Crítica: 2×21 de Designated Survivor mostra série indo para Season Finale sem perspectiva
Review do vigésimo primeiro episódio da segunda temporada de Designated Survivor, da ABC, intitulado "Target".
Depois de ótimo episódio, Designated Survivor volta ao mais do mesmo…
Quando uma série apresenta melhores, por mais problemática que ela seja, é fundamental destacar e reconhecer o que deu certo. Afinal de contas, não há como melhorar sem saber onde é esse “melhor”. Foi essa postura que me elogiar, e muito, Designated Survivor na semana passada. Infelizmente, a rápida recuperação mostrou-se um mero fogo de palha, onde todas as promessas mostram-se vazias e os desenvolvimentos dos personagens artificiais.
Com um conselho especial próximo de divulgar suas conclusões, questiona-se a possibilidade do presidente ser indiciado. Masa ninguém sabe ao certo se essa possibilidade realmente existe. Até porque, a constituição fala apenas sobre impeachment. Os fundadores sequer pensaram na possibilidade do país ser comandado por um corrupto. Kendra está “conhecendo” melhor o irmão de Kirkman, enquanto Lyor e Emily tentam convencer o presidente que, para sobreviver, ele precisa se filiar a um dos dois maiores partidos. As eleições gerais para presidente estão próximas.
A discussão jurídica em torno da probabilidade do chefe da nação ser indiciado ou não é uma ótima proposta. Sabendo que Designated Survivor é um fenômeno internacional, me parece uma excelente oportunidade de apresentar ao telespectador global como que os Estados Unidos funciona. Por mais similaridades que tenha com o Brasil, é bem diferente do Canadá, de Portugal, da Austrália ou da Índia. O problema é que não há nada de novo nessa proposta. O roteiro propõe essa discussão sem argumentos, sem ideias, ou algo inovador. Esse cenário é discutido todos os dias na CNN e na MSNBC. Ficção abre portas para uma infinidade de possibilidades, porque não explora-las?
E a criatividade, ficou onde?
House of Cards foi a primeira a brincar com a possibilidade de uma candidatura para presidente ser escolhida numa convenção aberta. Veep sonhou com a ideia de uma eleição geral terminar em empate. Scandal vislumbrou com a sugestão do presidente eleito ser assassinado na noite de eleições. A própria Designated Survivor brincou com o uso do sobrevivente designado. Então porque não ser mais ousado? Porque não chocar, impressionar e encher os olhos? Parafraseando o tema da Globo em 1992: “Tente, invente, faça diferente”.
A forma na qual o roteiro escolheu criticar o estado da política em Washington D.C. foi um tanto embaraçoso. Semana passada, eles foram excepcionais ao cultuar o partido republicanos vendendo sua moral em troca de uma reforma fiscal supostamente pensada na classe média. Desta vez foram didáticos, pouco criativos e caprichando no moralismo desenfreado. Tenho certeza que poderiam, e deveriam, fazer melhor. Criticar a realidade é ótimo, diria até que necessário, mas deve-se fazer com que inteligência e originalidade.
Em síntese vemos uma Designated Survivor perdida como de costume. Com as ideias, mas sem saber como executa-las. Intenções interessantes, porém desprovidas de novidades. Nossa próximo encontro será o Season Finale, onde espero, realmente, poder escrever uma resenha elogiosa, do contrário será uma grande perda de tempo.