Ninguém Quer | Série da Netflix está sendo detonada por judeus
Após receber críticas da comunidade judaica, a autora de Ninguém Quer, que se inspirou em jornada pessoal, rebateu polêmicas.
A nova série da Netflix Ninguém Quer está no centro de uma polêmica sobre a representação de personagens judeus, apesar de ter recebido elogios quase unânimes da crítica e liderar o ranking das 10 séries mais assistidas na plataforma desde sua estreia.
A comédia romântica, criada por Erin Foster, despertou reações adversas dentro da comunidade judaica, com alguns espectadores criticando a forma como os personagens judeus, especialmente as mulheres, são retratados na trama. Muitos afirmam que as personagens não refletem adequadamente a cultura judaica.
Criadora de Ninguém Quer respondeu as críticas
Erin Foster, co-criadora da série, respondeu recentemente às críticas em entrevista ao Los Angeles Times. Foster afirmou que sua intenção era contar “histórias judaicas positivas” e que acha curioso que as pessoas estejam focando nos aspectos negativos da série, quando o protagonista da trama é um rabino.
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Segundo ela, a representação do rabino jovem, moderno e que fuma maconha é a “antítese” da visão tradicional do papel, o que seria uma tentativa de trazer algo novo e positivo para o imaginário judaico na TV.
“Se eu fizesse os pais judeus serem dois hippies granola em uma fazenda, alguém diria que nunca viu judeus assim e que isso não representa a comunidade”, disse Foster, defendendo a abordagem escolhida.
Autora é a inspiração para Ninguém Quer
A série Ninguém Quer tem grande inspiração na própria jornada de conversão de Foster ao judaísmo, após se apaixonar por seu marido. A trama segue Joanne, uma apresentadora de podcast que se apaixona por Noah, um “rabino moderno e atraente”.
A diferença religiosa entre eles gera tensões, especialmente dentro da família de Noah, que inicialmente reluta em aceitar o relacionamento, mesmo quando Joanne expressa seu desejo de se converter ao judaísmo. Um dos principais pontos de crítica foi a maneira como as mulheres judias surgem na série, com uma personagem chegando a chamar Joanne de “prostituta” enquanto ainda favorece a ex-namorada judia de Noah.
Por outro lado, alguns críticos reconhecem que Foster está contando sua própria história. Ou seja, como uma mulher que escolheu se converter ao judaísmo. Nesse sentido, Ninguém Quer reflete a perspectiva pessoal de Foster, que pode diferir da experiência de outras pessoas na comunidade.
Contudo, muitos apontam que, mesmo sendo uma comédia romântica, a série poderia ter abordado os personagens de maneira mais sensível, evitando reforçar estereótipos negativos. A inclusão de exemplos mais positivos de mulheres judias poderia ter equilibrado a narrativa e, talvez, evitado parte das críticas que o programa vem recebendo.