Corpos (Bodies): série tem viagem temporal de mistério e intrigas
Corpos: nova série da Netflix é intrigante e vale a maratona. Mas qual é a história? Entenda os mistérios que permeiam a trama.
No cenário televisivo atual, em que as produções são inúmeras e as opções para o telespectador parecem infinitas, a Netflix nos brinda com sua mais recente joia: a série “Corpos” (“Bodies”). Desde seu episódio de estreia, a narrativa demonstra ser uma daquelas dignas de uma longa maratona.
A premissa parece, a princípio, absurda: um corpo assassinado aparece exatamente no mesmo local, porém em três décadas diferentes – 1890, 1941 e 2023. Mas não se engane pensando que é apenas uma coincidência; é exatamente o mesmo corpo. E os mistérios só se intensificam à medida que nos aprofundamos na trama.
Através dos tempos, a série apresenta detetives que, além de desvendarem o caso, nos oferecem retratos íntimos das problemáticas de suas respectivas épocas, seja envolvendo sexualidade, religião ou os conceitos mutáveis do que é certo ou errado.
Detetives de Corpos se tornam trunfo na trama
Shahara Hasan (interpretada pela talentosa Amaka Okafor) em 2023, serve como âncora da narrativa. Mesmo estando em nosso tempo atual, sua investigação e dilemas não ofuscam as atuações e histórias de Charles Whiteman (Jacob Fortune-Lloyd) de 1941, e de Alfred Hillinghead (Kyle Soller) de 1890. O mistério da bala que desaparece dentro do corpo vítima é uma das maiores incógnitas que instigam os detetives – e, claro, o público.
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Baseada na graphic novel de Si Spencer, de 2015, a série homenageia a obra original em sua rica atmosfera e estética. As influências podem ser sentidas nas tomadas, iluminação e, especialmente, na trilha sonora que embala o enredo.
Para quem não está familiarizado com o material original, um conselho: persista na série, pois rapidamente o ritmo se intensifica. A história, aliás, se desenrola com a entrada de mais um personagem instigante. Estamos falando da detetive Iris Maplewood, interpretada por Shira Haas, que também se depara com o enigma do corpo.
As conexões entre as épocas começam a se revelar, tornando a série uma experiência ambiciosa, mas extremamente recompensadora. Entre sessões espíritas, perseguições, tiroteios, traições e conspirações, os telespectadores se deparam com um presente em forma de mescla de gêneros. “Corpos” é um drama de época, um noir dos anos 40, uma série policial e uma ficção científica experimental. É como comprar um e levar três de brinde.
Nova série da Netflix, Corpos vale a maratona
Dentro dessa trama intensa, cada personagem tem seus próprios segredos e desafios. Hillinghead é um policial honesto com desejos ocultos, cuja vida muda drasticamente após seu encontro com o corpo. Whiteman, por sua vez, apesar de não ser tão íntegro em sua profissão, tem sua vida virada do avesso após se deparar com o misterioso cadáver. Hasan enfrenta o desafio de ser seguida por um adolescente que diz prever o futuro, enquanto no futuro, a investigação de Maplewood se vê comprometida por um enigmático “alerta vermelho” em seu caso.
As identidades mudam e se deslocam, e, apesar da abundância de elementos na trama, quando tudo começa a se conectar, a série se transforma em um pacote emocionante. Uma coisa é certa: “Corpos” oferece ao público uma experiência única e instigante, que permanecerá em nossa memória muito tempo após o final dos episódios.