Crítica: Caricata e divertida, Super Drags estreia repleta de acertos na Netflix

Confira crítica da primeira temporada de Super Drags, animação da Netflix.

Imagem: Netflix/Divulgação
Imagem: Netflix/Divulgação

Primeira animação brasileira da Netflix explora universo LGBT

Alvo de polêmicas desde que foi anunciada pela Netflix, Super Drags, a primeira animação brasileira da plataforma finalmente estreou. Perseguida por pediatras e políticos conservadores, a produção ganhou campanha para reforçar o que já era óbvio: é uma série para adultos e não para crianças.

Super Drags nos apresenta ao trio formado por Donizete, Patrick e Ralph. Três vendedores de loja que secretamente protegem a comunidade LGBTQ de toda e qualquer ameaça. Quando são convocados e sugados pela big boss Vedete Champagne – num estilo bem Três Espiãs Demais – eles se transformam nas super-heroínas Scarlet Carmesin, Lemon Chifon e Safira Cyan.

Com apenas cinco episódios de 25 minutos de duração, a série exibe um piloto extremamente explicativo. Além disso, o episódio serve para definir bem as personalidades das três personagens principais. Através das características particulares de cada super drag, a trama aborda temas importantes como homofobia, padrões de beleza, aceitação e racismo.

Imagem: Netflix/Divulgação

Heroínas, mas não perfeitinhas

Tudo isso é explorado de forma escrachada, algumas vezes “politicamente incorreta” e extremamente sexualizada. Eventualmente, palavrões, piadas sexuais e uma overdose de formatos de pênis aparecem nos cantos da tela. O robô ajudante da personagem Vedete chama-se Dild-O e seu design é, digamos, peculiar.

Tanto os personagens como as situações são ilustradas de maneira caricata. Os roteiristas – Anderson Mahanski, Fernando Mendonça e Paulo Lescaut – abusam dos estereótipos associados à comunidade LGBTQ e utilizam isso a seu favor.

Além disso, nessa primeira temporada, as Super Drags precisam combater dois grandes inimigos. A primeira é a super vilã Lady Elza, uma drag do mal que só pensa em eliminar a “diva das pocs”, Goldiva, personagem inspirada em e dublada por Pabllo Vittar.

Posteriormente, a outra ameaça vem de um grupo religioso conservador que defende a “cura gay” e utiliza a mídia para incentivar o ódio ao movimento LGBT. Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência, hein?!

Imagem: Netflix/Divulgação

Série faz referências a animações famosas

Dessa forma, Super Drags fala diretamente com as chamadas geração Y e Z, a turma que domina a internet. É atual, rápida e repleta de citações à memes famosos. O show também carrega referências à animações famosas da cultura pop: As Meninas Superpoderosas, Sailor Moon, bem como As Três Espiãs Demais, como citei no início do texto. No último episódio há ainda uma clara alusão aos Power Rangers e à Dragon Ball.

O highlight, a força vital presente em cada membro da sopa de letrinhas, chegou com força na plataforma da Netflix. A nova animação surpreende até o último segundo com um baita cliffhanger ao passo que nos deixa ansiosos pela 2ª temporada.

Assim, em um período de ameaças à diversidade, Super Drags chega para compartilhar força – e muitas risadas – com todos que se sentem oprimidos e não representados.

Sobre o autor
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Italo Marciel

Cearense, 28 anos. Jornalista especialista em Assessoria de Comunicação. Viciado em séries desde que se entende por gente e apaixonado por cinema. O cara que fica feliz em indicar uma boa série ou um bom filme para os amigos.

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