Crítica: O Eleito, série da Netflix, mira em Stranger Things e acerta

Alguns anos atrás, Mark Millar (o criador de Kick-Ass, Kingsman, etc.) apresentou outro conceito brilhante para uma de suas histórias em quadrinhos: uma série de três partes baseada na premissa de que os cristãos que creem na Bíblia estão certos, e que o Anticristo caminha entre nós.

Assim, somente a segunda vinda nos salvará – eventualmente – dos horrores retratados no Apocalipse. Basicamente, é essa a premissa que O Eleito quer carregar no seu material de origem e que, na série da Netflix, ele eleva um conceito com aspectos que os fãs do streaming amam.

“Não tenho nada além de lembranças felizes de crescer como católico e queria fazer um livro sobre a fé que fosse inteligente e respeitoso.”, disse Millar. “Se pudermos fazer uma abordagem cuidadosa do Batman, certamente poderemos fazer o mesmo com Jesus?“.

Pois bem. Ele chamou sua trilogia de American Jesus porque é – pelo menos em parte – sobre como seria se você fosse apenas um garoto americano comum que de repente começasse a perceber que você é o novo Messias.

O Eleito traz o melhor de American Jesus e aplica uma “vibe” Stranger Things

Na versão da TV, a dupla de mexicanos Everardo e Leopoldo Gout assumem o roteiro da série que já chegou fazendo sucesso na Netflix. Então, em vez de centrar a história nos Estados Unidos, a trama vai direto para Baja California, no México. Com diálogos em espanhol, a série ganhou nome de El Elegido, ou O Eleito, reforçando os elementos que criaram fãs ao redor do mundo.

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O protagonista continua sendo um simpático garoto americano bilíngue de 12 anos chamado Jodie (encantadamente interpretado por Bobby Luhnow), que de repente descobre que tem poderes semelhantes aos de Jesus Cristo, depois de sobreviver milagrosamente a um acidente estranho.

Embora seja difícil não dar spoilers, com base no primeiro episódio, o espectador realmente não tem ideia para onde a série está indo. Porque não é ali que o principal recheio da história se manifesta (para fazer uma piada bem adequada).

Mas pegue elementos de Cidade de Deus – o cenário urbano, cheio de moleques, pessoas na rua e festas lembram muito o clássico nacional. Adicione uma pitada de O Exterminador do Futuro (uma mãe no estilo Sarah Connor, em fuga para salvar seu filho de forças perseguidoras). E ainda uma “vibe” Conta Comigo, ou para os mais familiarizados, Stranger Things. Um grupo de amigos que sai para uma aventura desafiadora e que os conectam ainda mais. E assim temos o segredo do sucesso de O Eleito.

Trama da série envolve

Através de sua história, O Eleito mostra Jodie e sua gangue de amigos igualmente simpáticos vivenciando uma aventura através do deserto e no mar, em busca de uma misteriosa criatura parecida com uma sereia que supostamente atacou o tio de um dos membros da “gangue”. 

É uma bobeira, mas é o necessário para que a história apresente os personagens, quase que em uma versão hispânica das crianças de Stranger Things. Temos a doce garota apaixonada, o garoto corajoso nativo mexicano, o nervoso mas inteligente. E ainda, o belo líder. É aqui que O Eleito acerta em cativar o espectador, antes mesmo de entrar na trama que quer contar.

E, quando Jodie engana a morte, bem no final do episódio 1, é que entramos nos questionamentos que qualquer garotinho de sua idade faria se descobrisse que tem poderes: como ele vai explora-los? E ainda, por que ele é “o eleito”?

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Claro que O Eleito resolve mostrar essas decisões da forma mais cativante possível, com seus amigos empreendedores realizando decisões como, por que não fazer um cego enxergar? Ou, por que a água transformada em vinho não pode ser comercializada? (Empreendedorismo, a gente vê por aqui!)

Tudo bem, o começo da série é lento e até em certo ponto confuso. Porque quem não conhece a trama, ou não se deu o trabalho de buscar ao menos uma sinopse, realmente não adivinha do que a série vai tratar. Mas é, através das atuações e do charme dos atores, que já nos vemos envolvidos em uma trama que só exalta a qualidade da Netflix internacional, que vem mostrando cada vez mais a potência do eixo hispânico/latino.

O Eleito é o tipo de série perfeita para maratonar, e não poderia ser um belo acerto da Netflix. Certamente, os fãs de séries como Stranger Things irão gostar.

Nota: 4/5

Anderson Narciso

Editor-chefe

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014. Autor na internet desde 2011, passou pelos portais Tele Séries e Box de Séries, antes de criar o Mix. Formado em História pela UFJF e Mestre em História da Saúde pela Fiocruz/RJ, Anderson Narciso se aventurou no mundo da criação de conteúdo para Internet há 15 anos, onde passou a estudar sobre Google, SEO e outras técnicas de produção para web. É também certificado em Gestão Completa de Redes Sociais pela E-Dialog Comunicação Digital, além de estudar a prática de Growth Hack desde 2018, em que é certificado. Com o crescimento do site, e sua parceria com o portal UOL, passou a atuar na cobertura jornalística, realizando entrevistas nacionais e internacionais, cobertura de eventos para as redes sociais do Mix de Séries, entre outros. Atua como repórter no Rio de Janeiro e São Paulo, e pelo Mix já cobriu eventos como CCXP, Rock in Rio, além de ser convidados para coberturas e entrevistas presenciais nos Estúdios Globo, Netflix, Prime Vídeo, entre outros. No Mix de Séries, com experiência de dez anos, se especializou no nicho de séries e filmes. Hoje, como editor chefe, é o responsável por eleger as pautas diárias do portal, escolhendo os temas mais relevantes que ganham destaque tanto nas notícias quanto nas matérias especiais e críticas. Também atua como mediador entre a equipe, que está espalhada por todo o Brasil. Atuante no portal Mix de Séries diariamente, também atende trabalhos solicitados envolvendo crescimento de redes sociais, produção de textos para internet e web writing voltado para todos os nichos.

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