Crítica: Entre sexo e aquecimento global, o que será que o 4×19 de Madam Secretary preferiu?
Review do décimo nono episódio da quarta temporada de Madam Secretary, da CBS, intitulado "Thin Ice".
Será que acertaram dessa vez?
Após perder uma oportunidade dourada em mostrar seus conhecimentos sobre a situação penosa da América Latina, Madam Secretary volta com uma missão simples: redimir-se. O problema é que o objetivo foi parcialmente atingido em virtude de uns buracos bobos que persistem. Entretanto, é importante ressaltar que o elenco de coadjuvantes voltou a ganhar evidencia e Henry ganhou destaque numa narrativa interessantíssima. E não podemos esquecer do mais importante: a conversa de sexo com Jason mostrou-se inevitável. Sera que estamos prontos? Seja como qual for a sua disposição, preciso perguntar: vamos falar de sexo?
Escalada para atender uma conferência do clima no Polo Norte em Toronto, a Secretária McCord aproveitar para levar Henry e sua nova namoradinha. O problema é que mostra mais difícil que Elizabeth esperava. Isso porque todos os países querem resolver o problema sem precisar ceder nada. Do lado de fora do encontro, um grupo de ambientalistas protesta até que uma bomba explode. E claro, a Rússia é a responsável pois qualquer modificação na forma de explorar a região vai contra os interesses do país. O caos causado pela detonação faz com que o segredo de Henry seja descoberto da forma mais embaraçosa possível.
Com os clichês evidentes, a proposta é até bem interessante. Quando fala-se sobre aquecimento global olha-se para as geleiras no intuito de mostrar o estado preocupante que elas estão. Confesso que é a primeira vez que vejo a exploração econômica do Polo Norte ser pautada ao mesmo tempo que discute-se o futuro do planeta. Pode parecer ignorância da minha parte, mas como disse noutra resenha, assisto Madam Secretary para aprender. E aqui estamos. Todavia, continuo preocupado com a displicência do roteiro quanto a verossimilhança. Como que eles podem discutir energia sem qualquer participação do Secretário de Energia?
Mais atenção, por favor!
Pode parecer um detalhe. Mas não é a primeira vez que essa série deixa de lado o fator realidade em detrimento de uma história mais saborosa e menos inteligente. Em tempos de “fatos alternativos” e de um noticiário que se reveza analisando até os erros ortográficos do presidente no Twitter (sim, são muitos), é importante que o telespectador seja bem informado por aquilo que está assistindo. É importante seja ressaltado a importância do Secretário de Energia. Da mesma forma que é necessária a presença do representante de comércio quando fala-se de sanções e novos acordos comerciais. Sei que quem assiste essa série às 22 horas de um domingo não é um espectador qualquer, mas fatos sempre foram e sempre serão importantes.
Quanto a Henry confesso que me vi mais interessado na sua problemática do que na principal. Preocupado com uma queda (no sentido) figurado de um dos seus alunos. Ele busca a raiz do problema e temos a oportunidade de acompanhar uma proposta delicada e sensível de um veterano de guerra. É claro que não entrarei em detalhes uma vez que a descoberta faz parte da qualidade da cena, mas posso adiantar que a performance de Sam Underwood (Fear The Walking Dead) é comovente e nos lembra histórias de soldados continuam sendo mal aproveitadas na televisão. Estou brincando? Sniper Americano fez impressionantes meio bilhão de dólares de bilheteria em 2014.
Em relação a Jason, posso dizer que não entendi muito bem o porquê decidiram falar sobre sexo num episódio tão movimentado quanto esse. Qual o propósito? Alívio cômico? Sério mesmo? Se esse era o objetivo, acredito que uma piada do ministro chinês, o sempre ótimo Francis Jue, seria mais adequada.