Em 1998, séries de “mulherzinha” eram focadas basicamente em uma coisa: como conseguir um namorado. Mais do que o reflexo de suas relações, essas mulheres não tinham vida e viviam com o objetivo de ser o objeto de algum homem. As pretensões, as aspirações e os tesões das mulheres eram negligênciados… então tudo mudou.
Especialmente nas primeiras temporadas, Sex and The City foi revolucionária ao trazer o que a mulher realmente quer, e como ela realmente quer, para a televisão. As protagonistas representavam tipos diferentes de mulher: uma tradicional e romântica, uma devoradora de homens, uma focada em seu trabalho de sucesso, sem tempo para o resto e a escritora sonhadora, Carrie.
A devoradora de homens, a advogada de sucesso, a sonhadora bem sucedida e a mais tradicional.
A abertura da série nos mostra justamente isso. Regida pela música “Sex and the City Theme” da Electric Symphony Orchestra, Carrie vaga pelas ruas de Manhattan com olhos satisfeitos e sonhadores, cabelos frizados (tudo muito anos 90) e uma estranha roupa rosa de bailarina, satisfeita e feliz por estar aonde quer, por ser quem ela quer. É uma colunista publicada, que frequenta os locais mais badalados para tomar seu Cosmopolitan com suas amigas igualmente descoladas.
Apesar de ser um ícone da moda, o tutu (essa sainha de bailarina que ela usa) de Sarah Jessica Parker custou 8 dolares e se tornou um clássico instantâneo.
Mas a quinta grande integrante do programa mostra sua verdadeira face. Manhattan é contada com seus locais (muitos deles reais), taxis ao redor da protagonista, o sol no céu, as torres gêmeas (que depois do atentado de 11/09/2001 seriam trocados pela Empire State Bulding), o edifício da Chrysler, e então….
As torres gêmeas permaneceram na atração até o episódio 13 da quarta temporada, quando foram substituidas pelo Empire State Bulding. Elas apareciam no logo e junto ao nome de Sarah Jessica.
….então, Manhattan mostra que é um lugar maravilhoso mas também complicado. Que assim como ele cria o sonho ele te joga na lama. Literalmente.
Um ônibus passa numa poça e tira Carrie de seu estado de sonho, trazendo ela para a dura realidade da humilhação causada pelo banho de lama. E na lateral do ônibus a propaganda da coluna do jornal dela. Ela ainda é alguém importante, mas a cidade não diferencia ninguém, tratando todos com a mesma dureza.
Existe uma falha grave nesse momento da abertura. O ônibus que joga lama em Carrie, aparece cheio de gente ao mostrar a propaganda em sua lateral….
A vida é dura! O ônibus que te dá um banho de lama tem sua propaganda nele!
… e de repente todos desaparecem! Mais um mistério de Nova Iorque, ou a falha grosseira de um Continuísta? Nunca saberemos….
Você pode até estar humilhada pelo banho de lama, mas pelo menos está aí! E as pessoas dentro do ônibus? ELAS SUMIRAM!!!
Uma série revolucionária ao mostrar mulheres tomando o controle de suas vidas e fazendo suas escolhas. Vamos acompanhar a abertura dela aí embaixo?
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