A Imperatriz: o que Sissi e Lady Di têm em comum?
Sucesso da Netflix, a série A Imperatriz traz história de Sissi, que constrói um paralelo com uma figura da nossa era: Lady Di.
A série da Netflix, A Imperatriz, traz a vida de Sissi, uma das pessoas mais famosas do século XIX. Já no século XX, verificou-se outro fenômeno da mesma estirpe, Diana, Princesa de Gales, que atraia a atenção do público em geral. E, até hoje, mais de 20 anos de sua morte, ela ainda é reverenciada, amada, e muitas vezes lembrada pela estranheza do acidente que a vitimou.
Mais que carinho do público, Sissi e Diana se aproximam de forma impressionante diante do comportamento assumido tanto na vida pessoal quanto na pública.
Em que as histórias de Sissi, de A Imperatriz, e de Diana se assemelham?
Ambas eram princesas escolhidas e moldadas a dedo pela nobreza. Foram mulheres fortes, porém sensíveis, que mostraram no decorrer de suas vidas a forma de agir diante das circunstancias que se apresentavam.
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Elas foram pioneiras, tinham beleza, refinamento, requinte. Viveram constantemente desiludidas e, mesmo assim, conseguiram deixar o seu legado. Ocuparam os cargos anteriormente desejados por suas irmãs e tiveram os casamentos mais luxuosos que seus súditos puderam ver.
Sissi teve uma semana de festa para comemorar o enlace real. Já Diana teve a cerimônia televisionada para mais de 750 milhões de pessoas. Sendo ícones de moda, ditavam tendências e mudavam regras nos vestuários.
Fãs de esportes, tinham a vaidade extremada nos cuidados com corpos e cabelos, sendo que Sissi levava horas para lavar, secar e pentear as madeixas enormes, enquanto Diana encantava a cada aparição com seus cortes mais do que copiados pelas mulheres do mundo inteiro.
Seus assombros psicológicos, assim como a pressão sofrida pela nobreza, não as abateram a ponto de destruir a vontade de mudar o mundo, mesmo vivendo apenas dentro do pequeno e supostamente privilegiado mundo Real. Elas eram humanas, se preocupavam com aqueles que ninguém da realeza enxergava.
Sofreram as agruras de todos os famosos, opiniões a favor e contra. E conseguiram, inclusive, suplantar a apatia da forma que puderam, assimilando o golpe da frustração e seguindo em frente, mostrando em suas ações o que de melhor poderiam fazer.
Qual impacto que as histórias de Lady Di e Sissi de A Imperatriz podem ter sobre você?
Há uma similaridade impressionante entre a conhecida Imperatriz austríaca e a famosa Princesa do Povo, mesmo tendo vivido com um século de distanciamento. Semelhanças comportamentais e de personalidade comprovaram que o conto de fadas retratado nos
desenhos jamais existiu em suas vidas dentro dos palácios.
Os transtornos gástricos eram apenas uma das semelhanças entre elas, além de sogras fortes que interferiram constantemente em seus casamentos e vidas.
A perda da liberdade e a adequação ao sistema da realeza minaram muito mais que apenas seus ânimos, mudaram sua forma de existir perante o mundo. Foram danificadas de fora para dentro, até o ponto de sentirem-se sozinhas e isoladas num mundo repleto de pessoas que as adorava.
A multidão de fora, reverenciando-as com carinho, fazia com que o isolamento dentro dos palácios fosse muito mais visível. Além do silêncio ensurdecedor de uma eterna e frustrada busca pela integração da família que pensaram ter construído.
Doce ilusão, o sistema cinza da realeza queria que elas fossem apenas objetos reais com duas funções, adereço aos maridos e produção de herdeiros legítimos. Mas elas quiseram mais, fizeram mais, sofreram por muito mais e conseguiram. Até hoje suas memórias são guardadas com carinho e afeto.
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A fama, o dinheiro e o poder, procedentes dos cargos assumidos, as enclausuraram dentro de quartos adornados, com a permanente distância daqueles que elas mais queriam presentes. E, mesmo com todos os desapontamentos, proibições, objeções e repreensões, tinham seu viés humano.
Sissi, apaixonada, lutou o quanto pôde pelo amor do marido, assim como Diana, mas fracassaram. Seus maridos eram homens de personalidade fraca, para se impor perante as ordens das mães e da própria realeza, que nada mais são do que a mesma coisa. A representatividade humana da figura insólita de um sistema mistificado pelos adereços apenas visivelmente cativantes.
Diana, tinha a maior parte da mídia a seu favor. Já Sissi, no século XIX, não contava com a imprensa vienense ao seu lado. Após sua morte, no entanto, Viena parece reverenciá-la muito mais do que aos próprios Habsburgos. Da mesma forma que Diana, que suplanta em muito o carinho proveniente da realeza.
Sissi e Diana: mulheres fortes
As duas eram acima de tudo mulheres que sofreram e lutaram, bem como mostraram da forma que puderam o que queriam dizer ao mundo, não aceitando a função de somente ser um enfeite colocado em destaque.
Elas eram os holofotes, chamaram a atenção e, por isso, que delas se fazem filmes, séries e documentários infindáveis, cada um com a sua visão e com o seu romanceado. Mas todos detalhando com veracidade o interior perturbado e pouco compreendido de meninas que deixaram a adolescência para traz, assim que fecharam os portões dos castelos em que entraram.
Texto por Evelyn Roberta Gasparetto
Sobre a autora
Paulistana, radicada em sua cidade natal, escritora há mais de
uma década e apaixonada por literatura.
Autora do livro “AMBAS – SEMELHANÇAS DA VIDA – SISSI, A IMPERATRIZ / DIANA, PRINCESA DE GALES“. A obra é uma
biografia diferenciada, que trata a respeito das semelhanças entre esses dois ícones mundiais.