Crítica: 2ª temporada de Elite, série da Netflix, é mais provocante e misteriosa

Crítica da segunda temporada da série Elite, série original espanhola da Netflix.

Com a mesma estrutura narrativa, Elite retorna e continua agradando

A primeira temporada de Elite surpreendeu e caiu no gosto popular. Uma trama viciante com personagens interessantes e um assassinato misterioso. A curta temporada de 8 episódios conseguiu driblar alguns problemas e entregou um saldo positivo. A primeira temporada bateu recorde e foi assistida por mais de 20 milhões de pessoas, apenas no primeiro mês de lançamento.

Com todo o sucesso, restava saber se os produtores seriam capazes de repetir o feito. Ainda é cedo para dizer com propriedade, uma vez que a Netflix liberou para a imprensa apenas os dois primeiros episódios da segunda temporada. Mas posso admitir que o começo é ótimo e mantém a mesma estrutura que funcionou na temporada anterior. Ainda existem muitos segredos escondidos por trás do luxo e privilégios dos jovens ricos, e a nova temporada leva a trama para um novo nível.

A volta às aulas, como já era de se esperar, é bastante turbulenta. Alguns meses se passaram desde a morte de Marina e a prisão de Nano, acusado do assassinato. Os bolsistas Samuel, Nadia e Christian agora vivem um momento diferente de suas vidas, mas ainda continuam incomodando. Mas o novo ano escolar apresenta três novos alunos que movimentam a escola, assim como o trio apresentado na primeira temporada, e um novo mistério traz novas complicações aos alunos do Las Encinas.

Novos alunos, novo mistério, mesmas regras

Ainda que o assassinato de Marina continue a ser um peso, a segunda temporada aposta em novas histórias e explora seus personagens para agitar a trama. Eles são colocados em novas situações que acabam forçando a tomar decisões precipitadas. Novas dinâmicas entre os personagens são estabelecidas e prometem surpreender o público. Os saltos no tempo, que já são uma marca da série, continuam para esclarecer o que aconteceu e para onde a trama vai.

Os novos alunos são importantes para esse novo ciclo e isso fica claro assim que são apresentados. A personagem que mais chama atenção é Rebeca, uma emergente social vivida pela atriz Claudia Salas. Ela lembra bastante uma versão mais jovem de Nairóbi (La Casa de Papel), seja nas atitudes e na maneira de se expressar. Valerio, vivido pelo ator Jorge López, é uma versão rica de Christian. Ele tem o mesmo espírito festeiro e mulherengo. É meio irmão de uma personagem e, quando estão juntos, evocam o clássico filme Segundas Intenções. Já Cayetana é a personagem mais controversa. Quanto menos souber sobre ela, melhor. Uma personagem que coleciona tanto seguidores, quanto mentiras.

Um novo mistério é apresentado e, assim como no primeiro ano, a identidade da nova vitima já é revelada. Se antes o mistério era sobre um assassinato, agora é sobre um desaparecimento. Mesmo seguindo uma idêntica estrutura da primeira temporada, a trama central do segundo ano funciona muito bem. Uma nova investigação é estabelecida e os mesmos alunos estão envolvidos nessa nova situação que não é tão definitiva quanto um assassinato, mas funciona como gatilho para pressionar ainda mais os alunos. Mas a sombra da morte de Marina continua presente, seja para Samuel provar a inocência do irmão, ou para o verdadeiro assassino que tem que viver com a culpa.

Considerações finais

Elite apresenta uma segunda temporada tão divertida e viciante quanto a primeira. Ainda continua sexualmente apelativa, mas não digo isso como algo negativo, o sexo é inserido de forma autêntica para a realidade da juventude. Afinal, é uma série que fala, dentre tantas coisas, sobre relacionamentos e atrações sexuais.

Há mais profundidade nos personagens e em suas novas relações surpreendentes. O roteiro ainda se apoia no contexto social e no abismo econômico que os separa. Tudo isso se torna um catalisador para mais conflitos. Os novos personagens se encaixam bem no universo de Elite e no novo mistério que cerca os alunos da escola Las Encinas.

O recurso flashforward utilizado na temporada de estreia é mantido e ajuda no ritmo da série. Os nomes dos episódios marcam as horas que … (spoiler) está desaparecido (a). A direção explora novas possibilidades para trazer a ação e, em alguns momentos, abusam das capturas de câmera lenta. Além disso, a trilha sonora é atual e continua sendo um dos destaques.

A segunda temporada estreia dia 6 de setembro na Netflix com oito episódios e com certeza vale uma maratona!

Sobre o autor
Yuri Moraes

Yuri Moraes

Bacharel em Direito, estudante de Marketing Digital. É fascinado pelo universo dos heróis e apaixonado por séries e filmes. Livros de suspense policial são seus favoritos. Boa música e reality shows nao podem faltar. A série favorita, The OC. No Mix, colabora com algumas críticas de séries como, Blindspot, Ozark, La Casa de Papel entre outras.

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