Crítica: Black Lightning eleva as adaptações de heróis na TV para outro nível
Review do primeiro episódio da primeira temporada de Black Lightning, da CW, intitulado "The Resurrection".
[spacer height=”20px”]
Olha, não sei exatamente o porquê ou como, mas Jefferson Pierce já ganhou espaço entre meus heróis favoritos!
Sim, sou um grande fã da DC e admito. Apesar de ainda ser um médio conhecedor, me interesso cada vez mais por essa incrível editora que nos traz tantas alegrias. Será muito difícil escrever este texto sem comparações à outras produções de heróis da TV. Mas Black Lightning vem com uma promissa diferente, que já conquista nos primeiros minutos, mas que deve ser bem cautelosa.
Mil perdões aos fãs, aos que gostam, aos que não concordam comigo, mas, sim, tenho que falar das semelhanças e diferenças com Luke Cage. A minha intenção não é fazer um discurso racial que trabalhe a menção de duas produções afro-americanas, mas sim trazer o que faz de Black Lightning uma produção melhor – aqui está meu favoritismo escancarado à vocês. Sim, ouviram bem, a série da DC é um muito melhor apresentada e introduzida do que a do herói da Marvel. Assim como na produção da Netflix, temos a questão cultural, às gangues, a violência, o desrespeito, o preconceito… Temos um símbolo de amor e ódio entre as pessoas, alguém que é referência regional, mas que faz inimigos até na barbearia da esquina. Porém, se há tantas semelhanças, por que afirmar que Black Lightning é melhor?
Neste momento, paramos para analisar um pouco as situações. Fomos introduzidos a um formato de história diferente do que estamos acostumados na “DC/CW”. Passeando pela internet, vi uma frase que define muito bem esse começo: “Black Lightning não precisa do Arrowverse, mas o Arrowverse precisa de Black Lightning“. Por mais fã e totalmente defensor das séries veteranas, convenhamos que uma pitada deste novo herói traria mudanças interessantes. Já Luke Cage, vem como um adendo duvidoso e meio fora de contexto. Ela se afasta do comum ao universo dos justiceiros e traz uma história findada de surgimento e crescimento do herói. Tem seus méritos? Sim. Mas ao mesmo tempo não acrescenta muito. Black Lightning vem como um diferencial às séries da CW e movimenta opiniões, principalmente dos principais críticos às veteranas.
Deixando de lado à guerra infinita – pegou essa referência? – entre Marvel e DC, vamos focar no que importa. Black Lightning traz consigo uma bagagem cultural interessante. Um herói com um passado intenso, que teve repercussões familiares importantes e busca se manter longe da criminalidade para manter o convívio familiar. O que mais me conforta é ver como o piloto trouxe um trabalho bacana em cima disso. Jefferson é um pai de família que claramente sente saudade dos velhos tempos mas que está naquela crise de super-heróis onde a proteção familiar vem em primeiro ponto. A química entre eles é importante e parece que se desenvolverá ainda mais, principalmente com os poderes da filha revelados ao fim do episódio.
Ainda focando muito em enredo, temos a introdução muito bem feita da criminalidade em bairros carentes. Há aquele potencial hierárquico entre as pessoas. Neste ponto vemos o lado humano de Jefferson, que é um elemento chave que a série traz. O trabalho não é feito apenas sobre o herói de máscara, mas sobre o herói que anda pelas ruas como homem comum. O papel de diretor traz uma responsabilidade e isso é trabalhado de forma íntegra no episódio. Neste ponto caímos em um outro assunto importante, que é a introdução de um vilão. O “nêmesis” de Pierce, intitulado de Tobias Whale, mesmo que por pouco tempo, já conseguiu trazer aquele caráter de badass. Aquele sequestro no fim, o casal de comparsas, que parecem trazer certo alívio cômico à série. Tudo vai sendo criado para alimentar nossas esperanças e gerar esses pensamentos.
Ainda apresenta uma trilha sonora surpreendente, uma fotografia bacana, e um clima que pede um pouco mais de drama. Os efeitos especiais, mesmo que ainda contidos, são muito bem trabalhados. O traje dele é muito bem desenhado, traz aquele sentimento de euforia quando a bala o acerta mas não o atinge. Os detalhes estão bem pensados, à crítica social feita de maneira coesa e bem intuitiva. Enfim, cansado de tecer elogios deixo aqui em aberto para prováveis opiniões.
Espero que tenham gostado, que acompanhem o site nessa temporada de retornos da DC e novas aparições. Na próxima semana estarei de volta e não deixem de acompanhar!
Um abraço e até lá! 😀
https://www.youtube.com/watch?v=GlaSSOluqpg