresceu, amou, sofreu… enfim, passou por uma infinidade de coisas com os Mikaelson, ou simplesmente porque é uma das séries que acompanhamos, dizer adeus não é fácil.

Contudo, um adeus tão singular como esse decididamente fez toda a nossa jornada valer a pena.

A temporada seguiu um ritmo compassado, tendo espaço para despedidas individuais entre esses personagens que tanto amamos e ainda sim desenvolvendo uma trama interessante.

A série se deu ao trabalho de fazer uma narrativa inicial que construísse uma base para Hope como uma personagem para então retomar o fardo do Hollow, algo que ficou como extremamente positivo para a temporada: não preciso criar um novo inimigo absurdamente mais poderoso, porque já havia um e principalmente por não ser um momento para isso.

E vimos os Mikaelson lutarem até o fim em The Originals… para serem quem eles são.

Em todo esse processo de farewell, vimos muito do que já conhecíamos, das facetas dos nossos personagens e de suas personalidades. Os últimos episódios foram muito efetivos em mostrar Hayley, Rebekah, Kol, Marcel, Vincent e até mesmo Freya fazendo o seu melhor para serem verdadeiros a seus ideais.

Momentos emocionantes como o confronto entre Kol e Rebekah sobre a felicidade, o momento entre Hayley e Hope nessa nova versão do “outro lado”, Vincent decidindo ser o pai da criança de Keelin e Freya, Marcel finalmente sendo fixado como uma figura paterna, para o conjunto dessa nova família que continuará a existir nos legados daqueles que ficam.

Klaus e Elijah, juntos até o fim.

Divagações a parte, a temporada foi sobre conclusões e isso talvez seja o maior fan service entregue aqui – sendo algo muito positivo para a produção.

Klaus se redimiu à sua maneira, com todos os irmãos. Depois de mil anos de uma eternidade – algo que ecoou diretamente de Penny Dreadful (#saudade) – o fardo da imortalidade pesou sobre ele e sobre tudo aquilo que ele fez com todos os irmãos.

Vimos ele abraçar mais uma vez Kol, o irmãozinho favorito, e pedir desculpas a Rebekah por ter roubado dela a felicidade – dessa vez assegurando-a que a cura está ao alcance dela caso ela deseje.

Mas o que dizer do momento mais profundo? Do final em si? Do momento em que percebemos que Elijah também partirá dessa vida porque o desejo dele, a missão a que ele se propôs lá atrás quando primeiro o encontramos em The Vampire Diaries finalmente estava cumprida? Depois de tudo o que vimos nessa temporada, toda a luta do início de Klaus para tentar viver com o Hollow e sem Elijah, ver os irmãos abraçarem o destino final juntos é tão… singular que chega a ser difícil descrever.

Esse final, de abraçar a possibilidade de não haver nada além da escuridão, de dividir a insanidade e a dor do Hollow para construir um adeus apropriado, de estarem juntos numa nova jornada para uma nova forma de eternidade, é algo que era inesperado, mas não poderia ter sido mais perfeito.

Afinal, a série era sobre a família Mikaelson e seus dilemas. E embora a família vá continuar (falaremos disso já já), nada ecoará mais para a eternidade do que esse momento emblemático, em que juntos, Klaus e Elijah partiram dessa vida juntos.

Always and Forever deixa um legado para uma nova geração.

Mas, mesmo enquanto tentamos lidar com essa finale, a CW já deu mais uma vez um passo ousado, que inicialmente me desagradou, mas que aos poucos está ganhando seu mérito.

Legacies, próximo spin-off da franquia que já tem data para chegar e até mesmo trailer, abre espaço para que uma nova geração, essa geração representada por Hope e pelo legado construído por Caroline viva a experiência que é se apaixonar por esse universo criado pela Julie Plec.

Mas é aqui que nos despedimos. Para fazer eco ao que disse Elijah, foi uma gloriosa jornada e uma tremenda honra dividir com vocês as reflexões. Espero que para vocês, a temporada tenha sido uma jornada tão boa quanto foi para mim, see ya!

Leia mais: O elenco de The Originals – antes e depois

Sobre o autor
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Richard Gonçalves

Professor de Língua e Literatura, apaixonado por quadrinhos, música e cinema. Viciado em café, bons livros, boas animações e ocasionais guilty pleasures (além de conversas sem começo, meio nem fim). De gosto extremamente duvidoso, um Reviewer ocasional aqui no Mix de Séries e Colunista no Mix de Filmes.

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