Crítica: Os Winchesters é retorno às raízes de Supernatural

The Winchesters representa um retorno ao estilo narrativo e visual de Supernatural. Série não revoluciona e aposta no lugar seguro.

The Winchesters: Vai ter 2ª temporada?
The Winchesters: Vai ter 2ª temporada?

2022 apresentou a prequela de pelo menos três grandes projetos que fizeram enorme sucesso nos anos 2000 e 2010. As histórias que contam como tudo começou têm feito sucesso entre o público e são tendência. Em questão de poucos meses, tivemos as séries derivadas House of the Dragon, O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder e, agora, The Winchesters.

Enquanto a maioria tenta ser independente dos materiais originais, com pequenos acenos às raízes, The Winchesters não só abraça Supernatural com gosto como também se inspira nas primeiras temporadas da série. Assim, o novo show dos caçadores é muito mais próximo dos primeiros anos de Supernatural do que dos últimos.

The Winchesters repete acertos e defeitos de Supernatural

A tentativa de aproximação e relação não só é narrativa e conceitual como visual. The Winchesters, então, é um túnel do tempo por onde espiamos o mesmo estilo que Supernatural ajudou a estabelecer em 15 temporadas.

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Neste sentido, até os problemas e cafonices passam pelo filtro. Logo, a nova série adota a mesma trilha, a mesma ambientação e até mesmo os maus efeitos ou breguices. E nada disso é defeito se você já comprou 15 anos de Sobrenatural anteriormente.

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Na série, conhecemos um jovem John Winchester. Ele acaba de voltar da guerra e está à procura do pai, cujo passado é nebuloso. Na outra ponta, temos Mary, com objetivo semelhante, mas realidade muito diferente. Seus caminhos se cruzam quando um demônio surge ameaçando a normalidade local. Nasce, enfim, um laço curioso que um dia daria vida a Sam e Dean Winchester.

Série entende que o sucesso está nos personagens e suas relações

Dean, aliás, é o narrador da série. Presença constante que ajuda a aproximar Winchesters ainda mais do produto original, Jensen Ackles conduz a história enquanto aparece o suficiente para agradar os fãs. É preciso ter em mente, contudo, que esta é uma série sobre John, Mary e seus amigos caçadores. Ainda estamos longe do nascimento dos irmãos, de Bob e das demais alianças e ameaças que surgem depois.

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The Winchesters, enfim, não apresenta nenhum monstro importante, tampouco muda a roda. O objetivo da estreia é apresentar a versão jovem de dois personagens que já conhecemos, além de seus parceiros de caçada. Nisso, fica claro o foco na investigação da árvore genealógica dos Winchesters e na relação de amor e amizade que o grupo possui.

Supernatural, afinal, apesar do escapismo de suas histórias, sempre investiu na relação entre Sam e Dean. E foi isso, além das amizades com Bob, Castiel e companhia, que levou a série a 15 temporadas de sucesso.

Para quem esperava uma revolução ou reinterpretação de uma série já clássica, The Winchesters pode decepcionar. A série é uma repetição da fórmula, costumes, acertos e defeitos do produto original. O programa, entretanto, está confortável com isso. Logo, resta aos fãs comprarem a ideia e abordagem. Melhor ou pior talvez não fique, mas a mesma linha aparentemente será seguida.

The Winchesters já está disponível na HBO Max.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.