4ª temporada de Emily em Paris é idiota, absurda – e adorável
Emily em Paris retorna tola, extravagante e fútil. Mas talvez estes sejam seus trunfos - e os motivos de seu sucesso.
Se você assistir a quarta temporada de Emily em Paris vai descobrir – ou redescobrir – que esse é o tipo de série que desafia qualquer lógica convencional de narrativa.
Ou ainda, que tem uma certa “preguiça” em desenvolver seus personagens. Chega ser absurda e ridícula. Ou ainda, muitas vezes sem sentido. Só que, ao mesmo tempo, ela te encanta. E isso é incrível, porque tudo acontece de uma só vez.
Da mesma forma como as outras temporadas, Emily em Paris continua a brincar com estereótipos franceses, moda extravagante e as trapalhadas românticas de Emily, mas sem jamais levar a si mesma a sério. E talvez seja exatamente isso que mantém os espectadores ligados, episódio após episódio.
Série é um absurdo – e este é seu trunfo
Neste novo lote de episódios, dividido em duas partes (seguindo a tendência recente da Netflix de fragmentar suas temporadas), encontramos Emily Cooper (Lily Collins) exatamente onde a deixamos: no meio de um furacão de complicações românticas e profissionais.
Ela e Alfie (Lucien Laviscount), seu namorado banqueiro, estão em um impasse depois do explosivo final da terceira temporada, enquanto Gabriel (Lucas Bravo) e Camille (Camille Razat) continuam a enfrentar as consequências de um casamento que nunca aconteceu – e de uma gravidez que aconteceu, mas ninguém esperava.
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Sim, é uma confusão total, mas é o tipo de confusão que se espera de Emily em Paris. Outro ponto é que a série não quer resolver seus conflitos de uma forma que satisfaça o espectador. Muito pelo contrário, parece que os autores adoram deixar as coisas soltas, em aberto. Quase como que se tudo virasse um desdobramento cômico ou dramático a cada episódio.
Se você está procurando por desenvolvimento de personagem ou por um arco narrativo consistente, está assistindo à série errada. Mas se o que te atrai são os visuais absurdos, as situações improváveis e uma Paris de conto de fadas que só existe na TV, então você vai encontrar tudo isso aqui.
Paris, drama e um guarda-roupa daqueles
O verdadeiro destaque desta temporada, como sempre, é Sylvie (Philippine Leroy-Beaulieu), a chefe de Emily. Suas cenas são uma lição de elegância e cinismo, e oferecem uma visão de um mundo adulto que faz o restante da série parecer infantil em comparação.
Enquanto Emily se perde em dilemas amorosos e estratégias de marketing, Sylvie enfrenta problemas reais – ou, pelo menos, mais realistas dentro do universo da série.
E claro, há as roupas. Porque se há algo que Emily em Paris nunca decepciona, é no departamento de figurinos. As escolhas ousadas e, por vezes, ridículas de Emily são, paradoxalmente, parte do charme da série.
Mesmo que você não entenda nada de moda – e a série certamente não vai te ensinar – é impossível não se maravilhar (ou rir) com as combinações que a personagem principal veste. É tudo uma grande brincadeira de mau gosto, mas, de alguma forma, funciona.
No final das contas, Emily em Paris continua a ser o que sempre foi: uma série que você ama odiar, ou odeia amar. É absurda, idiota, mas também adorável de uma maneira inexplicável.
E por mais que ela nunca vá se transformar em algo mais profundo ou significativo, talvez esse seja exatamente o ponto. Afinal, quem precisa de realidade quando se tem Paris, drama e um guarda-roupa de dar inveja?