Crítica: Final de The Undoing foi bom, mas poderia ser melhor

The Undoing encerrou sua trama de forma amarga?

Chegamos ao final de The Undoing. Essa minissérie da HBO foi um grande presente para o fim de ano e uma aposta certa do canal. Sem dúvidas, uma parceria de sucesso com o roteirista David E. Kelly, que ganhou muitos prêmios pela badalada Big Little Lies.

Aqui no Mix, resenhamos os três primeiros episódios separadamente. Agora, voltamos para comentar a reta final e o desfecho. Mas mesmo que tenha sido bom, mais alguém ficou com um gostinho de “poderia ser melhor”?

O julgamento tomou conta da ação

Os episódios 04 e 05 de The Undoing, basicamente, foram tomados pelo julgamento de Jonathan. E isso não foi algo ruim. A série trabalhou bem este cenário, junto de seu núcleo, criando excelentes momentos. Mas, infelizmente, tanto o episódio 04 quanto o 05 serviram apenas para “enrolarem”. Isso porque, definitivamente, não acrescentaram muito à trama. Eles até prenderam o público e trouxeram reviravoltas de tirar o fôlego. Mas, ao final, vimos que de nada serviram.

Durante o julgamento, Jonathan se manteve na inocência. Enquanto o texto da série brincou com o público sobre a possibilidade de outras pessoas serem o assassino. Grace, por exemplo, foi vista passando perto da casa de Elena pouco depois do crime. E ela garantiu que foi apenas uma coincidência infeliz. Afinal, ela costuma andar e fazer “passeios noturnos”. Já no fim do quinto episódio, no entanto, uma outra bomba foi jogada. A marreta do crime foi encontrada, no guarda roupa de Henry.

A série, afinal, foi sobre a sociopatia

O último episódio, que acabou sendo o mais longo da série, terminou com uma mensagem: a série era sobre um sociopata. Sim, no fim do episódio, descobrimos que, mesmo após todo o jogo de “quem matou”, Jonathan era realmente o culpado. Mas ele se manteve frio o tempo todo. E, com o charme de Hugh Grant, conseguiu confundir todos ao seu redor – incluindo o público.

Mas é possível perceber como a frieza de Jonathan era grande. Durante o episódio final, Henry explicou que achou a marreta na casa de passeio da família e que lavou para tirar o sangue – duas vezes. Ele sabia que tinha sido o pai e fez isso na intenção de tentar ajudar. Mas Jonathan, em um ato de crueldade, chegou a fazer as pessoas ao seu redor a duvidarem do próprio filho.

Mais tarde, no julgamento, Grace entendeu o que estava acontecendo. E utilizou sua amiga para ficar no centro do redemoinho e ser interrogada. Mas Jonathan não imaginava que ela poderia “queimar” qualquer resquício de dúvida a favor de seu marido, mostrando que ele era realmente frio. Todos os indícios estavam ali. Desde a morte de sua irmã, quando ele tinha 14 anos, até o fato de ter mentido sobre seu caso, ser pai da bebê de Elena e, mais recentemente, acusado o próprio filho. Um homem, capaz dessas atrocidades, pode tudo.

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Final bem articulado… mas faltou algo?

A parte final criou uma tensão quando Jonathan percebeu que seria sentenciado. Então, ele tratou de pegar o filho, o colocou dentro de um carro e saiu dirigindo em fuga. E em um tom suicida, quase bateu o carro várias vezes. A cena foi empolgante, que culminou com o personagem parando o carro e quase se jogando da ponte. Nicole Kidman, aliás, brilhou mais do que tudo ao interpretar uma mãe que viu seu filho em perigo.

Porém, o desfecho foi simples. Jonathan recuou e acabou sendo algemado. E foi isso. Não vimos um desdobramento dessa prisão. Não vimos o impacto da verdade na esposa e filho. O que acabou gerando um sentimento de, “foi isso?”.

Pois é. The Undoing, no final das contas, era sobre sociopatia. O impacto maior era para que isso fosse diretamente no espectador, e não nos personagens que estavam em volta de Jonathan. Só que, infelizmente, isso não poderá funcionar para muitos que se dedicaram à série.

De qualquer forma, The Undoing foi ótima. Mais uma joia rara no catálogo do HBO Go e, sem dúvidas, uma forte aposta para o Emmy 2021. No final das contas, valeu a pena!

E você, o que achou do final de The Undoing? Deixe nos comentários e, igualmente, continue acompanhando as novidades do Mix de Séries.

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Sobre o autor

Anderson Narciso

Editor-chefe

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014. Autor na internet desde 2011, passou pelos portais Tele Séries e Box de Séries, antes de criar o Mix. Formado em História pela UFJF e Mestre em História da Saúde pela Fiocruz/RJ, Anderson Narciso se aventurou no mundo da criação de conteúdo para Internet há 15 anos, onde passou a estudar sobre Google, SEO e outras técnicas de produção para web. É também certificado em Gestão Completa de Redes Sociais pela E-Dialog Comunicação Digital, além de estudar a prática de Growth Hack desde 2018, em que é certificado. Com o crescimento do site, e sua parceria com o portal UOL, passou a atuar na cobertura jornalística, realizando entrevistas nacionais e internacionais, cobertura de eventos para as redes sociais do Mix de Séries, entre outros. Atua como repórter no Rio de Janeiro e São Paulo, e pelo Mix já cobriu eventos como CCXP, Rock in Rio, além de ser convidados para coberturas e entrevistas presenciais nos Estúdios Globo, Netflix, Prime Vídeo, entre outros. No Mix de Séries, com experiência de dez anos, se especializou no nicho de séries e filmes. Hoje, como editor chefe, é o responsável por eleger as pautas diárias do portal, escolhendo os temas mais relevantes que ganham destaque tanto nas notícias quanto nas matérias especiais e críticas. Também atua como mediador entre a equipe, que está espalhada por todo o Brasil. Atuante no portal Mix de Séries diariamente, também atende trabalhos solicitados envolvendo crescimento de redes sociais, produção de textos para internet e web writing voltado para todos os nichos.

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