Crítica: 2×16 de New Amsterdam focou nos dilemas de conduta

Crítica do décimo sexto episódio da segunda temporada de New Amsterdam, intitulado Perspectives, exibido nos EUA pela NBC.

Critica New Amsterdam 2x16

“A meu ver, porque você divide seu foco, um de seus pacientes morreu”- New Amsterdam, 2×16

Desde o começo de New Amsterdam, temos acompanhado o protagonista Max Goodwin em seu estilo multifacetado, buscando estar presente em todos os espaços do hospital. Porém, no episódio “Perspectivas”, Max teve de lidar com a possibilidade de seu modo de operar ser prejudicial aos que o cercam.

Na verdade, todos os personagens principais tiveram de lidar com o peso de suas condutas. Desde condutas sobre crença, com Kapour, a condutas coletivas, com Iggy, passando pelo dilema ético entre Sharpe e Castro, o episódio levou os personagens a repensarem suas formas de agir.

Um fim razoável à rivalidade Sharpe x Castro em New Amsterdam

Após uma sucessão de enredos ruins, finalmente os roteiristas deram um desfecho à história entre Helen Sharpe e Valentina Castro. Não que tenha sido uma boa trama no episódio também.

A atitude de Sharpe ao trocar os medicamentos para forçar Castro a cancelar o teste foi bizarramente imprudente, trazendo a velha questão de os fins justificarem os meios. Depois, o acordo entre as duas pareceu muito mais uma tentativa de acerto pessoal para Sharpe do que “faço tudo por você, Max”, como ela colocou ao final.

Por sinal, o roteiro pesou a mão ao criar um cenário forçado de tensão entre os dois, só para que Max, novamente, se visse em um triângulo com Sharpe. Eu espero que, quando os dois se juntarem, finalmente, os roteiristas mandem melhor na escrita sobre essa relação.

No mais, espero que Castro não retorne, mas, se o fizer, que seja menos superficial.

Kapour e Bloom encaram suas condutas pessoais

Apesar de terem recebido pouca atenção, Kapour e Bloom tiveram pontos sensíveis neste episódio.

A história do gato preto foi muito boa, pois traz mais elementos da fé do neurologista; por sinal, ele tem sido gradualmente aprofundado ao longo da temporada, o que é ótimo. Foi bom também vê-lo negociar seus medos com Ella.

Em paralelo, Bloom teve de refletir sobre seu próprio vício em Aderall para lidar com seu passado com a mãe. Aos poucos, a personagem também vai ganhando não só peso dramático, mas carisma dentro da série. Bem mais que Reynolds…

Floyd, bem que você já poderia se mudar…

Floyd Reynolds começou a série como um personagem intrigante, pois trazia discussões importantes sobre racismo e as dificuldades de pessoas negras em atuar no mundo médico. Infelizmente, esse aspecto de sua história saiu um pouco de cena (claro, existem outros aspectos no personagem).

Porém, toda a trama envolvendo sua saída do hospital e a relação com Eve tem sido um pouco cansativa. Neste episódio, ambos lidaram com um dilema ético retroativo, na busca por possíveis erros médicos no caso de um supremacista branco que morreu durante procedimento.

Essas “saídas da verdade” que ele usa parecem bem questionáveis, e não criam um personagem falho e humanizado, só um potencial babaca mesmo.

Iggy e os tiroteios em escolas

Como não é raro na série, a parte de Iggy Frome trouxe uma preciosa discussão social. Desta vez, o tema do medo quanto a tiroteios em escolas norte-americanas foi abordado com delicadeza e criatividade.

Nos Estados Unidos, o princípio da segurança é muitas vezes levado a medidas extremas (talvez a única justificativa aceita por eles para quebrar a liberdade individual). No episódio, Frome lida com uma adolescente traumatizada pelos exercícios de segurança da escola, e acaba mostrando como muitos dos estudantes sofrem o mesmo.

Em tempos de discursos raivosos e militaristas, a série conseguiu, certamente, passar com sutileza uma visão mais humana do problema da violência, algo bem distante da fantasia de ação e guerrilha alimentada pela indústria, na maioria das vezes.

Em um episódio movido por diferentes “Perspectivas” quanto às condutas dos personagens, New Amsterdam seguiu construindo um bom caminho para seu final de temporada.

Confira o vídeo promocional abaixo do próximo episódio de New Amsterdam. Portanto, até lá!

 

Sobre o autor
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Luiz Alves

Historiador, pesquisador em saúde, fã de histórias em quadrinhos e jogador de RPG de longa data. Adoro sitcoms de Seinfeld a Brooklyn Nine-Nine, cresci vendo dramas como House, e me apaixonei pelo suspense de Hannibal e a fantasia de Penny Dreadful. Escrevo no Mix desde 2017, fazendo reviews de séries baseadas em quadrinhos, dramas e outras por aí. Atualmente, faço as reviews de New Amsterdam.

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