Audiência – Scandal, Criminal Minds e The Originals e mais: Análise de 14/04 a 20/04
De todas as semanas que nós já cobrimos nessa coluna, essa talvez seja a mais agitada que nós já analisamos. Temos Scandal, The Originals e mais.
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Nós já analisamos e dissecamos números dos mais diversos. Excepcionais, medianos e desastrosos, ultimamente há público (ou a falta dele) em todos os cantos da programação. Entretanto, nessa semana nós tivemos uma das sequências mais caóticas, confusas e complicadas desde quando voltamos a publicá-la. Isso porque tivemos oito Season Finales, cinco Season Premieres e uma incrível e extraordinária campanha de divulgação de James Comey, ex-diretor do FBI, do seu novo (e bombástico) livro. Ufa, é apenas uma prévia. Vamos aos números?
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ABC
Na segunda, The Crossing continua sua rápida caminhada ao cancelamento ao cair mais um pouquinho: de 0.8 para 0.7. Na terça-feira, Roseanne estabilizou (finalmente) ao entregar ainda enormes 3.4 no demográfico alvo. Numa ação de misericórdia em relação a Alex, Inc., a comédia registrou uma Series High de 1.3, mas bem longe dos ótimos 1.9 que The Middle fez na semana passada. Em seguida, tudo em queda. black-ish (-0.2/1.1), Splitting Up Together (-0.2/1.0) e For The People (-0.1/0.5). Essa última, nem preciso dizer, se tornou um zumbi na grade da ABC.
Depois de um lead in extraordinário proporcionado por Roseanne, Alex, Inc. voltou ao normal. Exibida após uma reprise dela mesma, a comédia marcou medonhos 0.6 no demográfico alvo, uma Series Low. Mais tarde, Designated Survivor repetiu a mesma marca: medianos 0.6 no demo. O horário nobre de quinta-feira começou com Grey’s Anatomy mantendo-se nos 1.7, mas Station 19 subindo para 1.1. O Series Finale de Scandal (veja análise abaixo) fez sólidos 1.3, que são 0.5 a mais do que na semana passada e 0.1 acima do final da temporada anterior.
Nas préveias de sexta-feira, Agents of SHIELD caiu para 0.4 (-0.1), enquanto Once Upon a Time parmeneceu nos 0.4.
Alerta vermelhou ou amarelo?
Confesso ao leitor que tenho analisado os números de American Idol com um certo otimismo cauteloso. Isso porque mesmo com uma estreia sensacional, o reality show vinha caindo desde então. Em algumas semanas mantendo uma certa estabilidade, mas ainda demonstrando fragilidade.
O nível desta semana, entretanto, começa a me preocupar mais. No domingo, o programa marcou 1.3 (um Series Low) ao cair 0.2 em comparação com o domingo passado. Já na segunda, uma nova queda, desta vez de 0.2, mas para os mesmos 1.3. É verdade que o ACM Awards na CBS tirou aquele naco de telespectadores do meio oeste que a ABC tanto precisa para que esse revival funcione, mas na segunda-feira os números foram os mesmos.
Ainda acredito que a ABC vai renovar o reality show, mesmo com seu custo alto. A Disney conseguiu licenciar a distribuição internacional quase no número que a Fox fazia, sem contar com a alta espetacular de audiência que a emissora viu nos domingos em comparação com temporadas anteriores.
Sucesso é Sucesso
Eu sei. Já está bem chato glorigicar os números de Roseanne. Todavia, nós fazemos isso porque o sucesso é realmente fascinante. A série está projetada para ganhar a temporada em qualquer medição disponível. Atualmente a comédia está com uma média, incluindo a audiência acumulada, de 23.3 milhões de telespectadores e 6.7 no demográfico alvo (18-49 anos).
Esses números colocam a produção à frente do Sunday Night Football, The Big Bang Theory e até mesmo This Is Us. A última vez que a ABC teve um programa no primeiro lugar do público total? Who Wants to Be a Millionaire na temporada 1999-2000, portanto 18 anos atrás. Já no demo alvo foi em Home Improvement, na temporada 1993-94, que são há 24 anos atrás.
NBC
No sábado a NBC exibiu uma partida da temporada regular da NHL entre o Toronto Maple Leafs contra o Boston Bruins, marcando anêmicos 0.5 e atraindo apenas 1.77 milhão de telespectadores. Foi uma partida de três horas, o que não soa muito convidativo, mas os jogos de Hockey na TV fechada são muito mais populares. Ainda no sábado, Saturday Night Live sofreu com John Mulaney. O humorístico fez 1.7 no demográfico alvo (uma Season Low), caindo dos 1.9 da semana anterior com Chadwick Boseman.
No domingo, Little Big Shots perdeu 0.1 para 0.8, mesmo movimento feito por Genius Jr. ao cair para fracos 0.6. Encerrando a noite, Timeless continua em queda livre ao tropeçar de 0.6 para 0.5. Na segunda-feira, o primeiro ao vivo da atual temporada do The Voice caiu 0.1 para 1.8, enquanto Good Girls voltou ao seus Series Low ao cair para 0.9. Na exibição de terça, The Voice despencou 0.3 para ainda decentes 1.5, Rise ficou estacionada nos 0.8, enquanto Chicago Med subiu para 1.2.
Com a ajuda de um lead-in do The Voice (1.5), Law & Order: SVU registrou sua segunda melhor audiência da temporada: 1.4 no demográfico alvo. Às 22h, Chicago PD cresceu 0.1 para 1.2. Superstore caiu 0.1 para 0.8, AP Bio “segurou” nos 0.6, assim como Champions (0.4) e Chicago Fire (1.0). Sozinha, Blindspot retornou de folga com 0.5, 0.1 a menos que sua última exibição.
FOX
Bob’s Burgers teve uma leve subida de 0.8 para 0.9, mesmo movimento feito por The Simpsons para 1.0. Com uma hora de exibição, Brooklyn Nine-Nine marcou 0.9 e 0.6 às 20h e 20h30 respectivamente. Mais tarde, The Last Man On Earth voltou a cair de 0.7 para 0.6. Na segunda-feira, Lucifer e The Resident voltaram de uma férias de três semanas, marcando 0.7 (-0.1) e 0.9 (estável), respectivamente. Na terça-feira, Lethal Weapon subiu de 0.7 para 0.8, enquanto LA to Vegas e New Girl ficaram no mesmo patamar da semana anterior: 0.6.
Na quarta-feira, Empire venceu a noite mesmo caindo. O drama caiu 0.1 em relação a semana anterior, não afetando Star que permaneceu nos 1.3. Na quinta-feira, Gotham e Showtime At Apollo caíram 0.1 para 0.6. Lembro aos leitores que a situação de Gotham nunca foi tão complicada. A série é cara de se produzir, tem uma média geral pior que The Last Man On Earth e fala-se que será uma das vítimas do acordo Fox/Disney. Os números dessa semana, acreditem, não ajudam em nada.
Nas preliminares de sexta-feira, MasterChef Junior fez 0.8, uma subida de 0.7 em comparação com a semana passada.
CBS
Depois de uma estreia já ruim, Ransom ficou ainda pior ao cair para 0.3. No domingo, falando sobre equidade salarial e segurança aérea, o 60 Minutes caiu 0.4 para 1.1. Mais tarde, o Academy of Country Music Awards (ou simplesmente ACM Awards) repetiu os números do ano passado com 2.1 no demográfico alvo, mas com uma leve alta de 02 milhões de telespectadores no público total.
Na segunda-feira, Kevin Can Wait e Man With a Plan caíram 0.1 para 0.9 e 0.8, respectivamente. Superior Donuts (0.8) e Living Biblically (0.6) ficaram estáveis. Por fim, a Season Finale de Scorpion fez 0.7, uma queda de 0.5 em comparação com 2017. NCIS ficou nos mesmos 1.2 da semana anterior, mas Bull (1.1) e NCIS: New Orleans (0.8) caíram 0.1 em comparação com a semana anterior. Na quarta-feira, Survivor repetiu os 1.6 da semana anterior, enquanto a Season Finale de duas horas de Criminal Minds repetiu a marca da semana passada: 0.9.
Na quinta-feira, The Big Bang Theory (2.4), Young Sheldon (1.9) e Mom (1.4) ficaram estáveis, enquanto Life In Pieces e S.W.A.T. caíram 0.1 para 1.0 e 0.8, respectivamente. Na sexta, Hawaii Five-0 (0.9) e MacGyver (0.8) ficaram estáveis.
Ué, esqueceu?
Nesta semana a CBS anunciou uma renovação em massa: 11 programas, entre séries e reality shows estão garatidos para retornar. Embora a lista não carregue nenhuma surpresa, chama atenção a ausência de Life In Pieces, uma comédia de audiência modesta, mas sólida. Num momento que a emissora encontra dificuldades em encontrar um novo sucesso no gênero, a renovação para quarta temporada era vista como uma certeza. Então porque não veio?
Diferentemente da maioria das comédias renovadas, Life In Pieces não é produzida pela CBS Studios, mas sim pela 20th Century Fox TV. Isso quer dizer que quando uma temporada de televisão flerta com a sua conclusão, as duas partes têm que voltar à mesa para renegociar custos e divisão de lucros. Essas conversas podem ser amigáveis, como era o caso entre a Fox TV e a ABC com Last Man Stading, mas poderiam ser ruins como foi o caso da NBC com a Sony TV que levou ao primeiro cancelamento de Timeless.
Nada de novo. O que complica a situação de qualquer série produzida pela 20th Century Fox TV é a provável venda para Disney. Ninguém sabe exatamente como que a empresa estará, se é que existirá, no próximo ano. Quais serão os rumos criativos escolhidos por Bob Iger. Será que vai manter dois estúdios (Fox TV e ABC Studios)? É o que a CBS deve descobrir em breve.
CW
Na segunda-feira, Supergirl retornou de um descanso de nove semanas para manter-se praticamente firme ao cair apenas 0.1 para 0.5. Com uma nova companheira de noite, iZombie subiu de 0.2 para 0.3. No curioso caso da estabilidade de Black Lightning, o drama se despediu com 0.5 no demográfico alvo, mesmos números a oito semanas. The Flash subiu em comparação com a semana anterior, marcando bons 0.7 no demo.
O tão divulgado, anunciado e celebrado episódio musical de Riverdale não fez muita coisa. O drama cresceu apenas 0.1 em relação ao seu episódio mais recente exibido em março. A última Season Premiere de The Originals foi muito bem. A série marcou 0.4 (+0.1/2017), que é uma retenção de 100% dos números do seu lead-in. O mais impressionante? A estreia apresentou um crescimento de 75% para CW no horário em comparação com os resultados de Life Sentece e Dynasty. Sem contar que é o melhor desempenho da emissora na faixa desde fevereiro de 2017.
Na quinta-feira, Supernatural ficou estável nos 0.5, enquanto Arrow caiu (-0.1) para 0.4. A Season Finale de Jane The Virgin marcou estáveis 0.2 no demográfico, mas Dynasty caiu de 0.2 para 0.1.
A Blitz de Comey
Uma das razões pelas quais essa semana foi uma loucura deve-se a James Comey. Ex-diretor do FBI e demitido por Trump em 2017 para “tirar a nuvem pesada da investigação da Rússia”. No centro das mais diversas polêmicas, Comey escreveu um livro para se explicar e tentar se redimir. Para divulgar o lançamento, ele estabeleceu uma verdadeira blitz midiática. Abaixo, nós temos os números, é claro.
* Terceira maior audiência da história do The Late Show with Stephen Colbert lançado em 2015.
James Comey também falou com a ABC7, afiliada da ABC na grande Nova York na terça-feira (17/03), sem contar com o USA Today, NPR, The View, Good Morning America e o Today Show. Na próxima quarta-feira (25/04), há um evento especial na CNN apresentado por Anderson Cooper e a primeira (e única) entrevista para Fox News na quinta-feira, 26 de abril, para Bret Bair no Special Report.
TV a Cabo
Demorou, mas chegou. A Season Finale de The Wealking Dead foi ao mesmo tempo decepcionante e surpreendente. A série subiu 0.60 em comparação com a semana passando, registrando altíssimos 3.41. Todavia é uma queda considerável de 2.01 (-37%) em relação a 2017. Já o Season Premiere de Fear The Walking Dead foi ótima. O drama fez 1.63, uma alta boa dos 1.18 e 1.04 na primeira e segunda hora, respectivamente, da temporada anterior.
Ainda no domingo, as já renovadas Silicon Valley e Barry ficaram praticamente estáveis com 0.29 e 0.19. A Season (e provavelmente Series) Finale de Here and Now subiu para 0.11. Homeland repetiu seus 0.29 da semana passada, enquanto Billions caiu 0.07 para 0.19 e a Season Premiere da premiada (e rejuvenescida) The Circus fez 0.03. Howard’s End subiu 0.02 para ainda medonhos 0.05, enquanto Killing Eve não segurou a audiência de estreia e caiu para 0.07.
Na segunda-feira, The Terror caiu 0.06 para 0.24, McMafia manteve-se no 0.05 e UnReal também estável nos 0.12. Na terça-feira, The Last OG perdeu 0.09 para 0.49, mas que ainda foram suficientes para ganhar a noite na ala dos roteirizados. Legion continua derretendo, caindo desde vez 0.05 para 0.16. Shadowhunters na Freeform continuou na mesma com 0.12.
Por fim, Chris Hayes recebeu o ex-procurador geral dos Estados Unidos, Eric Holder, para falar sobre os “ataques de Donald Trump ao sistema jurídico” no All In with Chris Hayes. A entrevista rendeu 0.20/1.809 milhões de telespectadores, longe dos 0.32/1.385 milhões de Anderson Cooper 360º ou dos 0.28/2.582 milhões de Tucker Carlson Tonight.
Uns caem, enquanto outros sobem
Na quarta-feira, The Real Housewives of New York City subiu 0.04 para 0.46. Krypton caiu mais um pouco de 0.03 para 0.22, quase o mesmo movimento feito por The Expanse que caiu 0.06 para 0.15. Mais tarde, The Americans também caiu 0.05 para 0.13 enquanto Famous In Love despencou para uma Series Low de 0.08.
Na quinta-feira, RuPaul’s Drag Race subiu 0.03 para bons 0.38, enquanto Atlanta caiu 0.07 para 0.29 e Siren subiu levemente para 0.26.
Internacionais
Nesta semana inauguramos mais um tópico na coluna para olhar a audiência de todos aqueles programas populares que você muitas vezes assiste, mas não sabe como estão de números. Nenhum outro site da concorrência proporciona tais números, por isso temos o maior prazer de sermos pioneiros na área.
Começamos com Britain’s Got Talent que estreou sua nova temporada no último sábado (14). Embora o talent show tenha sido o mais assistido da noite, foi a estreia menos assistida desde 2007 com 8.3 milhões de telespectadores. No domingo (15), o The Voice Australia retornou ao ar. O reality show foi visto por 1.02 milhão de telespectadores, bem longe dos 1.27 milhões registrados em 2017.
A estreia da terceira temporada o The X Factor Spain retornou na sexta-feira (13), mas os números só foram divulgados nesta semana. O reality show musical dominou a TV aberta, ajudando a Telecinco a vencer a noite com facilidade: 2.46 milhões de telespectadores, com um share de 17.2%.
Análise Especial da Semana: Scandal
Vou ser bem honesto com você, querido leitor: nunca pensei que escreveria essa coluna destacando Scandal como uma Series Finale. Não que sonhava com a ideia da série durar o mesmo tempo de Grey’s Anatomy, mas que fosse um pouco mais esticada pela ABC. Mesmo que os termos criativos, de fôlego e capacidade da história em alongar-se sem prejudicar seu legado sejam discutíveis, a audiência já vinha mostrando seus sinais de cansaço. Na verdade, há muito tempo o drama não tinha mais seus dias de glória. Talvez pelo fato dos escândalos terem saído do horário nobre e aparecido com mais frequência no noticiário.
A decadência de Scandal serve para mostrar o quanto a televisão mudou de 2012 para 2018. Os telespectadores podem ser os mesmos, mas ele não busca mais o mesmo tipo de entretenimento. O apelo que a série tinha no início era realmente impressionante, algo que a ABC não via desde Desperate Housewives e Lost. Todavia, o drama conseguia fazer com que o telespectador esperasse para assistir ao vivo. Tanto que todo o conceito da TGIT foi no “imperdível” e no “bombástico”, algo que todos estariam comentando no dia seguinte menos você, o bobão que não assistiu com o restante do país.
Com o tempo esse efeito acabou. A Netflix e o restante das plataformas digitais ficaram mais populares, a oferta de conteúdo aumentava num ritmo assustador e o país se preparava para entrar no período eleitoral. As pessoas não queriam mais ver grandes paixões protagonizadas pela elite de Washington D.C., o desejo agora era assistir a si mesmo. Alguém que compartilhasse seus valores e suas dificuldades. Não é a toa que durante todo esse período, The Middle, Last Man Standing e Blue Bloods permaneceram firmes.
Médias Gerais
Média da 7ª temporada: 1.1 no demográfico alvo; 4.83 milhões de telespectadores
Média da 6ª temporada: 1.4 no demográfico alvo; 5.60 milhões de telespectadores
Média da 5ª temporada: 2.0 no demográfico alvo; 7.17 milhões de telespectadores
Média da 4ª temporada: 2.8 no demográfico alvo; 9.19 milhões de telespectadores
Média da 3ª temporada: 3.0 no demográfico alvo; 9.11 milhões de telespectadores
Média da 2ª temporada: 2.5 no demográfico alvo; 7.53 milhões de telespectadores
Média da 1ª temporada: 2.0 no demográfico alvo; 7.33 milhões de telespectadores