O Jogo que Mudou a História é uma série ambiciosa

Novo original Globoplay conta o início das facções do narcotráfico no Rio

O Jogo que Mudou a História é a nova série brasileira do Globoplay em parceria com o AfroReggae e Paranoid que apresenta a origem das facções criminosas no Rio de Janeiro entre a década de 1970 e 1980. Criada e produzida por José Júnior e com direção geral de Heitor Dhalia, a produção promete impactar e incomodar o publico com cenas fortes de um retrato histórico brutal e realista.

O ponto de partida é a chegada de dois novatos ao Presídio de Ilha Grande: Egídio (Ravel Andrade) um jovem sem histórico criminal que é preso depois de atropelar a filha de um general, e Jesus Pedra (Raphael Logam), um novo carcereiro que nem imagina o que lhe aguarda na ilha. O presídio é dividido em dois grupos e consequentemente o choque entre eles dá origem a uma guerra que ultrapassa os muros e atinge as favelas. Porém um jogo de futebol que deveria selar a paz leva a uma guerra que durou 25 anos.

Na terça-feira (11) aconteceu no Rio de Janeiro o lançamento da produção. O Kinoplex do Shopping Rio Sul reuniu toda a produção, incluindo elenco, equipes de produção e convidados. A convite do Glogoplay, o Mix de Séries teve a oportunidade de conversar com elenco e assistir ao primeiro episódio. Confira a seguir nossas primeiras impressões.

O Jogo que Mudou a História foca no realismo com cenas de violência gráficas

A série retrata a violência de forma crua e realista sem se esquivar de mostrar ao publico a brutalidade e a selvageria dos criminosos e como as operações do narcotráfico funcionam. Apesar de chocante, a violência não é gratuita e serve como lembrete para mostrar as consequências do crime organizado, seja na vida dos envolvidos, seja na comunidade que participam.

Logo no primeiro episódio o espectador se depara com cenas de espancamentos, estupro coletivo, mortes, decapitação, rebelião. As cenas explícitas podem perturbar alguns espectadores, mas traduzem com fidelidade a realidade brutal e precária do sistema carcerário no país.

A reconstituição da época, os cenários do presídio, a fidelidade na ambientação das favelas trazem uma camada de realismo que enriquecem a produção. Igualmente, o elenco entrega atuações impecáveis e as cenas de violência gráficas colocam a produção em outro nível. O contexto social é bem apresentado mostrando como a pobreza e a desigualdade social contribuem para o crescimento do tráfico de drogas e o impacto da violência nas ruas.

“Afroverso” expande narrativas conectando outras produções do Globoplay

O Jogo que Mudou a História traz uma trama bem estruturada e fisga a atenção do espectador nos minutos iniciais. Igualmente, a pluralidade de pontos de vista que se alternam durante a narrativa proporciona ao publico uma compreensão mais ampla da história. A série não se limita em entreter o espectador, mas sim, provocar a reflexão sobre um assunto tão relevante e complexo da nossa sociedade.

Liderado por Ravel Andrade e Raphael Logam, o elenco principal conta com Jonathan Azevedo, Jailson Silva, Bukassa Kabengele, Romulo Braga, Babu Santana, Alli Willow, Vanessa Giácomo e Alamo Facó. Além disso, a série conta ainda com algumas participações especiais como Otavio Muller, Lucio Mauro Filho, Julio Andrade, Natália Lage, Leonardo Bricio, Marcelo Serrado e Marcello Melo.

Um fato interessante, a nova produção apresenta conexões com A Divisão e Arcanjo Renegado, duas produções de sucesso do Globoplay, consolidando o chamado “Afroverso”. Como resultado, essas participações enriquecem as narrativas contadas que fazem parte de um mesmo contexto social e histórico.

Em resumo, a qualidade da produção impressiona, o elenco escalado entrega um trabalho impecável e conta histórias reais. Sem dúvida motivos não faltam para dar o play. Os dois primeiros episódios de O Jogo que Mudou a História já estão disponíveis no Globoplay. Com lançamento de dois episódios por semana sempre às quintas-feiras. A primeira temporada completa terá 10 episódios.

Sobre o autor

Yuri Moraes

Redação

Yuri Moraes é formado em Direito e Marketing Digital e atualmente cursa Produção Cultural. Morador do Rio de Janeiro, sempre foi um grande apaixonado por conteúdo audiovisual e o universo da cultura pop. Um cinéfilo declarado, um seriador nato. Formado em teatro, descobriu sua paixão pela escrita e desde então vem estudando e se capacitando como escritor. Redator do Mix de Séries desde 2016, se desenvolveu como profissional da área e já colaborou com diversos textos em formato de críticas, reviews semanais e notícias. Através de seus textos busca sempre apresentar uma análise pessoal, técnica e sincera das produções que assiste, sem deixar o bom humor de lado. Sempre atualizado nos assuntos do momento, faz cobertura de diversos eventos representando o site. Outra paixão que caminha lado a lado é produção de eventos. Colecionando em seu currículo experiências em grandes eventos, possui verdadeira paixão em fazer parte do processo de construção e execução de eventos culturais. Com isso, equilibra seu trabalho de departamento pessoal com o ofício de escritor e produtor cultural.

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