Crítica: 3×04 de Preacher mostra o lado sombrio de Jesse Custer L’Angelle

Review do quarto episódio da terceira temporada de Preacher, da AMC, intitulado "The Tombs".

Imagem: AMC/Divulgação
Imagem: AMC/Divulgação

Com o Santo dos Assassinos levando várias chicotadas – em silêncio – e colocando mais marra que o próprio Satan, eu me arrisco a dizer que esse foi o melhor episódio até agora!

E começo essa review reafirmando que só pela aparição do Santo, já podemos conceder para esse episódio o título de melhor da temporada. Acrescente a cara de marra de Graham McTavish, o amor teimoso de Cassidy, a braveza de Tulip e o instinto sangrento de Jesse. De fato, esse foi “o episódio”!

O Santo dos Assassinos é muito mais Badass que o próprio Satan!

Quando o carcereiro aparece para abrir a cela, eu já imaginava que era a do Santo. Aquela trilha de suspense, quando ele apareceu, foi tudo de bom. O cara não estremeceu nem diante do próprio Satan. Não suava, não expressava dor nem emoção alguma além do desejo de vingança contra o “Preacher”. Sem dúvida ele é mais badass que o próprio capiroto.

Sobre o Satan, apesar de gostar da sua aparição, não curti muito a forma cômica com a qual ele foi apresentado. Talvez ele se pareça muito com o Satan das HQ’s, mas, para a série, achei que não passou uma boa impressão. Ele me fez lembrar muito do “Little Nicky, Um Diabo Diferente”, onde Adam Sandler fazia um diabinho meio otário e muito bobão. Ainda assim, acho que o ator fez bem o papel. Minha crítica, entretanto, é em relação à direção do personagem mesmo. Eu imaginava um Satan com mais presença. Mesmo assim, dou ponto para a decoração do escritório. Macabro, mas com um toque elegante.

Sobre as Tumbas…

“Este lugar traz o pior dele.” – Sabina, falando sobre Jesse e sua relação com o local.

Um antro de maldade, onde seres humanos lutavam para recuperar suas almas, sem nunca ter sucesso. Ali, o ápice da violência era alcançado sem o menor esforço. Um ponto interessante sobre essa atração é que ela era usada como um chamativo para os clientes da vovó de Jesse. E ele realmente mudava de aparência quando apresentava os shows. Parecia que o ambiente trazia seu lado mais malévolo.

Qual a habilidade de Jody? O cara tem a mesma aparência de quando Jesse era só um adolescente e ainda tem uma força descomunal. TC, apesar de ser um cara com sérios problemas mentais, percebe muita coisa. Quando ele alertou Jesse quanto às suas idas ao “cinema”, achei que estava se referindo à Tulip. Depois as coisas ficaram mais claras. Jesse teve uma infância no Texas, onde ele e a Tulip iriam “até o fim do mundo” juntos. Depois da morte de seu pai, passou a viver em Angelville com o lado bruxo da família.

Os Capuletos e os Montecchios da bruxaria.

Então quer dizer que Jesse teve um romance bem caloroso com Sabina? Esse conto de amor é tipo o Romeu e Julieta da feitiçaria. Depois da história que a Madame contou à Tulip, a rincha de Custer com os Boyds passou a fazer todo sentido. A única dúvida que resta é o que aconteceu, de fato, com Kenny naquela fatídica noite de lutas nas Tumbas. Sabina conta uma versão, Jesse conta outra… Imagino que a verdade seja diferente das duas, mas é só especulação minha mesmo. Se Jesse tivesse descarregado sua desilusão amorosa em Kenny, a versão de Sabina faria todo sentido.

No final das contas, eu aposto que a Madame Boyd está usando a Tulip para algum tipo de vingança. Nessas questões de fazer feitiços e quebrar feitiços, sempre tem algum detalhe que os personagens deixam passar e acabam se dando mal. Mas o amor de Tulip por Jesse é tão grande que ela está disposta a correr altos riscos por ele. Achei hilário quando ela faz um buraco no chão com a metralhadora para fugir da casa dos Boyds no estilo desenho animado.

Imagem: AMC/Divulgação

O amor é cego!

Apesar de todos os esforços de Jesse para livrar o vampiro da morte certa, Cass parece não se importar mesmo. Eu já ouvi dizer que o amor é cego, mas com Cass a coisa chega ao cúmulo da cegueira.

Cortar o vampiro em pedacinhos e enviá-lo para Nova Orleans foi uma boa estratégia. Pena que ele contrariou o plano de Jesse e voltou às Tumbas para encarar seu destino. Cantando “Danny Boy” – uma canção que remete à cultura irlandesa – com seus sapatos manchados de sangue e sua cara de sanguinário. Aquela luta com Jesse foi realmente digna de uma noite nas Tumbas.

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No fim, Cassidy acabou aceitando voltar para Nova Orleans. Impressionou-me que a estratégia de “vestir” a pele de outra pessoa tenha dado certo. Eu fiquei esperando ele borrifar aquela poção na Tulip, não sei porque não o fez. Principalmente porque ele tomou um “eu não te amo” bem na cara. Talvez a agente Featherstone o convença a usar a magia. Intrigou-me muito vê-la no mesmo ônibus que Cass. O que será que o Graal pretende fazer?

Sobre o autor
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Albert Moura

Jornalista e seminarista, além de pai de primeira viagem. Casado com a Ana, mas amante das séries. Atualmente acompanha Outcast, Better Call Saul, American Gods, Lucifer, Gotham, o universo Marvel, Arquivo X e mais algumas, além de também ser um eterno fã de Friends. No Mix, escreve sobre Preacher e Lethal Weapon.

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