Crítica: 21×20 de de Law & Order: SVU foi um final cheio de tropeços

Diante de um grande tropeço na semana passada, Law & Order: SVU se despede da sua 21ª temporada de uma forma ainda mais problemática

The Things We Have to Lose, Law & Order: SVU
Imagem: NBC/Divulgação

Num fechamento de ciclo, drama deixou mais pontas abertas

Depois do tropeço na semana passada com uma proposta sem pé nem cabeça, Law & Order: SVU despede-se do seu 21º ano repetindo a mesma dose. Tenta fazer algo diferente e se perde na sua própria ideia.

É bem verdade que, neste momento na qual estamos vivendo, não poderia analisar essa Season Finale com o mesmo rigor das anteriores. É possível, sendo assim, que os roteiristas tivessem outra ideia para encerrar essa temporada tão importante para uma série que continua desafiando o tempo. O problema é que mesmo se analisarmos de uma perspectiva de um único episódio, e não um responsável por encerrar um ciclo, ele não funciona e continua decepcionando. O porquê vamos analisar com profundidade abaixo.

Em The Things We Have to Lose temos a continuação de uma história que assistimos lá no Season PremiereI’m Going To Make You a Star, onde Ian McShane fez uma excelente participação especial como Sir Toby Moore. Interpretando uma figura com traços de Roger Ailes e Harvey Weinstein, ele foi pego e finalmente vai a julgamento. Situação que, eu e você, estávamos esperando que acontecesse neste episódio. Contudo, nada disso aconteceu aqui em virtude das manobras jurídicas de uma equipe jurídica bem paga. E é a partir daqui, queridos leitores, que o roteiro começa a se perder com propostas sem sentido, decisões vazias e manobras incoerentes.

Que justiça é essa?

Há uma máxima no mundo jurídico que diz ‘Justiça atrasada é justiça negada’, isto é, quando mais o sistema jurídico demora para agir, mais distante a vítima ficará de conseguir ‘justiça‘. A proposta de discussão do episódio é justamente essa. Entender que, mesmo que o princípio da presunção de inocência seja (e deva ser) preservado, há situações que a justiça demora demais a agir e prejudica sua imagem junto a opinião pública. O problema é que logo nos primeiros minutos do episódio, o próprio roteiro se desprende desses ideais, aposta em trazer discussões irrelevantes e ainda tropeça em situações básicas que derrubariam qualquer investigação.

The Things We Have to Lose, Law & Order: SVU
Imagem: NBC/Divulgação

Temos uma clara intimidação de testemunhas. É evidente para o telespectador. É evidente para os personagens. Porque Carisi, o promotor do caso, não colhe esses testemunhos e entrega ao juiz pedindo uma prisão preventiva? Não há juiz que não prenderia um acusado com esse tipo de comportamento. Outro momento que desafia o senso comum: Olivia questiona a advogada de Sir Toby, Elana Barth, sobre o porquê defender alguém tão repugnante. Ora caro leitor, já não passamos da fase de questionar a decência do advogado por defender alguém evidentemente deplorável? A constituição brasileira, assim como a americana, afirma que todos merecem e devem ter defesa. Desde o ladrão de galinhas até mesmo os terroristas da maratona de Boston.

Fugindo do foco

Toda Season Finale deve fazer duas coisas: amarrar pontas soltas e abrir espaço para novas narrativas na temporada que vêm aí. Isso foi feito, mas não quer dizer que funcionou. O detetive Tutuola nunca teve um grande momento em toda sua trajetória na série, com exceção de quando teve que lidar com a homossexualidade do filho. É aí que surge a ideia de colocá-lo no olho do furacão nos minutos finais. O problema com a proposta é que, durante todo o episódio, ela confundiu o telespectador ao aparecer em momentos distintos e desconexos. ‘Opa, mas aquela ali não é a testemunha, ?’, me vi questionando em todos os momentos que elas entravam. Por que não colocar Finn noutra narrativa, mas com o mesmo conceito? É impressionante como sempre apostam no caminho mais difícil.

Em suma, tivemos uma Season Finale problemática para uma boa temporada que alternou entre momentos bons e ruins. Espero que, quando Law & Order: SVU retornar para seu próximo ano, seja lá quando isso aconteça, a série esteja mais focada e consciente da sua importância.

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Bernardo Vieira

Meu nome é Bernardo Vieira, sou catarinense e tenho 25 anos. Sou bacharel em direito, jornalista e empreendedor digital. Escrevo no Mix de Séries desde janeiro de 2016.Sou responsável pelas colunas de audiência e Spoiler Alert, além de cuidar da editoria de premiações e participar da pauta de notícias. Quer saber mais? Me pague um café e vamos conversar.

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