9-1-1 abre a temporada de estreias de 2018 com chave de ouro
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Um chamado. Um telefonema. Tudo pode mudar.
A premissa de 9-1-1, a princípio, é mais do mesmo: se propõe a mostrar o dia-dia de socorristas em Los Angeles, mostrando desde o chamado até a chegada de policiais, bombeiros e paramédicos ao local da ocorrência. Mas 9-1-1 tem um diferencial, e ele se chama Ryan Murphy.
Um dos maiores nomes da TV, a marca de Murphy está expressa em cada linha de 9-1-1, que consegue resgatar uma essência de procedurais perdida pela FOX ao longo dos anos. O drama seria apenas mais uma série de “polícia e ladrão”, mas ela inova. Após sua declaração de que os casos eram inspirados em fatos reais, fica claro o porquê dessa explicação. Afinal, não é todo dia que vemos um bebê recém-nascido preso dentro de um encanamento ou uma cobra prestes a enforcar uma mulher.
Para preencher essa linha narrativa, Murphy trouxe também outra de suas marcas: trabalhar com nomes de peso no elenco. Angela Basset encabeça a lista, que ainda tem Peter Krause e Connie Britton como parceiros de cena. E eles foram escolhidos a dedos para compor estes personagens que deverão ter suas vidas exploradas – mesmo que sutilmente, ao longo da série.
Basset, por exemplo, faz uma policial durona que patrulha as ruas de Los Angeles. Mas dentro de casa, enfrenta um drama conjugal que afetará a vida de suas filhas e de sua família. Já Britton interpreta a atendente da linha de emergência, e apesar de ser a primeira na equação desta dinâmica, é reconhecida também como uma heroína – e é isso que o piloto também tenta abordar. Sua história envolve uma mãe com Alzheimer, e é de partir o coração vê-la tendo de deixar para ir trabalhar. São nesses traços sutis que Ryan Murphy usa para fazer o público se conectar com o personagem, não apenas o jogando como um peão de xadrez em uma trama cheia de ação.
O único que achei um pouco fraco nesta dinâmica foi Peter Krause. O ator, que já teve grandes papeis em Six Feet Under e Parenthood, ficou meio apagado, tendo servido apenas como um líder para o imaturo bombeiro interpretado por Oliver Stark. Seria interessante ver algo de seu histórico sendo explorado, mas vamos torcer para ser apenas uma consequência do rápido piloto que precisa introduzir os personagens e já partir direto para a ação.
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Inclusive, falando em ação, ela chega a tirar o fôlego em alguns momentos. No caso que fechou o episódio, envolvendo o arrombamento de uma casa com uma criança dentro dela, a tensão dominou do início ao fim. E graças ao trabalho em conjunto de todos os personagens, que possuem funções distintas na série, é que o resgate foi possível de ser concluído.
No término do piloto, você fica com vontade de retornar para o segundo episódio, justamente para observar mais dessa dinâmica que é um grande acerto, graças ao roteiro de Murphy e a química deste elenco maravilhoso.
Mesmo com alguns clichês, 9-1-1 é o tipo de série que vale a pena reservar para assistir. Passar o tempo, descompromissado, durante a semana, ou esperar acumular a temporada de 13 episódios para assistir tudo de uma vez. Porém, uma coisa é certa: essa série tem tudo para se tornar um hit. Vamos acompanhar o seu desenvolvimento e torcer para que o nível só se eleve.