Crítica: Arrested Development tenta voltar às raízes na parte 1 da quinta temporada

Crítica da primeira parte da quinta temporada de Arrested Development, da Netflix.

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Imagem: Netflix/Divulgação
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Imagem: Netflix/Divulgação

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No último dia 29 de maio, a Netflix disponibilizou para seus assinantes a primeira parte da nova temporada de Arrested Development. Contendo oito episódios iniciais o quinto ano da comédia foi lançada recentemente, no intuito de disputar o Emmy desse ano.

Mas será que eles merecem mesmo?

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Vamos tentar colocar ordem na casa…

Depois de uma temporada confusa como foi a anterior, a qual não agradou muitos fãs, a Netflix teve uma missão mais árdua dessa vez. Além da dificuldade em reunir novamente o elenco principal, sem sucesso, a plataforma teve ainda a missão de devolver a essência da série.

Sua premiere foi muito confusa e bagunçada. Como todos os personagens apareceram nesse primeiro episódio, isso acabou prejudicando o tempo de cena de alguns deles. Apesar dessa confusão toda, alguns momentos tiveram seus merecidos méritos. Por exemplo, Lucille e Tobias, na minha opinião, foram os que mais se destacaram. A parceria surgiu de forma inimaginável anteriormente, e a dupla em cena funcionou super bem.

No episódio seguinte, as coisas começaram a engrenar. O plot de todos os Bluth indo para o México, apesar de razões diferentes, foi hilário e genial. É claro que alguns deles poderiam muito bem ter ficado por lá, que ninguém sentiria falta. De quem estou falando? George Michael e Maeby, mas isso contarei melhor no decorrer do texto.

O terceiro episódio definitivamente me deixou animado para continuar a série. Ali senti minha antiga Arrested Development, dos tempos da FOX, de volta. Toda aquela confusão, as tiradas pra lá de ácidas, os atores aparentemente novamente incorporados aos seus personagens. Enfim, tudo ali combinou perfeitamente, e o bastante pra superar 80% da quarta temporada.

Um plot sem sua protagonista!

Imagem: Netflix/Divulgação

Essa primeira parte do quinto ano contou com dois plots principais: o primeiro foi a eleição em que Lindsay concorria contra Sally Sitwell, sua grande rival desde sempre. O outro ainda gira em torno sobre o paradeiro de Lucille Austero. Ela realmente morreu? Desapareceu? Eu tenho uma teoria, que contarei melhor mais pra frente.

Sinceramente, se fosse para gravar uma temporada toda com Portia de Rossi separada dos demais integrantes do elenco, por que produzir então essa temporada? O mais engraçado disso tudo foi que sua personagem acabou tendo um grande destaque nessa primeira parte, e apareceu pouco. As cenas que ela aparecia, para piorar ainda mais, eles nem se preocuparam em deixar nítido que tudo aquilo era chroma key.

Com esse plot de Lindsay envolvida com política, Portia podia muito bem ter concedido uma exceção à sua “aposentadoria”, para gravar mais cenas, e junto com os demais. Imagina que demais seria um debate entre ela e Sally, e com a confusão toda ali armada? Isso foi um pecado muito grande. Espero e muito que a personagem apareça na segunda parte da quinta temporada, nem que seja apenas para uma cena de 30 segundos.

Cadê a essência?

Uma coisa que me incomodou demais também foi a falta da essência de alguns personagens. Por mais que os atores tenham demorado um pouco para incorporá-los, alguns deles que são incríveis decepcionaram. Gob, que sempre teve as melhores tiradas, enjoou por demais com seu plot com Tony. Aquilo tudo tinha que ter morrido na temporada passada, e cansei de insistirem nisso. Em muitos momentos soou que Gob estava ali para fazer volume e nada mais.

Tobias também senti isso, ainda mais depois que o mesmo foi desvinculado de Lucille. Como se não bastasse, me colocam um filho perdido dele na história. Que rapaz mais sem graça, e que acabou deixando o marido de Lindsay igual. Sem contar Buster, que poucos momentos lhe salvou. Uma pena tudo isso.

Imagem: Netflix/Divulgação

Mas nada se compara, entretanto a Maeby. A filha de Tobias e Lindsay simplesmente foi jogada de escanteio, dando a ela um plot tão sem graça e sem fundamento. A relação dela com Sitwell foi bem forçado, além de totalmente desnecessário. Outro também que foi uma apêndice no meio daquilo tudo foi George Michael, que está mais chato que nunca. Quem chamou?

Definitivamente só nossa mama Lucille que salvou mesmo, mais uma vez.

Uma ponta interessante para a parte 2 pode salvar a série.

Mesmo com diversos erros, é inegável os acertos dessa quinta temporada de Arrested Development. Um exemplo claro disso foi o sétimo episódio, que pra mim foi o melhor disparado, e um dos melhores da série. Aquela perseguição toda envolvendo George Sr., Michael e George Michael mais uma vez trouxe aquela essência dos tempos da FOX de volta. Aquilo me deu uma ponta de esperança tão grande, que espero muito por mais momentos assim na segunda parte.

O desfile de quatro de julho, que aconteceu dia dois, eu esperava muito mais. Entretanto, algumas interessantes pontas foram deixadas no ar. Eu tenho uma teoria que Lucille Austero está viva e tramou contra os Bluth, com a ajuda de Oscar. Se pararmos pra pensar ela e o irmão de George Sr. foram usados por quase todos da família durante toda a série, e mesmo assim não desistiam deles. Entretanto, uma parceira entre os dois, como forma de se vingar, pode ter surgido.

Ainda digo mais, talvez eles tenham arrastado Buster para junto deles. A cena da fuga do filho caçula de Lucille foi o ponto alto dessa mid finale, e ali eu tenho certeza que não foi George Sr., e sim Oscar que o salvou.

Estou viajando nessa teoria? Talvez, mas isso só saberemos quando os outros oito episódios saírem, e sabe lá Deus quando isso acontecerá.

Sobre o autor
Eduardo Nogueira

Eduardo Nogueira

Revisão e controle de qualidade

Formado em Administração de Empresas desde 2009, atuo na área administrativa e financeira há mais de quinze anos, entre estágios e empregos efetivos. Redator com experiência para Web, está no Mix de Séries desde a criação do site em 2014, onde atuou como editor, revisor e criador de conteúdo para as mais diversas áreas. Atuou como editor de notícias, colaborador na produção de pautas para essa área, e também atua como repórter de eventos como a CCXP em São Paulo e cobertura de lançamentos de filmes e séries na cidade.