Crítica – “Elite”: ‘Rebelde para maiores’, série da Netflix diverte mas não empolga

Crítica da Primeira Temporada de ELITE, série original Netflix.

Elite mais vistas Netflix
Imagem: Netflix/ Divulgalção
Imagem: Netflix/ Divulgação

Escola, sexo, drogas, chantagem e ASSASSINATO!

Quando a Netflix divulgou sua nova série escalando três membros do elenco de La Casa de Papel, Elite já nascia com a promessa de se tornar um novo fenômeno.

Sua trama é simples:  o ponto inicial é a chegada de três alunos de origem humilde ao colégio onde estudam os filhos da elite da Espanha, os líderes do amanhã, o Las Encinas. Samuel, Nadia e Christian ganham bolsa de estudos depois que sua antiga escola desmoronou.

O episódio piloto é ligeiro em apresentar a realidade da escola e o abismo econômico que divide os bolsistas da elite. Com bom ritmo e uma boa trilha sonora, é possível ser fisgado pela história. Mas antes que o episódio termine, já é possível descobrir a identidade da vítima.

Quem matou?

No decorrer dos episódios, todos os jovens ganham espaço suficiente para que suas tramas se desenvolvam e se tornem suspeitos do crime. A grande pergunta é: quem matou? Um dos novos alunos ou um dos membros da elite? Muitos segredos estão escondidos por trás do luxo e privilégios dos jovens ricos.

Seguindo a linha de toda produção teen, aqui é possível encontrar os mais variados tipos de jovens. Sim, existem alguns clichês, mas isso não incomoda. Como não poderia ser diferente, o foco da narrativa é a vida da vítima. Sua relação com os demais alunos e com sua família ajudam a desenhar sua personalidade, justificando suas atitudes. Apesar de ser uma pessoa amigável, existe muito drama na sua vida e um segredo que somente sua família conhece. Mas apesar de disso, a vítima revela um perfil rebelde, principalmente, em relação a seus pais e a capacidade de atrair para si todo tipo de problema.

Miguel Herrán (La Casa del Papel) está ótimo como Christian

É fácil dizer que ele tem tudo para ser apontado como um dos destaques da série. Com seu jeito excêntrico e engraçado, ele conquista atenção de toda a escola. De todos os alunos, é o único que não usa nenhuma máscara. Não tem nenhum segredo a esconder, se apresentando exatamente do jeito que é.

Inicialmente, somos apresentados a dupla de vilões da escola: Lucrecia e Guzmán. Porém, enquanto Lucrécia segue firme no papel de bitch da escola, Guzmán ganha um bom desenvolvimento revelando ser na verdade um jovem traumatizado e preocupado com seus amigos e sua família.

Carla e Polo são um casal estranho que adora fazer joguinhos e ostentar seu dinheiro e privilégios. Qualquer semelhança com Blair Waldorf e Chuck Bass (Gossip Girl) não é mera coincidência.

Imagem: Netflix/Divulgação

Quando a pólvora se mistura com o fogo, só pode acontecer uma coisa: explosão!

A grande sacada da série é mostrar como um ambiente pode mudar com a chegada de pessoas tão diferentes. O choque entre aqueles que têm tudo e os que não têm nada é forte. E ,inicialmente, incomoda a forma como os bolsistas são tratados pelos “riquinhos” do colégio. A chegada dos novos alunos desencadeia uma série de eventos que tiram os alunos da sua zona de conforto, os levando a novas experiências.

Elite traz diversas discussões sobre problemas sociais atuais. O preconceito que os imigrantes muçulmanos sofrem, a realidade atual de ser portador do vírus HIV, o bullying na escola e o uso de drogas, só para citar alguns. Além disso, a série explora sem medo a descoberta da sexualidade, a influência da religião e a opressão da família. É um show de diversidade cultural e sexual.

O roteiro não se preocupa em elaborar uma trama complexa. O final de cada episódio apresenta sempre um cliffhanger que adiciona sempre uma novidade ao caso do assassinato e consequentemente mais mistério. A série foca nas intrigas entre os jovens ricos e como suas ações acabam afetando não só suas vidas como a vida de seus pais. É um retrato da juventude, mostrando suas descobertas, medos, amores, sexo e dilemas. Mas acaba deixando de fortalecer seu principal tema, o suspense.

A série tenta… mas não consegue!

Podemos dizer que Elite fez escola com How to Get Away With Murder. Mas apesar de algumas semelhanças, a série não apresenta uma trama de suspense eletrizante com a mesma maestria que Murder faz. O grande problema é justamente esse: não ter uma trama de mistério tão elaborada e envolvente. A própria investigação não desempenha seu devido papel na trama. Ao longo dos episódios, novas informações surgem, algumas com a intenção de indicar o autor do crime outras apenas para nos confundir, mas a condução da investigação não é assertiva.

Elite é o tipo de série que você irá comparar com diversas outras séries e filmes por todos elementos que ela carrega. Se limita apenas em divertir, sem a capacidade de empolgar. Sexualmente apelativa, o crime não tem tanto peso na trama. Até mesmo a revelação do criminoso não causa tanto impacto.

Perde a oportunidade de entregar um final arrasador, mas os eventos que ocorrem no final deixam vários ganchos para uma continuação, garantindo um bom material para ser explorado futuramente. No final das contas, poderá ser lembrada apenas como “a Rebelde da Netflix”.

Leia tambémElite, 2ª temporada – Confira teorias sobre o que a série da Netflix poderá abordar

Sobre o autor
Yuri Moraes

Yuri Moraes

Bacharel em Direito, estudante de Marketing Digital. É fascinado pelo universo dos heróis e apaixonado por séries e filmes. Livros de suspense policial são seus favoritos. Boa música e reality shows nao podem faltar. A série favorita, The OC. No Mix, colabora com algumas críticas de séries como, Blindspot, Ozark, La Casa de Papel entre outras.

Baixe nosso App Oficial

Logo Mix de Séries

Aproveite todo conteúdo do Mix diretamente celular. Baixe já, é de graça!