Três Dias Que Mudaram Tudo: a verdade sobre Fukushima
A história real de Três Dias Que Mudaram Tudo: eis a verdade por trás do desastre de Fukushima na série da Netflix.
O mais recente drama sombrio da Netflix, Três Dias Que Mudaram Tudo, está fazendo um grande sucesso na plataforma. Desde que estreou, em 01 de junho, a série alcançou um lugar no Top 10, parecendo não sair de lá. A atração é uma exploração angustiante de um incidente desastroso de três perspectivas diferentes.
O oitavo capítulo, inclusive, tem base em uma pesquisa cuidadosa e explora o acidente da Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, que ocorreu em 2011 durante um período de sete dias.
Assim, a trama explora o evento sob três perspectivas: a do governo, das organizações empresariais e daqueles que colocam suas vidas em risco.
Mas o que realmente aconteceu? Qual a verdade por trás destes eventos e de Fukushima? O Mix de Séries conta um pouco dessa história.
Desvendando a história real de Fukushima: o que é verdade em Três Dias Que Mudaram Tudo?
De acordo com a sinopse da série: “Culpados por alguns, aclamados como heróis por outros, os envolvidos com Fukushima Daiichi enfrentam uma ameaça mortal e invisível – um desastre nuclear sem precedentes.”
Então, desde o primeiro momento, os fãs querem saber se de fato Três Dias Que Mudaram Tudo tem base em uma história fiel e real. A resposta é sim, a série tem base no desastre nuclear real de Fukushima, ocorrido em Ōkuma, Fukushima, Japão, em 11 de março de 2011.
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A causa do desastre foi o terremoto Tōhoku (que, até hoje, continua sendo o terremoto mais poderoso já registrado no Japão) e o tsunami resultante. O terremoto desencadeou o tsunami, com ondas de até 14 metros de altura atingindo a costa do Japão.
Mas as ondas também atingiram a usina nuclear e danificaram os geradores a diesel de emergência e levaram à perda de energia.
Devido a essa perda, as bombas de resfriamento do reator também pararam de funcionar. Sem o resfriamento crucial do núcleo do reator, houve três derretimentos nucleares, três explosões de hidrogênio e a liberação de contaminação radioativa em três unidades diferentes de 12 a 15 de março.
Desastre de Fukushima e Chernobyl
Esse desastre nuclear que aparece na série Três Dias Que Mudaram Tudo foi o mais grave desde o desastre de Chernobyl em 1986. Além disso, juntou-se a Chernobyl como o único outro acidente a receber a classificação de nível sete na Escala Internacional de Eventos Nucleares (INES).
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A radiação resultante do desastre forçou o governo a declarar uma zona de evacuação ainda maior ao redor da usina. Dessa forma, totalizando um raio de 20 quilômetros (12 milhas). No total, 110.000 residentes foram evacuados das comunidades ao redor da usina.
Nas semanas que se seguiram ao desastre, um enorme esforço de grupo foi realizado para restaurar a remoção de calor dos reatores. Para, então, lidar com os tanques de combustível superaquecidos.
Isso foi feito por centenas de funcionários da Tokyo Electric Power Company (TEPCO), bem como empreiteiros, bombeiros e militares.
Alguns dos funcionários da TEPCO perderam suas casas e, em alguns casos, suas famílias no tsunami, e foram obrigados a viver em acomodações temporárias difíceis.
Pós tragédia gerou muitas polêmicas
Até hoje, também há controvérsias sobre o desastre devido às grandes quantidades de água contaminada com isótopos radioativos sendo liberadas no Oceano Pacífico durante e após o desastre.
Um plano para uma limpeza intensiva contínua foi posto em prática, o que significa que haverá um esforço para descontaminar as áreas afetadas e descomissionar a usina, o que levará de 30 a 40 anos após o desastre, estima a administração da usina.
O relatório de 2014 do Comitê Científico das Nações Unidas sobre os Efeitos da Radiação Atômica (UNSCEAR) e da Organização Mundial da Saúde não destacou nenhum aumento de abortos espontâneos, natimortos ou distúrbios físicos e mentais em bebês nascidos após o acidente.
O relatório mais recente de 2022 apoiou essas descobertas iniciais. Mas o UNSCEAR também confirmou que as evacuações tiveram repercussões devastadoras para todos que estavam envolvidos, incluindo alguns impactos no bem-estar mental e na sociabilidade devido ao fato de que muitos se deslocaram e perderam seus meios de subsistência.
Os números oficiais mostram que houve 2.313 mortes relacionadas a desastres entre os evacuados da província de Fukushima e aproximadamente cerca de 19.500 mortes relacionadas a desastres em geral, além das mortas pelo terremoto ou tsunami.
Existia uma forma de evitar o desastre de Três Dias Que Mudaram Tudo?
Embora muitas pessoas se perguntaram se o desastre de 2011 poderia ter sido evitado, em 2012 a Comissão de Investigação Independente de Acidentes Nucleares de Fukushima (NAIIC) concluiu que as causas do desastre eram previsíveis.
Eles descobriram que a operadora da planta TEPCO não cumpriu os requisitos básicos de segurança. Tais requisitos incluíam uma avaliação de risco, desenvolvimento de planos de evacuação e preparação para conter danos colaterais.
Atualmente, a TEPCO está liderando um extenso Projeto de Desativação e Revitalização de Fukushima – cujos detalhes completos são descritos em seu site.
“A reorganização e recuperação da TEPCO não poderia acontecer sem a revitalização de Fukushima“, observa a empresa.
Ele acrescenta: “Para mostrar nossa dedicação a esta declaração, a TEPCO está cumprindo nossas responsabilidades pelo acidente. Além disso, ao mesmo tempo em que faz tudo o que pode para revitalizar o ambiente de vida e as indústrias de Fukushima”.
Três Dias Que Mudaram Tudo está disponível na Netflix.