Monstros: Irmãos Menendez | Série da Netflix vale a pena?
Afinal, a série Monstros: Irmão Menendez vale a pena assistir na Netflix? Confira nosso parecer final e impressões.
A Netflix traz mais uma vez à tona o mundo do crime real com a série Monstros: Irmãos Menendez, produzida por Ryan Murphy e Ian Brennan, conhecidos por seu trabalho em outras antologias como Dahmer. Mas a grande questão é: será que vale a pena mergulhar nessa nova adaptação? A série retrata os assassinatos brutais de José e Kitty Menendez, cometidos por seus próprios filhos, Lyle e Erik, e revisita os julgamentos que chocaram os Estados Unidos no final dos anos 1980 e início dos anos 1990.
Narrativa Inconstante: Vilões ou Vítimas em Monstros: Irmãos Menendez?
A série tem como principal desafio encontrar um equilíbrio entre retratar os irmãos Menendez como vítimas de abuso ou como assassinos frios. Embora a produção busque explorar o abuso emocional e sexual que Lyle e Erik alegaram ter sofrido, a inconsistência na forma como os personagens são apresentados pode frustrar os espectadores. Em alguns momentos, a série parece humanizar os irmãos, mostrando o trauma que os levou a cometer os crimes. No entanto, essas tentativas são rapidamente ofuscadas pelas ações oportunistas dos dois, como a busca de Lyle por acordos comerciais e o plano de lucrar com o caso.
Essa falta de clareza na narrativa prejudica a conexão emocional com o público, que fica dividido entre sentir empatia pelos irmãos ou vê-los como manipuladores calculistas. A série parece não conseguir decidir qual dessas narrativas deseja seguir, o que pode causar frustração em quem busca uma abordagem mais coesa e focada.
Excesso de Dramatização e Sensacionalismo
Outra crítica frequente à série é o sensacionalismo que envolve a retratação dos assassinatos e dos abusos. As cenas dos crimes são surgem em detalhes gráficos. O que, em muitos momentos, parece mais uma tentativa de chocar do que de realmente aprofundar as complexidades do caso. Embora o abuso apareça em um episódio particularmente emocional — centrado no depoimento de Erik Menendez sobre os horrores que sofreu nas mãos do pai —, a série acaba por diluir esse impacto. Isso, porque, ela tenta enfatizar o drama em torno dos personagens de forma exagerada e, por vezes, até confusa.
A produção também tem dificuldade em lidar com as acusações de abuso de forma sensível. Em vez de apresentar um retrato claro e profundo do que o trauma causou na vida dos irmãos, Monstros frequentemente insinua comportamentos contraditórios, como a sugestão de uma relação incestuosa entre Lyle e Erik, o que apenas confunde a mensagem.
O Elenco como Ponto Forte
Se há algo que a série faz bem, é no quesito atuações. Nicholas Alexander Chavez (Lyle) e Cooper Koch (Erik) entregam performances impactantes, conseguindo capturar as nuances dos personagens e o peso emocional da história. Chavez traz a intensidade e arrogância de Lyle, enquanto Koch se destaca ao mostrar a vulnerabilidade de Erik, especialmente nos momentos em que ele enfrenta o trauma de seu passado.
Além dos irmãos, Javier Bardem, no papel de José Menendez, é uma força assustadora na tela. Ele equilibra o papel de pai abusivo com momentos de introspecção, mostrando como seus próprios traumas influenciaram seu comportamento com os filhos. Esses momentos de atuação elevam o material, mas, infelizmente, não conseguem compensar os problemas da narrativa.
Conclusão: Monstros: Irmãos Menendez Vale a Pena?
Monstros: Irmãos Menendez tenta trazer à tona uma das histórias criminais mais intrigantes dos Estados Unidos, mas se perde em meio a uma narrativa inconstante e excessivamente dramatizada. Se você é fã de histórias de crimes reais e gosta de explorar os meandros psicológicos de casos controversos, pode encontrar algum valor na série, especialmente pelas performances dos atores. No entanto, para aqueles que buscam uma abordagem mais sensível e coesa, Monstros pode acabar sendo mais frustrante do que instigante.
Em última análise, assistir ou não vai depender do que você busca: uma dramatização sensacionalista ou uma investigação profunda e cuidadosa sobre as alegações de abuso e os efeitos disso nas vidas dos envolvidos.