Crítica: Em episódio 5×05, The Originals se faz mais atual do que nunca

Review do quinto episódio da quinta temporada de The Originals, da emissora The CW, intitulado "Don't It Just Break Your Heart".

Imagem: The Vampire Diares & The Originals Wiki/Reprodução
Imagem: The Vampire Diares & The Originals Wiki/Divulgação

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Subverter vampirismo com conceitos nazistas. Só mesmo The Originals teria a maneira para fazer isso. E foi exatamente o que “Don’t It Just Break Your Heart”, quinto episódio da quinta temporada da série fez.

A ousadia de fazer isso me surpreendeu bastante. Afinal, não só a maneira com que isso foi colocado como a construção desse paralelo dentro da comunidade vampírica. Depois de tudo o que aconteceu, eu não esperava – justamente porque The Vampire Diairies não o fez – atendesse uma das maiores críticas a progressão da série: a falta de dimensão.

Depois de termos visto os vilões crescerem de maneira exponencial, desde mega bruxas até literalmente um espírito indestrutível que simboliza toda a maldade e tem poder para destruir tudo, a série meio que tira a possibilidade de criar algo novo.

Ou melhor, a série faz com que seja necessário criar uma criatura ainda mais absurdamente poderosa para a temporada seguinte, o que meio que acaba com qualquer verossimilhança ficcional que pudesse existir. E eis que a série finalmente aborda o elefante na sala para nos dar a resposta:

O que acontece quando os híbridos, simplesmente por serem híbridos, passem a ser o inimigo?

Quando paramos para olhar para algo que foi estabelecido lá atrás, em The Vampire Diaires – que os híbridos são vampiros ainda mais imortais e que podem destruir vampiro, lobo ou bruxa com facilidade – e passamos a encarar isso pelo ponto de vista objetivo:

Eles são diferentes. Num mundo tolerante, isso seria um detalhe, mas no mundo real, não funciona assim.

É só fazer o exercício de extrapolar essas proporções para um universo vampiresco, de criaturas mais poderosas. Como elas reagiriam isso? Com tolerância? Não! Marcando e matando aqueles que são diferentes deles… exatamente como os nazistas fizeram. Um argumento eugenista em sua mais simplória forma, até mesmo dentro de uma sociedade cheia de diferença.

E o melhor de tudo é amarrar a trama paralela de Elijah a isso, fazendo com que o pai de Antoinette, a família da qual ela alega ter saído, mas ainda seguir as regras, é a mesma que idealizou a linha de raciocínio dos Cultistas que estão com Hayley. E, para a nossa surpresa, do crush de Hope também.

Espero que não, mas esse me parece um precedente interessante para um spin-off. Até porque, nada mais apropriado que usar a desculpa que criou tudo isso para continuar com tudo isso. Se chegamos até aqui, foi pela cruzada de Klaus para libertar sua parte lobo que foi aprisionada por Esther mil anos atrás.

Se Hope fosse forçada a ter esse lado seu aprisionado e ela abraçasse poder e fúria – como uma legítima filha de Niklaus Mikaelson – para recuperar quem ela é. Talvez, só talvez, fosse algo worth watching, mesmo com todo o teen drama. Mas isso é o tecido da imaginação e ainda não é hora para isso.

O que acontecerá com Hayley? Será que o crush de Hope manterá sua lealdade a ideologia ou como vimos com Kol, ele vai ter uma mudança de perspectiva por “amor”? E Niklaus, será capaz de controlar o seu lado sombrio o suficiente enquanto Elijah está descobrindo que todo o seu envolvimento com Antoinette pode ser muito mais desleal do que aquilo que ele já descobriu? Eu mal posso esperar para descobrir, e espero todos vocês por aqui para acompanhar comigo. See ya!

Sobre o autor
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Richard Gonçalves

Professor de Língua e Literatura, apaixonado por quadrinhos, música e cinema. Viciado em café, bons livros, boas animações e ocasionais guilty pleasures (além de conversas sem começo, meio nem fim). De gosto extremamente duvidoso, um Reviewer ocasional aqui no Mix de Séries e Colunista no Mix de Filmes.

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