Crítica: Com fortes emoções, New Amsterdam mostra potencial em estreia

Review do primeiro episódio da primeira temporada de New Amsterdam, intitulado "Pilot".

Imagem: Divulgação
Imagem: Divulgação/NBC

“Como posso ajudar?”

A estreia de New Amsterdam apostou em fortes emoções para impressionar o público e mostrar o potencial da série… E conseguiu!

Em um piloto dinâmico e acelerado, a produção da NBC apresentou suas diferentes tramas e indicou o tom da série. No centro da história está Max Goodwin (Ryan Eggold), o novo diretor do hospital mais antigo dos Estados Unidos, que propõe uma reformulação no funcionamento da instituição. Saúde e cuidado, o lema do hospital impresso nas paredes, terão de ser as prioridades sob o comando de Goodwin.

As primeiras cenas do episódio mostram o conflito do novo diretor, trazendo consigo uma fama de melhoria nos serviços e troca das equipes médicas. Como já apresentado no teaser da série, Max demite todo o departamento de Cirurgia Cardíaca, para dar o exemplo da nova administração, priorizando o cuidado dos pacientes. A partir dessa cena, toda a teia de relações com outros médicos (alguns animados, outros duvidosos) e pacientes começa a se formar.

Max Goodwin em sua primeira reunião com a equipe do New Amsterdam. Imagem: NBC/Divulgação

Com tramas paralelas, a série apresentou seus personagens

Já na cena da demissão do departamento, a fotografia destacou os personagens regulares da série, alguns introduzidos em cenas anteriores. Laura Bloom (Janet Montgomery), Iggy Form (Tyler Labine) e Floyd Reynolds (Jocko Sims) são destacados na reunião, e logo ganharam seus plots próprios. Bloom e Reynolds têm de lidar com sua relação indefinida, marcada pelo receio de Reynolds em se relacionar de forma duradoura com pessoas não negras.

Somado aos três, também conhecemos o experiente médico Vijay Kapoor (Anupam Kher), que atende uma paciente dada como morta, mas ressuscitada pela Dra. Bloom na emergência. Kapoor lida com um caso de erro diagnóstico crônico, com sua paciente sendo tratada para o Mal de Parkinson e depressão, mas sofrendo com um câncer terminal no timo.

Em outra trama com menor destaque, Reynolds, primeiramente demitido junto com o departamento de Cirurgia Cardíaca, foi readmitido por Goodwin, com o objetivo de reformar o departamento. Seu caso foi de um paciente prisioneiro em Rikers, mas não houve grandes detalhes (talvez tenham deixado para o próximo episódio).

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Iggy Form, da ala psiquiátrica, lidou com o grave caso de uma paciente traumatizada por sofrer abuso sexual nos lares adotivos por onde passou. Em uma trama carregada de tensão e drama, conhecemos um personagem dedicado ao bem-estar dos pacientes, disposto a fugir das regras para conseguir o melhor cuidado.

A trama médica principal ficou a cargo da Dra. Bloom, responsável por tratar o menino Alain (Jason Kisare), vindo da Libéria com suspeita de Ebola. Numa trama que envolveu suspeita de atividade terrorista, e a clássica exposição arriscada de um médico a uma doença fatal, pudemos ver traços da relação de Bloom com seus colegas e seus pacientes. Felizmente, Alain sofria de Febre de Lassa, grave, mas tratável.

Além de medicina, dramas pessoais…

Os corredores de New Amsterdam também deram espaço aos dramas do protagonista, presente em praticamente todas cenas do episódio. Goodwin tem uma relação balançada com sua esposa, Georgia (Lisa O’Hare), que está grávida e disputa atenção com o trabalho de Max.

Em meio ao caos do hospital, Georgia fica próxima de perder o bebê, mas consegue atendimento a tempo. Certamente, a relação entre Georgia e Max será um dos pontos explorados pela série ao longo da temporada, com a personagem dando à luz na mid-season, ou na própria season finale.

Porém, o grande drama pessoal ficou por conta do próprio Max. Engajado em sua iniciativa de tornar o hospital mais preocupado com o cuidado do que com o lucro, repete seu lema “Como posso ajudar?”, durante todo o episódio. Já na sua primeira aparição, uma mão na garganta indicou onde estava o problema, e Max recebe o diagnóstico de câncer ao final do episódio.

É verdade que o piloto deixou pontas soltas ou mal exploradas, como o incidente na assembleia das Nações Unidas, que serviu somente para duas cenas. Na primeira, Max mostra sua capacidade conciliatória com um embaixador; na outra, pede um favor para resolver um problema de outra trama.

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Também haverá quem veja exagero na velocidade do episódio, que se preocupou mais em ambientar do que em desenvolver as tramas apresentadas. Nada inesperado para um piloto, mas será melhor para a série diminuir um pouco o ritmo e aprofundar suas personagens a partir daqui.

Com outras personagens para apresentar e boas histórias no gatilho, New Amsterdam começou com o pé direito. E mostrou potencial para não ser somente mais uma série médica, mas, quem sabe, herdar a posição de Grey’s Anatomy na preferência dos fãs.

Estaremos de olho aqui pelo Mix, esperando pelos próximos passos de Max Goodwin e sua equipe.

Sobre o autor
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Luiz Alves

Historiador, pesquisador em saúde, fã de histórias em quadrinhos e jogador de RPG de longa data. Adoro sitcoms de Seinfeld a Brooklyn Nine-Nine, cresci vendo dramas como House, e me apaixonei pelo suspense de Hannibal e a fantasia de Penny Dreadful. Escrevo no Mix desde 2017, fazendo reviews de séries baseadas em quadrinhos, dramas e outras por aí. Atualmente, faço as reviews de New Amsterdam.

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