Um Homem da Flórida: série tem fato curioso explicado

Um Homem da Flórida tem um fato curioso que pode ter despertado dúvidas do público. Uma cena excluída explica o ponto.

Um Homem da Flórida

Quando você começou a assistir Um Homem da Flórida e conheceu toda a família extensa de Mike Valentine (Edgar Ramírez) em Coronado Beach, você estava se perguntando por que ele é o único falando com sotaque? Bem, há uma razão para isso. Mesmo que tal explicação não apareça na série.

O showrunner Donald Todd revelou o trecho que explicaria por que Mike fala com sotaque venezuelano.

Bem, para começar, é o próprio sotaque de Ramírez. “O inglês é seu quarto idioma, junto com o espanhol, o alemão e o francês”, diz Todd. “Portanto, teria sido impossível – nunca conseguiríamos que ele não tivesse sotaque.” Mas no contexto do programa, o diretor do Episódio 1, Miguel Arteta, foi a primeira pessoa a levantar a ideia de que Mike deveria manter o sotaque no programa. Arteta e Ramírez já se conheciam desde que fizeram Yes Day (2021), e Todd prontamente aceitou a palavra de Arteta.

PUBLICIDADE

Aqui está a história: o pai de Mike, Sonny (Anthony LaPaglia), trabalhava como pescador na costa da Venezuela. Lá ele se apaixonou por uma mulher tiveram dois filhos, Mike e sua irmã Patsy (Otmara Marrero). Quando Mike tinha nove anos e meio, eles se mudaram para Orlando, Flórida. “O sotaque de Mike estava bem definido naquele momento”, diz Todd, que também é natural da Flórida. “Esse é um lugar onde você pode se livrar dele, se quiser, ou segurá-lo.

Patsy tinha apenas três anos quando se mudaram, não falando muito de qualquer maneira, então ela adquiriu um sotaque da Flórida. Por outro lado, Mike manteve o dele. Psicologicamente, era sua maneira de se manter conectado e imitar sua falecida mãe. “Sua mãe quase nunca aprendeu inglês. Ela falou espanhol a vida inteira até tirar a própria vida”, diz Todd. “Mike era muito mais ligado à mãe do que ao pai.”

Um Homem da Flórida tem cena excluída que comenta o sotaque de Mike

A cena excluída da série teria ocorrido no episódio 1, quando Patsy leva Mike do hospital de volta para seu motel depois que ele foi mordido por um tubarão.

Na cena, dpois que ela pergunta a Mike se ele vem jantar, ela diz: “Viemos aqui juntos, certo? Há quanto tempo? Trinta anos? Então, por que você ainda tem sotaque?” Todd diz: “Não tenho sotaque”. Ela responde: “Nem entendo o que você está dizendo agora“.

Leia também: Desejo Obsessivo, a verdade por trás do final da série

Tudo isso decorreu da própria experiência de Arteta, já que ele tem uma irmã mais nova que intencionalmente se livrou de seu sotaque. “Ela dizia a ele: ‘Por que você ainda tem sotaque?’ E ele dizia: ‘Não tenho sotaque’.”

A razão pela qual a conversa de Mike e Patsy foi cortada foi apenas para remover a exposição da história. “Foi mais explicativo/expositivo e não levou a história adiante”, diz Todd.

Enquanto isso, o pai de Mike e Patsy, Sonny, fala como se fosse de Nova York porque ele é de Nova York. Ele fala espanhol e provavelmente viveu na Venezuela por 12 anos, mas não falava espanhol com Mike. “Se você visse uma cena na casa deles [quando crianças], o pai tentava fazer com que todos falassem inglês porque é onde eles moram agora.”, diz Todd.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.