Crítica: 5ª temporada de Elite é desastrosa

Critica da quinta temporada do drama espanhol Elite, popular série original Netflix sobre um grupo de alunos envolvidos em um crime.

Elite 5 temporada
Imagem: Divulgação.

Elite, uma das produções mais populares do catálogo da Netflix, é sucesso dentro e fora da plataforma. Os fãs da série provam isso com seu engajamento e entusiasmo nas mídias sociais, ao postar e comentar sobre o elenco e os momentos favoritos da série.

Em sua estreia em 2018, a produção trouxe a temática teen clássica das séries de TV. Além disso, apresentou um diferencial, uma trama de investigação em um cenário escolar recheada de cenas quentes. A cada nova temporada, novos dramas, novos personagens e um novo crime a ser desvendado surgiam.

Porém, a série não está em sua melhor forma na sua quinta temporada. Na verdade, desde sua temporada anterior já vem mostrando sinais de desgaste. O thriller adolescente espanhol está de volta com novos episódios evidenciando que a produção deveria ter sido encerrada em seu terceiro ano, entregando ao público um encerramento que fosse decente e satisfatório. Logo, seria o jeito certo de finalizar ainda no auge.

A nova temporada de Elite, então, apresenta um novo e desinteressante mistério que não carrega o mesmo peso e importância de antes. Aposta em triângulos amorosos questionáveis e a já habitual apelação sexual levada a outro nível. Desta vez ainda mais forçada.

Com personagens perdidos e subtramas mal desenvolvidas, os alunos da escola Las Encinas fazem de tudo, menos estudar. Os jovens cometem crimes, organizam orgias, usam drogas, se envolvem em esquemas duvidosos, situações absurdas e todo tipo de problema.

Imagem: Divulgação.

Novos episódios de Elite desperdiçam talento e carisma do elenco

Depois do incidente da temporada passada, Benjamin promove várias restrições aos alunos e medidas mais rígidas. E isso inclui monitoramento de localização de cada um deles. Além disso, qualquer contato físico está proibido nas dependências da escola.

Claro que isso não agrada os alunos, em destaque seu filho Patrick. A tentativa de reprimir e controlar os alunos não sai como planejado, o que leva alguns alunos se rebelarem, liderados pelo próprio filho do diretor.

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Em Elite, os novos personagens funcionam apenas como dispositivo de enredo a fim de movimentar as tramas e trazer qualquer possibilidade de mais conflito. A história de Isadora (Valentina Zenere) a “Princesa de Ibiza” carece de profundidade. A personagem apenas transita pela escola com cara de bitch.

No penúltimo episódio, ela passa por uma situação complicada que é conduzida de forma apressada depois. No final, descobrimos que sua real função na série era ajudar na redenção de Philipe, o príncipe que abusava sexualmente e filmava diversas garotas.

Ademais, Samuel está em conflito entre agradar sua namorada, Ari, e não decepcionar Benjamin, que nos novos episódios se torna uma espécie de figura paterna para ele. Então, ele percebe que essa lealdade que Benjamin demonstrava carregava segundas intenções.

Ari por sua vez está diferente e determinada a experimentar viver tudo que tiver vontade. Da mesma forma, Rebeka e Mencia tentam salvar seu relacionamento que é sabotado por Mencia sem motivos plausíveis. Muito drama sem justificativa.

Com uma escrita rasa, o roteiro se apresenta ainda mais perdido que na temporada anterior

A quinta temporada de Elite, além de apresentar subtramas rasas, comprova que não há uma boa mistura que conecte suas histórias de alguma forma. Sendo assim, a sensação é que o público está assistindo diversas histórias aleatórias.

A edição parece não acertar o tom. A montagem de cada episódio sofre com o ritmo e a inserção das cenas de flashforward. Em certos momentos, tenta evocar Euphoria, com o abuso das cores neon e dos diferentes ângulos de câmera, mas tudo se parece mais com um conjunto de clipes musicais.

O plot do personagem em situação de rua (Bilal?!) é mal desenvolvido e esquecido de forma rápida, para dar prioridade ao que de fato interessa. Fica claro que a introdução desse personagem serviu para dar algum tipo de ação a Omar. Dessa forma, ele não tem função na temporada e certamente deveria ter sido cortado na temporada passada. Sua relação com Patrick também é descartada.

Ainda que as atitudes de Patrick sejam justificáveis dado seu problema com seu pai, é exaustivo acompanhar todo drama do personagem que parece sofrer da Síndrome do Impostor. Seu ponto de esperança parece ser a relação que estabelece com novo aluno Iván, vivido pelo ator brasileiro André Lamoglia. Mas Patrick, no entanto, tende sempre a estragar tudo e se envolve numa espécie de triângulo amoroso questionável.

Elite 5 temporada
Imagem: Divulgação.

Em meio a tantas histórias soltas e perdidas, o mistério principal da temporada ganha uma reviravolta interessante, mas já é tarde demais para tentar salvar alguma coisa. As cenas de flashforward são desconexas e parecem não se encaixar na trama. E ainda, apresentam um mistério sem nenhuma emoção.

Veredito sobre Elite

Elite é um daqueles exemplos clássicos de produção que teve um ótimo início, mas sua longa duração acabou se tornando um problema. Desta forma, a série perdeu aquilo que a tornava interessante e atraente ao público. O que é uma pena. A quinta temporada não tem nenhum momento memorável, nem mesmo a revelação final tem impacto. As únicas coisas que os fãs lembrarão são as cenas de Patrick e Iván, e a festa estilo Sense8 que acontece no segundo episódio. Porém, de resto, não há muito o que comentar.

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Mas, enquanto a Netflix cancela inúmeros títulos da mesma forma populares, com Elite a plataforma parece estar disposta a continuar investindo. Portanto, com a sexta temporada já confirmada e a promessa de um reboot em todo o elenco, resta saber se o desfecho da atual temporada será resolvido em um episódio especial, um filme ou quem sabe nos curtas (que apresentam uma qualidade bem superior em comparação com as duas últimas temporadas).

No entanto, sem dúvidas, Elite prova que durou mais tempo que deveria. Melhor teria sido encerrar na terceira temporada, antes de produzir uma reciclagem genérica de tramas bobas, vazias e apoiadas nas cenas de s*xo gratuito em exaustão.

Talvez a salvação da série seja uma completa reformulação, ou talvez não haja mais nada a salvar. É o que dizem, o último a sair apaga a luz!

E então, o que você achou da temporada? Deixe nos comentários e continue acompanhando as novidades do Mix de Séries.

Nota: 1.5/5

Sobre o autor
Yuri Moraes

Yuri Moraes

Bacharel em Direito, estudante de Marketing Digital. É fascinado pelo universo dos heróis e apaixonado por séries e filmes. Livros de suspense policial são seus favoritos. Boa música e reality shows nao podem faltar. A série favorita, The OC. No Mix, colabora com algumas críticas de séries como, Blindspot, Ozark, La Casa de Papel entre outras.

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