Crítica: Black Knight é série desinteressante que jamais decola

Black Knight é distopia que falha na ação, no visual e nas alegorias. Sobra muito pouco pelo qual torcer e agarrar neste engodo da Netflix.

Black Knight

Horror e comédia são os dois gêneros mais difíceis de se trabalhar. Isso porque é muito difícil fazer alguém rir, assim como é complicado assustar uma pessoa de forma legítima. É por isso que, para analisar determinado período do cinema, ou mesmo a sociedade e os costumes de uma época, é interessante olhar para os filmes de comédias e horror.

De certa forma, a ficção-científica, em especial a distopia pós-apocalíptica, também funciona muito bem para retratar as pessoas e seus contextos. Black Knight, da Netflix, falha tanto como diversão quanto como espelho da realidade.

Não que todas as obras, sejam elas de algum gênero ou não, precisem discutir temas sociais ou políticos. O problema está em não propor coisa alguma. Ou então reciclar ideias e visuais já amplamente estabelecidos por filmes e séries ao longo dos anos.

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Quando Black Knight tem início, por exemplo, e vemos as primeiras sequências de ação, é possível ver com clareza que a série é baseada em alguma história em quadrinhos. Isso porque a construção dos quadros e a própria abordagem do texto remetem diretamente às graphic novels.

Não há nada para se agarrar na distopia da Netflix

Neste sentido, aliás, Black Knight até se sai bem, contendo algumas imagens interessantes. Ainda assim, é de se pensar de quem é o crédito. Seriam as boas imagens oriundas do material de origem ou da criatividade dos realizadores?

O fato é que, para uma série de mitologia tão rica e complexa, Black Knight é contida do ponto de vista visual. Quando não carrega no amarelo desértico, encontra-se confinada em cenários apáticos e claustrofóbicos.

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Não ajuda, então, que o elenco também não esbanje carisma, o que afasta o público do material e seus dramas. 5-8, por exemplo, é um anti-herói que nunca rompe a casca e jamais se conecta com a audiência.

Seus coadjuvantes, por sua vez, surgem pouco inspirados e, muitas vezes, irritantes. Seja pelo humor que não funciona ou pela narrativa frouxa, é enfadonho acompanhar Black Knight e sua caminhada de repetições.

Série empalidece ao lado de suas inspirações

Claramente tentando emular Mad Max ou mesmo Death Stranding, Black Knight carrega o mesmo problema de inúmeros outros programas da Netflix – geralmente de ficção ou fantasia. Há muita mitologia, muitos personagens, mas pouca substância, pouco engajamento.

Em uma infinidade de possibilidades e séries para assistir, Black Knight faz muito pouco para se destacar e prender o espectador.

Nota: 1/5

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.