Crítica: O Clube da Meia-Noite é horror adolescente com ótimo elenco

O Clube da Meia-Noite é horror adolescente com ótimo elenco e histórias envolventes. Mike Flanagen, de Hill House, acerta mais uma vez.

O Clube da Meia-Noite

Mike Flanagan construiu uma carreira tão sólida no horror que a Netflix apelidou suas produções como “Flanaverse”. Neste universo, temos filmes como Jogo Perigoso e séries imperdíveis como A Maldição de Hill House, Bly Manor e Missa da Meia-Noite.

Talentoso, ágil (de Hill House até aqui são menos de 5 anos!) e profundo conhecedor do gênero, Flanagan agora arrisca um novo formato. E novamente se sai de forma notável em O Clube da Meia-Noite.

O novo formato se dá graças ao teor adolescente do projeto. Enquanto Hill House era um drama familiar, Bly Manor flertava com o romance e Missa da Meia-Noite explorava os segredos e fissuras de uma pequena comunidade. Já O Clube da Meia-Noite explora as relações, qualidades e problemas de um grupo de adolescentes enfermos que se reúnem em um retiro.

Flanagan, entretanto, não investe no escapismo barato ou na baboseira. Ainda que tenha jovens e uma linguagem mais objetiva, o drama e os personagens seguem na linha de frente.

Um Clube da Meia-Noite: o horror como salvação

Na trama, Ilonka é uma jovem que descobre estar com câncer. Com poucos meses de vida pela frente, ela faz pesquisas desesperadas na internet. É, então, que ela encontra um retiro exclusivo para adolescentes na mesma situação que ela.

São jovens com diferentes doenças graves que dividem o fardo de uma morte iminente. Lá, o grupo forma um clube, uma reunião que acontece à meia-noite e serve para dividir histórias de terror – reais e imaginadas.

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Com isso, o roteiro tem espaço para brincar à vontade com diversas abordagens. Cada membro do clube conta uma história e cada uma tem uma narrativa e estilo diferentes. Há o horror do jumpscare, o noir, o criminal, o de fantasmas.

Flanagan e sua equipe, então, se divertem em um playground infinito, enquanto costuram a narrativa principal, no retiro, com a mesma intensidade com que contam as histórias de terror à luz da lareira.

Elenco jovem brilha em série com poucos sustos

O Clube da Meia-Noite, entretanto, não é tão assustadora quanto Hill House, ou provocativa e filosófica quanto Missa da Meia-Noite. Aqui, o objetivo é emular os antigos livros voltados ao público jovem, que trazem uma história macabra e rápida. Com isso, apesar de lidar constantemente com a doença e a morte, a série jamais fica deprimente ou dependente da morbidez que cerca os personagens.

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O elenco de jovens atores, aliás, faz um excelente trabalho ao mesclar a tristeza das circunstâncias com a alegria e o ânimo típicos da adolescência. E vale apontar que esta não é uma série da CW. Logo, não espere por atores e atrizes musculosos e de beleza de catálogo.

Os jovens de O Clube da Meia-Noite são diversos, diferentes entre si e próximos da realidade. E o melhor: todos são talentosos, o que ajuda na identificação e desenvolvimento das histórias.

Narrativa envolvente garante a experiência

Sem deixar o mesmo impacto de Hill House ou Missa, O Clube da Meia-Noite é uma peça menor no universo de seu criador. Não há problema nisso, entretanto, pois ela foi pensada assim, como uma série mais direta e simples. Alguns sustos são escassos e outros mistérios custam a se desenvolver. A história, contudo, jamais deixa de envolver.

Nota: 3.5/5.0

Sobre o autor
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Matheus Pereira

Jornalista, curioso e viciado em cultura. Escreve há quase 10 anos no Mix e Six Feet Under é sua série favorita.

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