Crítica: Fogo no parquinho no 8×04 de AHS: Apocalypse
Review do quarto episódio, da oitava temporada de American Horror Story, do canal FX, intitulado "Could It Be... Satan?".
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Que episódio foi esse Braseeeel? American Horror Story às vezes decepciona, às vezes é pouco arrastada, mas quando ela decide surpreender não tem para ninguém!
Seguindo do ponto em que essa é a temporada mais teorizada, esse episódio mostrou que de vez em quando nós acertamos em nossas previsões
O atual lugar do Outpost 3 é, realmente, uma escola de bruxos! E Michael Langdom, o anticristo, é provavelmente o mais poderoso deles.
É extremamente interessante essa expansão do mundo mágico para o universo masculino. Todos nós sabemos que Coven é a temporada mais rica de American Horror Story em questões de mitologia, é a temporada que possui o “universo” mais expandido e o mais recheado de possibilidades. Por conta disso, é totalmente compreensível que ela seja a “cola” utilizada para este crossover e para a ligação de todas as temporadas da série.
Ainda assim, o universo de Coven, aliás o universo de toda a série, é majoritariamente feminino. Aqui nós temos mais uma brilhante e certeira crítica social de Ryan Murphy, ao fazer do universo de AHS, o contrário da realidade. No mundo alegórico da série, os homens não tem vez e isso fica explícito do ácido diálogo que Cordélia tem o conselho dos bruxos.
Nesse momento, é dito que os bruxos, em toda a sua existência, nunca tiveram equiparação de poder em relação às feiticeiras. Que a “Suprema”, como o próprio nome diz, desde os primórdios, foi uma mulher. E que um dos fatores disso, é o fato do hormônio masculino, a testosterona, ser um grande inibidor da magia. Numa das melhores frases desse diálogo, o reitor da escola de bruxos diz: “Você tem medo do final de séculos de dominação feminina.”. Na boa, tem ironia melhor que essa? Na nossa sociedade machista e sexista? Ryan merece um Emmy somente por conta disso.
Contudo, apesar de toda essa dominação feminina, o reinado das feiticeiras está realmente ameaçado. Michael mostrou, mais uma vez, que é um legítimo filho do capeta e já chegou na Hogwarts masculina, colocando fogo no parquinho e dominando a zorra toda. Colocando o reinado de Cordélia como Suprema em jogo e assustando até mesmo o conselho dos bruxos com o tamanho do seu poder. Não sabemos se a origem do poder do Michael vem da linhagem dele de bruxo (e caso seja isso, Tate ou Vivian também devem possuir “sangue” mágico), ou se é pelo fato dele, no universo da série, representar a figura do anticristo.
Achou que as surpresas tinham acabado? Achou errado! Ryan disse que essa temporada seria um crossover de Murder House e Coven. Contudo Hotel, isso mesmo, a quinta temporada, também deu as caras na figura do Hotel Cortez e do James Patrick March! Tudo isso para trazer de volta a nossa Queenie, que havia morrido, de maneira ridícula, na quinta temporada.
Isso me levantou uma dúvida, será que o Ryan, ao projetar as temporadas da série, sempre as enxergou como uma única coisa? Será que resgatar Queenie, para morrer na quinta temporada, já foi um pretexto para utilizar sua volta numa temporada futura?
Às vezes eu realmente me questiono, porque a forma como tudo fica redondo é assustadora.
Hotel é a pior temporada de AHS, mas confesso que revisitá-la foi uma agradável surpresa. Também descobrimos que o Hotel Cortez é uma das entradas do inferno, que é guardada por um poderoso demônio. E se Cordélia não conseguiu resgatar Queenie daquele lugar, Langdon conseguiu e não foi só Queenie… Ele foi o responsável por ressuscitar Madison e tirá-la de seu inferno pessoal. Assim que Queenie e Madison foram ressuscitadas, Cordélia começou a sentir-se fraca e, assim que deu de cara com o filhote do capiroto,… desmaiou! Que papelão, hein, dona Suprema?
Apesar de muitas novidade e de praticamente um episódio inteiro dedicado à expansão da mitologia vista em Coven e ao desenvolvimento da história que vimos em Apocalypse até agora, como sempre, houve mais dúvidas do que respostas. Não me recordo de quando foi que American Horror Story esteve tão excitante. As cartas estão na mesa e, conhecendo a série e as suas alegorias, sabemos que o que vem por aí é bastante animador….
Até a semana que vem! 😉
Hail Satan: É sempre um deleite acompanhar o Billy Potter, mas confesso que a atuação dele aqui lembrava muito o Pray Tell.
Hail Satan 2: Se bem me recordo, não li ou vi em nenhum lugar que Evan Peters iria retornar esse ano com o James Patrick March… Esse retorno de Hotel abre animadoras possibilidades!