The Last of Us: episódio 4 desacelera e reorganiza a história
The Last of Us chega ao fim do primeiro ato e o início do segundo. Com episódio mais calmo, série reorganiza tramas e personagens.
As Duas Torres, Matrix Reloaded, As Relíquias da Morte – Parte 1. Todos estes títulos tiveram a ingrata tarefa de ser uma ponte entre duas partes importantes de suas franquias. Na maioria das vezes é o elo que liga o início e o fim da saga e, por isso, é uma história que, por si só, mal tem um início ou um fim.
De todo o modo, são filmes que venceram as adversidades e mantiveram o nível da produção. O que nos leva ao quarto episódio de The Last of Us.
“Hold my Hand” tem a dificílima missão de unir dois momentos importantes da primeira temporada. O trabalho fica ainda mais complicado se levarmos em conta o altíssimo nível do capítulo anterior, “Long Long Time”, que é, desde já, um dos melhores episódios do ano.
Assim, “Hold my Hand” precisa resgatar a dupla central, deixada de lado na hora anterior, e preparar o terreno para novas aventuras.
Episódio marca o início do segundo ato da primeira temporada
Nesta perspectiva, o quarto episódio precisa não só continuar a jornada de Joel e Ellie de onde parou, mas reorganizar as peças de um tabuleiro que, na verdade, está em constante movimentação e mudança. Assim, “Hold my Hand” é a tomada de fôlego entre dois grandes mergulhos. Daqui para frente, The Last of Us deve seguir em sua viagem de aventuras e dramas ininterruptos.
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Nesta jornada de road series (uma variação dos gostosos road movies), The Last of Us entrega alguns dos melhores visuais pós-apocalípticos já vistos. O universo criado por Craig Mazin, Neil Druckman e sua equipe de efeitos e direção de arte é absolutamente belo e crível.
A escala e o capricho são tantos que a série acaba se tornando mais épica do que House of the Dragon, por exemplo. Enquanto a série dos dragões tentava diminuir o escopo (talvez para conter gastos), a série de Joel e Ellie pensa para frente e para fora, detalhando um mundo instigante e vasto.
Apesar de fidelidade, série investe em algumas novidades
Assim, os cenários devastados vistos em “Hold my Hand”, por exemplo, são tão bons ou melhores do que os vistos no game original. Mais importante do que acontece nas ruas e áreas desoladas é o que se desenrola no caro onde Joel e Ellie viajam.
Neste sentido, um dos grandes acertos do capítulo é desenvolver a relação entre o homem e a menina. E é de aquecer o coração de qualquer fã ver Ellie contando suas piadas com o livro que carrega para cima e para baixo. Ou então a cena em que a garota encontra as revistas de Bill.
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Desta forma, The Last of Us segue fidelíssima ao material original, mas expandindo os horizontes sempre que possível. Assim, é interessante acompanhar o que o roteiro tem reservado para as ameaças do Kansas – principalmente quando temos a oportunidade de assistir Melanie Lynskey. A série, então, tem a chance de surpreender ao colocar um desafio inédito no caminho da dupla central.
E é tocante que vejamos Ellie seguidamente como a criança que é, enquanto Joel se divide entre o profundo amargor e sugestões de carinho. Assim, quando a menina inocentemente pergunta quem são os membros do grupo que os ameaça, citando a FEDRA e os Vaga-lumes, Joel se limita a responde a devastadora verdade: “são pessoas“.
Quarto capítulo antecipa momentos empolgantes
Antecipando um confronto empolgante entre Joel/Ellie e o grupo de Kathleen, “Hold my Hand” ainda revela a chegada de importantes personagens para o futuro. Além disso, a movimentação do piso sugere uma criatura mortal sob a terra.
Assim, o quarto episódio não tem o impacto dramático de “Long Long Time”, tampouco tem a ação desenfreada dos grandes clímaces. Ainda assim, o capítulo faz um competente trabalho de antecipação, como os bons suspenses sempre fazem.
Nota: 4/5