House of the Dragon | George R. R. Martin detona série e aponta erros
House of the Dragon teve uma 2ª temporada polêmica. E não é só o público que criticou o programa. Agora, o próprio autor abriu o jogo.
House of the Dragon, o spin-off de Game of Thrones da HBO, tem sido um sucesso com os fãs. Mas isso não significa que passou imune a críticas, inclusive de seu próprio criador.
George R.R. Martin, autor de As Crônicas de Gelo e Fogo e produtor executivo da série, expressou recentemente seu descontentamento com uma escolha criativa feita para a segunda temporada. Em um post em seu blog, que foi posteriormente apagado, Martin discutiu em detalhes suas preocupações com as adaptações feitas pela equipe liderada pelo showrunner Ryan Condal.
A crítica central de Martin envolve a ausência de Maelor, um personagem chave no arco de Blood & Cheese. Esta é uma das tramas mais brutais de Fogo e Sangue, livro que serve de base para a série.
No material original, o assassinato é um evento marcante que envolve não apenas os filhos de Helaena e Aegon II, Jaeherys e Jaehaera, mas também seu terceiro filho, Maelor. Contudo, no episódio de estreia da segunda temporada de House of the Dragon, Maelor foi completamente omitido, o que gerou a insatisfação do autor.
Para Martin, essa mudança pode gerar um “efeito borboleta” que afetará o andamento de eventos cruciais no futuro da série. Ele aponta que a ausência de Maelor alteraria significativamente o impacto emocional e narrativo da morte de outro personagem importante. Assim, comprometendo a fidelidade do arco maior da trama.
Segundo ele, “o mais simples nem sempre é o melhor”, em referência à escolha de Condal de simplificar a história para facilitar o cronograma de filmagens e manter o orçamento sob controle.
HBO rebate críticas do autor
A HBO, por sua vez, respondeu às críticas com uma declaração que reconhecia o peso das palavras de Martin. Entretanto, defendeu as decisões tomadas pela equipe criativa. O porta-voz da emissora afirmou que, ao adaptar um livro para a TV, é comum que mudanças sejam feitas. Isso devido às limitações do formato e à necessidade de selecionar quais personagens e histórias devem ser seguidas.
Ryan Condal também abordou a ausência de Maelor no episódio mais recente do podcast oficial da série. Ele explicou que a decisão foi motivada por questões práticas de adaptação. Afinal, o enredo cobre mais de 20 anos de história e incluir Maelor, que era ainda um bebê, complicaria a linha temporal. Condal mencionou a dificuldade de manter a credibilidade da passagem do tempo e o crescimento dos personagens sem ter que refazer o elenco várias vezes.
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Apesar das explicações, Martin finalizou sua postagem com um alerta sobre as temporadas futuras, especialmente sobre as mudanças planejadas para as temporadas 3 e 4. Segundo ele, “há borboletas ainda maiores e mais tóxicas por vir”, sugerindo que o impacto dessas decisões pode ser ainda mais profundo se a série seguir adiante com as alterações propostas.
Essa divergência entre Martin e a equipe criativa de House of the Dragon destaca os desafios intrínsecos de adaptar uma obra literária tão densa e complexa para a TV.
Embora a série tenha conseguido conquistar um grande público, há sempre o risco de que mudanças na narrativa original alienem os fãs mais puristas ou causem distorções na trama que impactem eventos futuros. Contudo, para os criadores, há o equilíbrio constante entre honrar o material original e fazer uma adaptação viável para a televisão.
Com a série já programada para encerrar após a quarta temporada, resta saber até que ponto as críticas de Martin serão levadas em consideração. Ou se outras decisões criativas controversas podem surgir ao longo do caminho. O futuro de House of the Dragon ainda parece promissor, mas com as ressalvas de seu criador, fica evidente que o caminho até lá pode ser cheio de desafios.