Repórter da série Senna não é real mas tem uma verdade por trás
Embora não seja uma pessoa real, a repórter da série Senna, Laura Harrison tem um grande propósito verdadeiro por trás.
A série Senna, da Netflix, que explora a vida e carreira do lendário piloto Ayrton Senna, trouxe uma surpresa: a introdução de Laura Harrison (Kaya Scodelario), uma repórter fictícia que não tem base em nenhuma pessoa real do círculo de Senna. Mas, longe de ser apenas uma adição aleatória, Laura tem um papel estratégico e simbólico na narrativa.
Quem é Laura Harrison?
Laura Harrison é apresentada no início da série, durante os primeiros anos de Ayrton Senna competindo na Fórmula Ford, na Inglaterra. Como repórter do jornal fictício Norfolk Express, ela rapidamente percebe o talento e a determinação de Senna, mas também aponta sua agressividade ao volante. Sua primeira matéria sobre o piloto e sua rivalidade com Enrique Mansilla ganha destaque e a coloca em posição de acompanhar a ascensão do piloto ao longo de sua carreira.
Conforme Senna avança no automobilismo, Laura também cresce profissionalmente, tornando-se repórter da Autosport, uma revista real dedicada a notícias do mundo da velocidade. Durante a série, Laura aparece em momentos-chave da carreira de Senna. Dessa forma, documentando suas conquistas e os desafios, mas mantendo uma relação estritamente profissional com o piloto.
Apesar de seu papel essencial na trama, a série não se aprofunda muito no passado de Laura. Sabemos apenas que ela é fluente em português por ser filha de mãe brasileira. E que enfrenta os desafios de ser uma mãe divorciada enquanto segue sua carreira jornalística. Sua presença no paddock e nas coberturas da Fórmula 1, entretanto, simboliza a constante interação de Senna com a mídia. Bem como os bastidores da elite do automobilismo.
Por que Laura Harrison em Senna não é uma personagem real?
Laura Harrison é um personagem fictício, mas foi criada como uma representação dos jornalistas que acompanharam de perto a carreira de Senna. Ela sintetiza o papel da imprensa em documentar e amplificar a trajetória do piloto, oferecendo um ponto de vista neutro e, ao mesmo tempo, humano sobre sua vida e rivalidades.
A escolha de criar Laura também permitiu à série abordar aspectos mais subjetivos da relação do piloto com a mídia sem precisar se comprometer com a representação de jornalistas reais. Isso é evidente em um dos momentos mais marcantes da série: no fim de semana do fatídico Grande Prêmio de San Marino, Laura entrega a Senna um gravador com uma pergunta final para sua matéria: “Por que você continua correndo, mesmo após tantos anos, tantas conquistas e tantos riscos?”
A resposta do piloto, gravada no gravador, é entregue a ela pouco antes do acidente que tiraria sua vida. A gravação, posteriormente ouvida por seus pais, oferece uma visão profunda sobre a paixão inabalável de Senna pelo automobilismo, encerrando a narrativa com uma mensagem que celebra seu legado.
A função simbólica de Laura Harrison
Laura Harrison não é apenas uma observadora passiva da história de Senna. Ela é um elo entre o público e o piloto, representando o papel da mídia na construção e preservação de sua memória. Sua presença também ajuda a amarrar a história de forma coesa, funcionando como um artifício narrativo que permite explorar a dimensão humana de Senna.
A criação de uma personagem fictícia em vez de utilizar repórteres reais também dá mais liberdade criativa à série, evitando controvérsias ou a necessidade de retratar figuras específicas de maneira precisa. Ao final, Laura serve como uma homenagem ao trabalho dos jornalistas que ajudaram a moldar a imagem pública de Senna e a manter vivo seu legado.
Reflexões sobre a narrativa em Senna
Embora Laura Harrison não tenha existido na vida real, sua inclusão dá à série um toque de ficção que contrasta com os eventos históricos retratados. Mais do que uma figura fictícia, ela personifica as inúmeras vozes que documentaram a trajetória de Ayrton Senna, lembrando o público do impacto coletivo da mídia na celebração e perpetuação de grandes histórias.