Crítica: 2ª temporada de New Amsterdam tem grandes mudanças na primeira parte

Crítica da primeira metade da segunda temporada da série New Amsterdam, exibida nos EUA pelo canal NBC. Série retorna com episódios inéditos em 2020.

2 temporada de New Amsterdam Crítica
Imagem: NBC/Divulgação.

Mudanças importantes chegam ao hospital

“Como posso Ajudar?”. Nunca é demais iniciar as críticas de New Amsterdam com o bordão do protagonista Max Goodwin (Ryan Eggold). Certamente, a essência do show está nos desdobramentos da filosofia e dos posicionamentos do diretor do hospital. Porém, a primeira metade da segunda temporada demonstrou que existe um limite para Max, e viradas precisam ser dadas.

Além disso, com a inclusão de novas personagens e tramas, New Amsterdam conseguiu manter o ritmo acelerado de cada episódio, apesar de aderir outra linha narrativa. De saída, o aprofundamento das subtramas de personagens secundários foi um ótimo acréscimo ao roteiro, mas tirou um pouco do peso político da série.

Alguns “adeus” e muitos “olá”

A estreia da segunda temporada trouxe, de forma emocionante, o adeus a Georgia. Se o esforço dos roteiristas no começo da temporada consistia em confundir o espectador sobre os resultados do acidente, o desafio dos episódios seguintes foi mostrar como o elenco lidaria com as mudanças.

Entretanto, além de Georgia, também nos despedimos de Dora, que aceitou outro emprego e deixou New Amsterdam (já falamos bastante na temporada passada como Zabryna Guevara era subutilizada na série). Mas também tivemos importantes adições ao elenco.

Entre elas, destacaria a participação de Todd Benson (Darren Pettie), um contraponto necessário à visão idealista de Max. Embora pessoalmente discorde na abordagem mais conservadora do personagem, é importante a série incorporar outros pontos de vista que aprofundem e complexifiquem as discussões propostas, papel cumprido por Ron Rifkin na temporada passada.

Outra incorporação importante foi a de Duke (Ian Duff), que vem sendo supervisionado por Reynolds, numa clássica trama de mestre e aprendiz que diz muito sobre o próprio mestre. Sem dúvida, é interessante ver Floyd nessa posição de mentor, e como isso traz questões de sua própria trajetória, tornando o personagem mais interessante.

Os arcos dos coadjuvantes

De modo similar à temporada passada, o roteiro caminha com muitas tramas paralelas, e tenta desenvolver seus coadjuvantes no processo.

Entre todos os arcos, porém, é importante destacar o de Helen Sharpe. Desde a primeira temporada, vimos seu caminho de desconstrução e reconstrução, e nesta segunda temporada temos o aprofundamento disso; com consequências.

Foi sintomático (sim, usamos termos médicos rs) o conflito entre Sharpe e Goodwin no terceiro episódio, colocando ambos em posições quase opostas à temporada anterior. Helen, cada vez mais, toma um posicionamento crítico à medicina liberal e favorável aos pacientes, correndo riscos sérios, o que leva Max a adotar um tom mais cuidadoso, pelo temor de ver sua amiga prejudicada. Essa dinâmica é muito boa para a série, pois mostra a fluidez das personagens.

Entretanto, o preço da reconstrução veio para Helen na midseason finale, quando Karen Brentley (Debra Monk) a tirou de suas funções de comando no hospital, deixando esse arco aberto para o retorno da série em janeiro.

Afora o papel de mentor, o arco de Reynolds também envolve seu não tão empolgante relacionamento com Evie. Desta vez, o ponto de tensão gira em torno do interesse de Evie seguir trabalhando em Los Angeles, o que representa um problema para o relacionamento dos dois. O arco de Iggy, por sua vez, tem permitido aprofundar as questões familiares, com a tentativa de nova adoção, mas isso é algo cuja conclusão veremos mais a frente.

Mudanças para Max

Desde o começo da série, o adoecimento de Max tem sido um dos pontos centrais da narrativa. Já vimos sua negação à doença e seu sofrimento com o tratamento. Esta temporada, porém, tem dado ênfase à recuperação do protagonista e à expectativa quanto às terapias personalizadas.

Em suma, a melhora de Max com o tratamento administrado pela dra. Valentina Castro (Ana Villafañe) trouxe ao roteiro uma trama sobre um possível marco na terapia do câncer, uma esperança para pacientes e familiares, que acaba sendo encabeçada pela equipe do hospital.

Também, a narrativa sobre Max lida com sua dificuldade em se despedir de Georgia e sua adaptação à nova vida ao lado de Luna. Seu arco na primeira metade da temporada ilustra bem essa dificuldade em lidar com o luto e com a dor, e trouxe uma profundida à personagem muito boa à série.

Ademais, o episódio da midseason trouxe uma virada fundamental à narrativa. Max, enfim, está em remissão do seu câncer, o que coloca um novo cenário para o personagem nos próximos episódios. Além disso, ainda há abertura para o desenvolvimento de sua relação confusa com Helen Sharpe.

E dá-lhe cliffhanger

Como um bom final de midseason, o nono episódio da segunda temporada deixou uma ótima ponta para a retomada em janeiro. Novamente, New Amsterdam utilizou sua veia de crítica social para lidar com um tema de grande importância: as condições de mulheres detentas.

O episódio, que teve uma boa parte passada na Ilha Rikers, a famosa prisão em Nova York, abordou as péssimas condições na ala feminina, em meio a um caso de overdose/envenenamento de uma mulher detenta. Além das excelentes cenas com Max, Helen e Iggy na prisão, explorando aquele ambiente inóspito, o final do episódio trouxe uma grande abertura.

Ao final, é revelado que a overdose da detenta, na verdade, era uma conspiração para encurralá-la no próprio hospital, havendo um indicativo de uma rebelião de outras prisioneiras em pleno New Amsterdam, pondo em risco todos que lá estão.

Certamente, o episódio de retorno lidará com essa complicada situação, além das viradas pessoais de cada personagem.

Sequência promissora

Mantendo o ritmo acelerado da primeira temporada, mas trazendo novos elementos narrativos, New Amsterdam continua sendo uma ótima série médica, que emociona a cada episódio e prende a audiência para sua sequência. Resta saber como as viradas da primeira metade afetarão Max e sua equipe.

Vale lembrar que a primeira temporada New Amsterdam está disponível no Globoplay.

Sobre o autor
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Luiz Alves

Historiador, pesquisador em saúde, fã de histórias em quadrinhos e jogador de RPG de longa data. Adoro sitcoms de Seinfeld a Brooklyn Nine-Nine, cresci vendo dramas como House, e me apaixonei pelo suspense de Hannibal e a fantasia de Penny Dreadful. Escrevo no Mix desde 2017, fazendo reviews de séries baseadas em quadrinhos, dramas e outras por aí. Atualmente, faço as reviews de New Amsterdam.

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