Crítica: Final de 13 Reasons Why concluiu sua história com esperança

Crítica da quarta temporada de 13 Reasons Why, série original Netflix. Esta será a última temporada da série. Crítica SEM SPOILERS.

Critica final 13 Reasons Why

Sucesso de críticas e debates, série da Netflix encerrou sua história dando esperança para personagens

Em 2017, quando 13 Reasons Why estreou, imediatamente foi um sucesso de audiência, trazendo a tona o tema depressão e suicídio. Esses eram assuntos que, por muitas vezes, foram tratados sutilmente em diversas séries.

Por isso, gerou debates intensos se deveria ou não serem mostrados nas telas como foi, se uma cena de suicídio ou o que levou acontecer, era correto de se transpor na obra audiovisual.

Um ciclo completo

Quando a série foi renovada para sua segunda temporada, muito se falou em ganancia dos produtores, já que o livro homônimo tinha sido todo relatado na season anterior. Então, será que haveria mais historias? E teve. Foi uma segunda temporada morna, mostrando  o julgamento de Bryce pelos estupros e como o colégio estava após as fitas de Hannah Baker terem sido expostas. E aí tivemos uma terceira temporada. Era necessário? Era.

Posso dizer que a terceira temporada, para mim, foi de longe a melhor. Isso porque pudemos ver todas as camadas de cada personagem. Seus machucados e dores, suas conquistas e superações. Vimos Tyler não se transformar em uma Hannah, por ter os amigos ao seu redor. E vimos um Bryce (tardiamente) arrependido de seus atos, que, consequentemente, levaram à sua morte. Também vimos todos se juntando para encobrir Alex pela morte de Bryce e culpando Monty, que também perde a vida tragicamente.

E agora, chegamos a quarta e última temporada. Ela deveria existir? Eu digo que sim, pois tanto nós, que assistimos, quanto os personagens, precisavam de um fechamento decente.

O peso do mundo

Desde o começo da série, Clay vem absorvendo uma responsabilidade que não é dele. Sempre com o preceito de “vou fazer o que não fiz pela Hannah”. É bonito como isso criou um grupo de amigos leais, dispostos a encobrir um assassinato, bem ao estilo How To Get Away With Murder.

Só que em uma série que tem como ponto focal a depressão, não podia deixar passar a pressão que os segredos podem causar. Crises de pânico, ansiedade, insegurança, culpa… Apesar de Monty ser um monstro, e na minha opinião, ser um desserviço a causa LGBT+, o personagem de Clay sempre foi pintado como um jovem bem humano, passível de erros e impulsividades de um adolescente.

A quarta temporada é sobre isso. Sobre o impacto de tudo que aconteceu nos últimos dois anos na vida dos adolescentes. Cultura de estupro no colegial, suicídios e suas tentativas, violência e armas, drogas e prostituição. Foram tantas coisas que Clay e seus amigos passaram, que voltam a tona impactando no dia a dia do último semestre de aula. E eles precisam lidar com isso ao mesmo tempo que Winston surge querendo provar que Monty foi incriminado.

Tentando ajeitar a vida

Cada um da equipe tem sua cruz a segurar. Além do peso que Clay sente, causando tem diversos surtos e ilusões durante a temporada, podemos ver um Justin tentando ser positivo. Bem como tentando se manter sóbrio. Acho que depois do Tyler, Justin Foley foi um dos personagens que mais evoluíram e aproveitaram o fato de ter pessoas cuidando dele. O caminho não está fácil nessa temporada e ele tenta superar todas as pedras no caminho, mesmo que os erros do passado voltem a todo momento para assombra-lo, inclusive em seu relacionamento com Jess.

A garota é outra que se torna exemplo de luta. Após tudo que passou, nessa temporada ela reforça a evolução pessoal e a luta diária da voz das mulheres, sendo pela primeira vez ouvida e não rebatida. Assumo que vibrei quando o diretor deu razão a ela em questão de mulheres serem revistadas por mulheres.

Alex se redescobre nesse ano. A sexualidade do personagem foi aparecendo lentamente nos outros anos, mas aqui tivemos uma evolução completa. Desde o momento que ele tenta entender o que sente e por qual gênero se sente atraído, até quando surgem os momentos que ele se nega a aceitar. Não é fácil na vida real e não foi fácil na série. Foi retratado com delicadeza e seriedade, criando um final plausível para o personagem.

Investigação e morte

Com exceção da enfadonha segunda temporada, 13 Reasons Why tem no mínimo uma morte por temporada. Logo, aqui não foi diferente. A season já começa com um flashfoward de seis meses em um velório de quem não sabemos e o mistério percorre por grande parte da temporada.

Não sei dizer se isso foi tão bom para a série, que desde sempre tratou as mortes sem nenhum mistério ou suspense, focando mais em “como aconteceu” do que na dúvida de  “quem morreu?”, mas posso garantir que quando descobrimos quem é o/a falecidx, sentimos bastante o peso da jornada até aquele momento.

Outro ponto bem aproveitado foi o personagem Winston, que surge com um tom de psicopata misterioso querendo vingança pela morte do amado (Síndrome de Estocolmo, será?). Mas que nos serviu para olhos, pois pudemos ver como pessoas sem informação, podem reagir diferente por causa de sentimentos.

Um final agridoce

Como toda série adolescente, 13 Reasons Why se encerra quando o colegial dos personagens acaba. Temos festas, visitas a faculdade, o sempre esperado baile de formatura. O fato de termos acompanhado por quatro anos os traumas e sofrimento desses personagens, causa um tom melancólico ao ver (quase) todos reunidos nas últimas cenas.

Cada um deles conseguiu encontrar um caminho para seguir. Nem todos estão felizes ou enxergam uma felicidade a curto prazo. No entanto, pelo menos todos encontram um novo rumo a frente, tentando abandonar as dores que sentiram até o momento, só que levando todas as cicatrizes e aprendizados.

A série podia ter acabado na primeira temporada? Sim, podia, mas não se pode negar que foi uma jornada incrível de se acompanhar e que deixará com toda certeza um marco no mundo das séries.

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Sobre o autor
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Arthur Gonçalves

Publicitário e roteirista amador que é praticamente uma wikipédia de séries.

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