Crítica: Citadel atira para todos os lados e eventualmente acerta
Crítica sem spoilers de Citadel, nova série de espionagem do Prime Vídeo produzida pelos irmãos Russo, de Vingadores Guerra Infinita.
O Prime Vídeo não quer jogar para perder. Nem que para isso ele detenha as duas séries mais caras da história da TV até o momento. Se gastar U$ 465 milhões em O Senhor dos Anéis não fosse o bastante, o Amazon resolveu produzir uma série que teve o pior dos bastidores em sua pré-produção.
Entre pandemia, piloto rejeitado e troca diretores, a mistura que gerou a nova série Citadel, dos Irmãos Russo, acabou custando aos cofres do estúdio U$ 250 milhões. Então, o investimento valeu a pena?
Nadando no gênero da espionagem, certamente Citadel vai agradar uma parcela considerável do streaming, que vem impulsionando produções como Reacher e Jack Ryan. E se os assinantes do Prime Vídeo querem o melhor do gênero, certamente Citadel vai lhes chamar atenção. É como se unisse Jason Bourne com Missão Impossível e uma pitada de James Bond.
É como se ela atirasse, literalmente, para todos os lados. De uma forma ou de outra, uma hora Citadel acaba acertando.
Trama prende desde o primeiro momento
Citadel acompanha dois espiões charmosos, Mason Kane (Richard Madden) e Nadia Sinh (Priyanka Chopra Jonas), que exalam química desde o primeiro segundo que dividem tela. Aliás, essa escalação certamente teve a ver com os passados destes atores, uma vez que tanto Madden quanto Chopra Jonas trazem bagagem no gênero.
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Mas, aqui, eles precisam lutar para saber quem são. Kane e Sinh são alvo de um ataque em um trem, quando um traidor dentro da Citadel – uma rede de espionagem global independente composta por pessoas cansadas de corrupção política – começa a matar todos os agentes dentro dela.
A dupla protagonista escapa por pouco sendo dados como mortos pelos inimigos. Então, cabe a Bernard Orlick – vivido por um confortável Stanley Tucci – reuni-los, oito anos depois.
O ponto de partida de Citadel, que fica mesmo interessante a partir do segundo episódio, é quando Bernard descobre que uma maleta com todos os segredos da rede de espionagem vai cair em mãos erradas, e somente Kane, que está sem memória, é capaz de recuperá-la, mantendo-a a salvo.
Mas, quando Kane recupera o item, acaba se revelando aos inimigos, tornando-se um alvo fácil, que o faz fugir até Nadia, a única que pode lhe ajudar no fim das contas.
Reviravoltas tornam-se a cereja do bolo de Citadel
Embora tenha ensaiado o que virá durante toda a temporada – o Prime Vídeo tem a decisão acertada de liberar um episódio por semana -, este início de temporada mostrou que Citadel é composta por reviravoltas.
Em dois episódios, é como se a cada cinco minutos um grande novo plot twist acontecesse. Socos, explosões, tudo à moda antiga. E isso garante um vislumbre visual que se passa literalmente ao redor de todo o mundo. No fim, ela faz você entender o porquê os irmãos Russo gastaram U$ 250 milhões para produzir a série.
Na verdade, os irmãos Russo, responsáveis por algumas das maiores bilheterias do cinema de todos os tempos, sabem utilizar suas experiências em cenas de ação à favor de Citadel. Dessa forma, a série não deixa o espectador respirar.
Entre a cena de abertura no trem, até uma perseguição de carro que resulta em uma grande reviravolta, a série do Prime Vídeo entrega um bom produto.
Não é uma obra prima, mas Citadel está longe de mirar neste alvo. A intenção é criar uma “aventura pipoca” que gere entretenimento para o assinante, e o faça retornar na semana seguinte para descobrir o que vai acontecer com estes intrigantes agentes. Se depender da qualidade dos dois primeiros episódios, a missão foi alcançada com sucesso.
Nota: 4/5