The Last of Us: Pedro Pascal arrasa em ótimo episódio 6
Episódio 6 de The Last of Us tem um dos melhores momentos de Pedro Pascal e uma espiada no futuro, além de se aproximar dos jogos.
Aos fãs que esperavam um episódio “raiz” de The Last of Us a espera deve ter acabado. “Kin”, sexto capítulo da série, traz Joel e Ellie se aproximando cada vez mais. E percorrendo os Estados Unidos a pé e a cavalo, evocando imagens clássicas dos jogos.
“Parentesco”, aliás, traz alguns dos quadros mais emblemáticos desta temporada, como aquele em que vemos o cavalo de Joel e Ellie em um belíssimo contraluz.
The Last of Us, apesar de rapidez com que apresenta e se desfaz de lugares e personagens, é uma série que se desenvolve lentamente na relação da dupla protagonista. Assim, a dura jornada de Joel e Ellie se constrói detalhe a detalhe, o que torna a amizade dos dois ainda mais bela e complexa. O homem e a garota não se dão bem logo de cara, mas também encontram vários pontos de aproximação.
Logo, o que começa como um serviço acaba como um pilar de sobrevivência. Ellie precisa de Joel não só porque o sujeito é bom de tiro, mas porque ela precisa de alguém, uma pessoa para se agarrar e viver. O mesmo serve para Joel: sua preocupação com a menina é tão grande que ele acha melhor abandoná-la do que seguir ao seu lado, pois se julga inapto para o trabalho de protegê-la.
Pedro Pascal tem sua melhor atuação na série até aqui
Isso nos traz ao melhor momento de Pedro Pascal até aqui. Em uma sequência que podemos chamar de “Emmy tape” (uma cena pela qual um ator pode concorrer e vencer o Emmy), Joel expõe seu lado mais frágil.
Em uma conversa com Tommy, Joel escancara a queda de um símbolo. Ali, Joel não fala só dele, mas de um país, de uma humanidade que já deixou de ser o que era e agora só lamenta seus fracassos constantes. Na visão de Joel, antes um notório lutador, o presente e o futuro reservam apenas medo, ineficiência e velhice.
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É elogiável, portanto, que o roteiro e os diretores de The Last of Us encontrem momentos para enriquecer Joel através de suas fraquezas e equívocos. Ver suas dores e ataques de pânico, por exemplo, jamais o diminuem.
Na verdade, são seus problemas que o tornam cada vez mais interessante. É uma abordagem semelhante à que Clint Eastwood utilizou em seu clássico, Os Imperdoáveis. No filme, um homem velho e sozinho assume determinada responsabilidade mesmo que a idade e as doenças já lhe consumam o corpo. No longa e na série, os protagonistas jamais esquecem que já foram assassinos e pecadores.
Série segue enchendo os olhos – e dando material para discussões
Apresentando um cenário que será importante em temporadas vindouras, The Last of Us segue infalível na construção de seu universo. Poucas vezes um apocalipse pareceu tão rico e interessante, com uma gama incessante de personagens e locais envolventes.
Aqui, o destaque fica por conta do casal inicial e da comunidade de Tommy – com direito a uma ótima piada sobre comunismo.
Desenvolvendo cada vez mais a difícil persona de infantilidade sisuda, Bella Ramsay segue brilhando, enquanto Pascal humaniza Joel a cada sílaba. Ao fim de “Kin”, o elo entre os dois já parece inquebrável, não só pelo o que eles têm, mas pelo que já perderam.
Por fim, parece que o título da história, The Last of Us, diz respeito mais ao que resta de nós enquanto humanos do que necessariamente ao número de pessoas na Terra.
Nota: 5/5