Crítica: Desejo Obsessivo na Netflix é tão ruim que vira um martírio
Nada de erótica, nada de thriller. Desejo Obsessivo é a nova série da Netflix que, definitivamente. não vale a pena assistir!
De vez em quando, eu me proponho a assistir alguma coisa que honestamente não estaria no meu roteiro de maratona. Tudo em prol para conhecer mais do catálogo da Netflix e ficar por dentro das estreias da plataforma. Mas, na maioria das vezes, acabo me deparando com títulos como Desejo Obsessivo, e o resultado é uma frustração sem tamanho, de perda de tempo.
Sim, Desejo Obsessivo é uma série ruim. Mas ruim com força! Nada funciona, desde o roteiro até as atuações mornas e sem sal. É como se a série partisse de qualquer ponto e chegasse a lugar nenhum. E, geralmente, em produções eróticas como essa, as cenas mais íntimas até chamam atenção. Só que, nessa série, até tais cenas conseguem ser as piores que já vi.
Série tenta convencer, mas não consegue
Na história sem graça de Desejo Obsessivo, William Farrow (Richard Armitage) está dominado por uma obsessão destrutiva – sim, tinha uma pista no título –, desde que viu pela primeira vez a femme fatale Anna Barton.
Farrow é um cirurgião brilhante, o qual, na cena de abertura, somos apresentados a ele realizando com sucesso uma operação complicada para separar gêmeos siameses.
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Depois, ele e sua esposa advogada, Ingrid (Indira Varma), dirigem para a enorme casa de seu pai, onde a família Farrow muito próxima – William, Ingrid e seu filho Jay (Rish Shah) e a filha Sally (Sonera Angel) – passam muito tempo. É o tipo de lugar que tem uma torre, um grande caminho de cascalho e uma grande escada bifurcada, então sabemos que eles têm bastante dinheiro.
E, assim, William é um homem que tem tudo: uma família amorosa, dinheiro, uma carreira satisfatória e poderosa.
Todos na reunião familiar estão ansiosos para saber mais sobre a nova namorada do pesquisador médico Jay, Anna Barton (Charlie Murphy), porque ninguém ainda a conheceu. “De jeito nenhum vou expô-la a vocês“, o rapaz brinca. No entanto, seu pai está prestes a se expor para ela, através de uma sucessão de bizarrices.
Cenas de Desejo Obsessivo são vergonhosas
É então que tudo começa a dar errado na série. E olha que do primeiro episódio até aqui se passaram apenas uns 15 minutos.
Por conter apenas quatro episódios, Desejo Obsessivo atropela muitas coisas, e vai jogando todos os acontecimentos de forma que reflete a aleatoriedade.
William e Anna se encontram em uma festa, e ela, “do nada”, se mostra atraída por ele. E vice-versa. Não há uma base, não há o que ser explorado. Simplesmente acontece e pronto. Quando William fala para Ana que Jay está preocupado em lhe apresentar, o que a moça do rapaz responde: “Ele deveria?”.
E então, o que William faz? Enfia uma azeitona entre os dentes dela, de força sensual. Sim. Se é constrangedor imaginar, pense em assistir?
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Então, eles “fazem amor”. E a obsessão começa. A namorada do filho, que William acabou de conhecer, torna-se sua amante, sem mais nem menos.
Claro, não é um relacionamento convencional, porque há regras e tudo mais. Algo que William insiste em não seguir. Mas, além da história bizarra, o que mais afugenta o espectador são as cenas que beiram a vergonha.
Como por exemplo o momento em que William, no episódio 2, persegue Anna e entra no quarto de hotel que ela estava hospedada. Então, ele fareja seu cheiro até que ele encontra e… transa com o travesseiro. Uma das cenas mais constrangedoras de se assistir em uma série de TV. Imagina para Richard Armitage, que teve gravá-la?
Nada de Erótico. Nada de Thriller
Então, os episódios 3 e 4 chegam e a história parece um trem descarrilhado. A dupla se encontra, e eles parecem nem mais gostar disso. Tudo soa artificial, com cenas que não são nada atraentes de assistir.
Com isso, Desejo Obsessivo passa longe do erótico. E ainda mais de um thriller, uma vez que ninguém os ameaça. Parece que ninguém está a um passo de descobrir nada. E a única trama que poderia render algo, sobre a mensagem que William recebe falando “pare seu tarado, eu sei o que está fazendo”, é rapidamente resolvida.
Não há tensão dramática. Não há envolvimento. E os atores até tentam fazer o melhor. Mas o material realmente não ajuda, a ponto de acharmos que os atores não são bons. Talvez sejam eles constrangidos, se perguntando “porque aceitei fazer isso?”.
Quando a série resolve explicar alguns detalhes de Anna, e porque ela é do jeito que é, já estamos tão entediados com a série que a sensação é de que não há nada mais para salvar.
Acredite, se como espectador você ainda teve uma dúvida se vale a pena assistir a série Desejo Sombrio na Netflix, “Breaking News“, caro leitor: corra!
Nota: 0/5