Critica: Como vender drogas online (rápido), da Netflix, é didática e bem-humorada

Crítica da série Como vender drogas online (rápido), da Netflix.

Atenção, esse texto assim como a série “Como vender drogas online (rápido)” não incentivam a venda, nem o consumo de drogas!

Criada por Philipp Kässbohrer e Matthias Murmann, a série de comédia alemã Como vender drogas online (rápido), conta a história de um estudante do ensino médio que monta um negócio de venda de drogas pela internet junto com seu melhor amigo. Inicialmente, ele entra nesse esquema apenas para reconquistar sua ex-namorada, mas logo percebe que existe uma demanda para esse serviço. Além disso, que o negócio pode render um bom dinheiro para investir na faculdade.

Moritz Zimmermann vivido pelo ator e fotógrafo alemão Maximilian Mundt, é um jovem nerd que tem um melhor amigo e parceiro de trabalho Lenny (Danilo Kamperidis). Depois que sua namorada volta de um intercâmbio nos EUA, percebe que precisa buscar novas experiências. Moritz não sabe lidar com o fim do namoro e tenta impressionar a ex comprando drogas, mas o plano não sai como o esperado. Com uma grande quantidade de drogas nas mãos, ele tem a ideia de vender na internet de forma anônima e segura. Em um território onde é possível encontrar todo tipo de serviço e/ou produto ilegal, a deep web.

Dessa forma, a dupla de amigos que inicialmente estava investindo em um app de games, logo o transformam na maior plataforma de venda de drogas. Com um discurso que diz, o nerd de hoje é o chefe do futuro, a série mostra a ascensão de dois nerds no mundo do narcotráfico. Como é dito na série, a geração Z é cheia de infinitas possibilidades tecnológicas, então por que não explorar de forma inteligente ao invés de só apostar em fotos com filtro em troca de likes?

Precisamos falar sobre drogas!

Todos nós sabemos que jovens e drogas não devem ser usados na mesma frase. Isso porque o resultado na maioria das vezes é trágico. Basicamente, são pessoas buscando algum tipo de fuga ou apenas diversão, mas acabam encontrando vício e autodestruição. Portanto, ainda que tenham cenas de overdose e consumo desenfreado, o objetivo é orientar sutilmente o espectador sobre os malefícios do uso dessas substâncias.

O roteiro é bem didático ao informar sobre todos os meios de se conseguir drogas, seja na internet, com um amigo, ou com um traficante. Diversas drogas são apresentadas, bem como seus efeitos e o que acontece com o organismo com uma super dosagem. Em determinada cena, a professora de natação da escola aparece em um cenário psicodélico esclarecendo sobre o uso de um droga. Logo em seguida, ela faz um alerta sobre o consumo.

Seja alertando sobre os efeitos das drogas ou como funciona o mecanismo da deep web, o roteiro entrega toda informação necessária para esclarecer o publico sobre o assunto. Informação é conhecimento, em tempos de internet, com poucos clicks é possível obter qualquer informação sobre qualquer coisa.

O recurso “pular abertura” é incorporado na série justamente no momento em que um adulto está esclarecendo sobre os efeitos da MDMA. O uso da metalinguagem e da quebra da quarta parede (em certos momentos o protagonista conversa diretamente com o espectador) torna a trama mais atraente e acessível.

Não se trata de incentivar o consumo dessas substâncias, a série propõe justamente o contrário. Ela mostra a representação da juventude atual (geração Z) em seu habitat natural vivendo seus problemas e dilemas. Mesmo que seja um tema polêmico, não há um uma atmosfera pesada. Entretanto, é bom lembrar que a classificação etária da série é 18 anos.

Considerações finais

Sem investir no marketing, a série estreou no final de maio sem chamar atenção. Experimente escrever “drogas” no campo de busca da Netflix e você logo encontrará a série como primeiro título sugerido. Com pouco tempo de duração, a série consegue utilizar uma linguagem direta para trazer conhecimento sobre drogas. Bem como, o comportamento obsessivo da nova geração e os efeitos que uma decisão pode ter. A trama é rápida e garante uma ótima maratona.

Com uma temporada de estreia sólida, a série mostra que tem muito potencial para explorar suas tramas dessa geração que, apesar de ter tudo, ainda se sente perdida tentando encontrar algo que faça sentido em suas vidas. Muitas vezes se perdem em futilidades e comprimidos, levando uma vida tão artificial quanto as substâncias que consomem.

Curiosidade

Como vender drogas online (rápido) é inspirada em uma história real. O caso aconteceu em 2015, em Leipzig, Alemanha. Um jovem de 20 anos foi preso por vender cerca de 600 kg de narcóticos no conforto do seu quarto. Na ocasião, a policia ainda encontrou 314 kg das mais varias substâncias, como cocaína, LSD, anfetaminas e Ecstasy. A venda era feita no site Shiny Flakes (Flocos Brilhantes) na deep web. O jovem recebeu a pena de 15 anos de prisão.

Sobre o autor
Yuri Moraes

Yuri Moraes

Bacharel em Direito, estudante de Marketing Digital. É fascinado pelo universo dos heróis e apaixonado por séries e filmes. Livros de suspense policial são seus favoritos. Boa música e reality shows nao podem faltar. A série favorita, The OC. No Mix, colabora com algumas críticas de séries como, Blindspot, Ozark, La Casa de Papel entre outras.

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