Crítica: Bom Dia Verônica tem final genérico com 3ª temporada
Entre luzes e sombras, Bom Dia Verônica enfrenta dificuldades na terceira temporada e oferece desfecho genérico aos fãs.
A trajetória de “Bom Dia, Verônica” na plataforma Netflix atravessou um terreno cheio de altos e baixos, culminando em uma terceira temporada que, embora busque oferecer um desfecho coeso para a história, não consegue reacender totalmente a chama de seu início promissor.
Esta última temporada, composta por apenas três episódios, esforça-se para tecer os fios complexos deixados por suas antecessoras, mergulhando no enigma de “Doum” e uma teia de conspirações sombrias.
Desde seu início, a série se destacou por sua abordagem crua da violência doméstica, inspirando-se em eventos reais para criar uma narrativa envolvente e perturbadora. No entanto, ao avançar para territórios mais genéricos de tramas criminais, “Bom Dia, Verônica” parece ter perdido parte de sua essência. Uma tendência que persiste até seu capítulo final.
A história de Verônica, vivida com intensidade por Tainá Müller, evoluiu de uma investigadora dedicada para uma figura endurecida pelas adversidades, refletindo o escurecimento progressivo da série tanto em tom quanto em conteúdo.
A performance de Müller é um ponto luminoso constante. Adaptando-se às mudanças na série e entregando uma atuação que captura a evolução de sua personagem de maneira crível. Seu retrato de Verônica como uma vigilante, moldada pelas falhas do sistema de justiça, é tanto convincente quanto emocionalmente impactante. Destacando-se como um dos pilares da série ao longo de suas três temporadas.
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Entretanto, a temporada final enfrenta desafios semelhantes aos que marcaram seus predecessores, com um enredo central que ocasionalmente cede ao clichê e reviravoltas previsíveis. A caracterização superficial em alguns momentos e a falta de espaço para um desenvolvimento mais profundo dos personagens diluem o impacto potencial da narrativa. O qual luta com um ritmo inconsistente exacerbado pela breve duração da temporada.
Apesar dessas adversidades, os fãs leais de Verônica encontrarão nos episódios finais um desfecho catártico, que, mesmo dentro de suas limitações, busca oferecer um encerramento satisfatório para a saga da protagonista. A tensão construída ao longo da temporada culmina em um clímax que, embora busque ser emocionante, acaba por se render a uma resolução genérica, diluindo o impacto das temáticas mais profundas que a série se propôs a explorar inicialmente.
Esse final, embora busque amarrar as pontas soltas, peca por sua previsibilidade. E ainda, pela falta de ousadia em seu desfecho, resultando em uma sensação de oportunidade perdida. É onde potencial de uma narrativa mais rica e variada é sacrificado em favor de um encerramento que se conforma com convenções estabelecidas.
“Bom Dia, Verônica” encerra sua jornada deixando um misto de satisfação e desejo por aquilo que poderia ter sido. A série, que começou com uma promessa de explorar as sombras da natureza humana com uma lente crítica e inovadora, despede-se com um final que, apesar de atar as pontas soltas, não captura totalmente a essência desafiadora e provocativa de seu início.