As melhores Minisséries do Emmy 2019: quem deve vencer?
Em um ano excelente para as minisséries, confira nossas apostas para o Emmy 2019 nas categorias que contam com Olhos que Condenam, Chernobyl, entre outras.
Dos três grandes grupos (Dramas, Comédias e Séries Limitadas), o melhor e mais concorrido do ano certamente é o das minisséries, antologias e telefilmes.
Em um ano fraco para os dramas, os programas limitados roubaram atenção do público e da crítica. Pelo menos duas obras-primas disputam acirradamente pelo prêmio principal, enquanto outros grandes projetos correm por fora.
Confira nossas análises e apostas para as Séries Limitadas do Emmy 2019.
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Depois de amargar o esquecimento da Academia e ter alguns anos fracos, a categoria de Séries Limitadas apresenta alguns dos melhores programas do ano. Pelo menos duas obras-primas disputam o prêmio principal: Olhos que Condenam e Chernobyl disputam a estatueta milímetro a milímetro. Correndo atrás, sem chances de vitória, estão Escape at Dannemora, Fosse/Verdon e Sharp Objects.
Olhos que Condenam: é a melhor dentre as indicadas e larga na frente, sendo favorita ao prêmio. A minissérie em quatro capítulos da Netflix é mais emocionante e toca mais no coração do que a rival Chernobyl, da HBO, uma produção mais cerebral e fria. Ao emocionar e ainda tecer um importantíssimo comentário social, Olhos que Condenam tem tudo para vencer: apoio do público, da crítica e a fórmula exata para um prêmio como o Emmy.
A briga é entre Olhos que Condenam e Chernobyl
Chernobyl: Foi a minissérie que mais se destacou nos prêmios técnicos, tendo abocanhado uma porção de estatuetas. Isso não garante o favoritismo na categoria principal. Chernobyl é tecnicamente irretocável e levou merecidamente prêmios como os de Direção de Arte e Som. De todo modo, pode ser um pouco fria demais para os gostos dos votantes. Além disso, não conta uma história puramente americana como a grande rival. Pode se prejudicar caso os membros da Academia resolvam votar com o coração e não com a razão.
Quem ficou de fora e merecia não só a indicação como a vitória? A Maldição da Residência Hill. O horror da Netflix está no topo, ao lado de Olhos que condenam e Chernobyl como uma das melhores produções de 2019. É uma tremenda vergonha que tenha ficado de fora da festa, principalmente se pensarmos que a enfadonha Sharp Objects conquistou uma duvidosa vaga.
Quem leva a melhor dentre os telefilmes?
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Deadwood: Além de ser o melhor dentre os indicados, o filme que encerra a saga de Deadwood é a coroação de um dos melhores e mais importantes trabalhos da TV do século XXI. Logo, premiar a produção não só seria justo e lógico, como também representaria um reconhecimento mais do que merecido à saudosa série da HBO. Deadwood é uma das melhores coisas da televisão, é respeitadíssima no meio, mas nunca venceu um Emmy importante. Agora é a hora de corrigir o erro.
Black Mirror: Bandersnatch: Já venceu anteriormente e este está longe de ser um de seus melhores episódios. Sua indicação e reconhecimento vem mais pela inovação do que pela qualidade narrativa. Ignorando toda a ideia de interação, Bandersnatch é algo bem comum.
Grandes atuações marcam a corrida pelo Emmy
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Michelle Williams, por Fosse/Verdon, promete levar a estatueta que, até então, era de Patricia Arquette. Em uma atuação calculada inserida em uma minissérie correta, Williams não deixa espaço para erros. Já Arquette, que venceu premiações anteriores, chega ao Emmy quase sem fôlego, e promete sair de mãos vazia nas duas categorias em que concorre.
Amy Adams é outra que deve ficar sem ouvir seu nome no palco da premiação. Ainda que talvez seja uma das melhores dentre as nomeadas, Adams é prejudicada por interpretar uma personagem pouco simpática em um projeto que falhou em conquistar a grande maioria do público e da crítica. No fim, Joey King é a que mais merece a estatueta por sua sensível e dolorosa performance em The Act.
Jharrel Jerome é o grande destaque do ano
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Este prometia ser o ano de Mahershala Ali que, depois de levar um Oscar, tinha tudo para pôr as mãos no Emmy. O mesmo serve para Sam Rockwell, que vive um dos melhores momentos de sua carreira. Isso tudo até chegar Jharrel Jerome, um jovem pouco conhecido que arrebatou o mundo em Olhos que Condenam. Jerome não só é o melhor dentre os indicados como tem a melhor atuação do ano, e uma das melhores da década, como o Mix de Séries apontou em post recente.
É uma categoria fortíssima, que ainda conta com Jared Harris, brilhante em Chernobyl, e Benício Del Toro. Ainda assim, ninguém é páreo para Jharrel. Caso o jovem não vença, desligue a TV e desista do Emmy.
Patricia Arquette concorre em duas categorias
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Patricia Clarkson é a melhor coisa de Sharp Objects, e este pode ser o prêmio de consolação para um projeto que não decolou da melhor forma. Arquette tem chances, já que entregou duas atuações memoráveis no ano. De todo modo, é provável que os votos se dividam e a atriz não vença em nenhuma das categorias.
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Ben Whishaw deve ser o único indicado que venceu a maioria dos prêmios anteriores ao Emmy e chegou com fôlego na premiação. Sua atuação em A Very English Scandal é correta, apesar de a minissérie demorar a engrenar. Nosso voto iria para Michael Kenneth Williams, por Olhos que Condenam. Aliás, não se surpreenda caso um dos atores do projeto da Netflix suba – merecidamente – no palco.
Melhor Direção em Série Limitada ou Telefilme
Entenda: Ava DuVernay tem a melhor direção dentre os indicados. Além disso, premiá-la seria uma confirmação da força da minissérie, além de reconhecer o belíssimo trabalho de uma talentosa cineasta mulher e negra. Johan Renck conduz Chernobyl com precisão cirúrgica, mas os votantes podem entender que a força do projeto reside muito mais no texto do que na direção
Melhor Roteiro em Série Limitada ou Telefilme
Este deve ser o maior prêmio que Chernobyl deve levar na principal noite do Emmy. Ainda que tenha varrido as categorias técnicas, é possível que o programa não se destaque nas grandes corridas. De todo modo, o prêmio para o Roteiro seria um justo reconhecimento. O texto, que faz um apanhado riquíssimo em apenas cinco capítulos, sem nunca perder o foco e o coração, é o que há de melhor na produção. Aqui, a maior ameaça é, novamente, Olhos que Condenam. Os votantes tendem a dar seus votos para o mesmo programa em várias categorias, e o roteiro de Olhos é redondinho. Não se surpreenda caso a HBO perca aqui.