Chucky: estreia da 2ª temporada foi do sangue ao sarcasmo
Segunda temporada de Chucky mostrou que série voltou com tudo. Review com spoilers do primeiro episódio da segunda temporada (2x01).
Eu já aviso que essa review não é nada parcial, porque eu sempre fui fã dessa franquia maravilhosa. Desde os três Brinquedo Assassino, até depois dela ter passado a se chamar “Chucky“, de fato.
Meu interesse em partes é porque a ideia de um boneco assassino sempre foi aterrorizante para mim. Imagina aqueles bonecos que a gente tem no quarto ganhar vida durante a noite? E também em partes, porque eu sempre achei a ideia de humanos morrendo pelas mãos de um boneco ridícula.
Ou seja, é com essa dicotomia que cá estamos para falar do início dessa segunda temporada de Chucky que entrou recentemente no Star+.
Por que uma série?
Depois do quinto filme da franquia, O Filho de Chucky, que pode ter lá os seus bons momentos e hoje tem ganhado status de “cult”, mas que eu acho tenebroso, a franquia parecia estar morta e enterrada. Para a surpresa dos fãs, quase uma década depois, lá em 2013, um novo filme chamado A Maldição de Chucky foi anunciado.
Junto desse anúncio, também veio a informação que o filme sairia direto em DVD nos EUA e as expectativas foram lá embaixo. Afinal, filmes feitos para lançamentos em DVD costumam ter um orçamento de centavos e uma qualidade semelhante.
Entretanto, indo de encontro a todas as previsões, o filme foi danado de bom! E não apenas isso, ele inseriu novos elementos a franquia, mostrou que ainda existia histórias a serem contadas e reacendeu o interesse dos fãs no personagem.
Além disso, o filme também se afastou do clima mais comédia dos dois últimos lançamentos e se reaproximou do tom do início da franquia a qual, mesmo improvável, a história se levava a sério. Com isso, mais filmes era inevitável e, após uma sequência lançada em 2017, o anúncio de uma série foi mais uma surpresa.
Afinal, tinha história para isso? Uma coisa era sustentar um filme de quase 2h, outra coisa era 8 episódios de 1h cada. Mas, provando mais uma vez surpreender até mesmo o próprio público, Don Mancini (criador do personagem) nos entrega uma produção de qualidade, que retrata temas relevantes e nos traz mortes extremamente criativas.
O que a nova temporada de Chucky traz de novidade?
Após toda aquela correria no final da temporada passada, que envolvia não somente Tiffany em sua forma de boneca, mas também um caminhão cheio de “Chuckys”, essa nova temporada dá um salto de 6 meses no tempo. A ideia é a calmaria antes da tempestade.
Jake e Devon estão com famílias adotivas e Lexy continua as voltas com a sua irmã e sua mãe que não batem bem da cabeça (ninguém na série bate, aliás). E, apesar de viveram sob a sombra de todos os acontecimentos, eles estão tentando seguir em frente.
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Contudo, sabemos que Chucky (que voltou a ser apenas um, após o caminhão cheio de cópias suas ter sido destruído num aparente sacrifício de Andy) não vai deixar isso barato e voltará para se vingar em algum momento.
Aqui eu já elogio toda a parte técnica da série, no que tange a roteiro e direção. Sim, sabemos que a história é previsível, mas ainda assim a direção consegue criar aquele clima de tensão que deixa a gente instigado e preso no episódio. Os sustos são bem convincentes, seja com as jogadas rápidas de câmera ou com a trilha sonora aumentando bastante em momentos chaves.
A ideia de filmes sobre o ponto de vista do boneco também funciona. Afinal, trata-se de uma “ameaça” que somente a gente vê, uma vez que os personagens – no alto das suas arrogâncias – não costumam olhar para baixo.
Infelizmente, os atores não acompanham a competência dos profissionais de detrás das câmeras. Os intérpretes de Devon e Lexy até fazem o possível para ter algum tipo de constâncias nas suas performances.
Mas aquele menino que interpreta o Jake… é puxado! Ele fez teste para conseguir o papel? Ele era o único candidato? Porque apenas isso explica ele ter ganhado um papel de protagonista sendo tão fraco. Para não dizerem que não falei das flores, a química entre ele e o seu par romântico até que funciona, pelo menos.
E no fim?
E, no fim, temos a primeira grande morte da temporada, que é de partir o coração, apesar de justificada. Não apenas que mexe com os sentimentos e decisões do Jake, mas também por ser responsável por mandar os três personagens para uma instalação de jovens delinquentes. Ou seja, grande parte da ação dessa temporada acontecerá num único cenário, o que traz grandes possibilidades.
A série se leva muito a sério e ela precisa fazer isso mesmo. Nós? Nem tanto. Sendo fã da franquia ou tendo contato com ela pela primeira vez através da série, a verdade é que Chucky diverte e tem muitos mais qualidades que outros filmes do gênero que existem por aí.
Seja pela diversão, pelo sarcasmo ou pelo sangue, assistam! São risadas e sustos garantidos.