Crítica: Perry Mason, nova série HBO, revive clássico personagem em grande estilo

Crítica do primeiro episódio da primeira temporada de Perry Mason, exibido mundialmente pelo canal HBO, intitulado "Chapter 1".

Critica Perry Mason

Perry Mason retorna!

Estreou ontem (21) pela HBO a nova série Perry Mason – que não é lá tão nova assim. A produção é inspirada pelos personagens criado por Erle Stanley Gardner, que já ganhou diversas versões para a TV e cinema. Mas, para os mais velhos, esta versão em nada lembra a clássica série dos anos 1960/1970 feita pela CBS.

Na época, Perry Mason era apenas uma série jurídica, com casos da semana. Já aqui, a adaptação da HBO assume um lado detetive, abusando do tom noir – mas sem parecer muito exagerada.

Aqui, a trama se passa na Califórnia dos anos 1930, e espere ver tudo que uma série de época do canal premium pode receber: uma ambientação de primeira, violência e sexo sem pudor, e uma história envolvente.

Misterioso assassinato

A série começa com um crime. Matthew e Emily Dodson (Nate Corddry e Gayle Rankin) estão no telefone com um sequestrador que mantém seu bebê, Charlie. Ali também está uma mala cheia de dinheiro pronta para ser usada no resgate. Ao deixarem o dinheiro no local combinado e correrem para a localização do bebê, descobrem que o sequestrador nunca teve a intenção de devolver o filho – a criança está morta.

Claro que um caso como esse receberia uma grande atenção da mídia, e é ai que encontramos Perry Mason, interpretado por Matthew Rhys. Na trama, somos informados que Mason é um veterano alcoólico que perdeu a sorte na Primeira Guerra Mundial, atuando agora como investigador particular. Após todo o fuzuê que a imprensa e o público faz sobre o caso, o investigador se vê apto para investigar a fundo da morte do pequeno Charlie Dodson.

E então, passamos a ver todas as características daqueles filmes antigos, ganhando vida. A corrupção sistêmica é abundante na aplicação da lei e no governo, os homens suspeitam e são ameaçados por mulheres que ousam ir além dos papéis de gênero, e a integridade de Hollywood é retratada como a farsa que era.

Mas a história quer ir além e construir, aos poucos, a narrativa do que levou ao assassinato. Então, não espere uma resolução prática como as séries de caso da semana apresentam. Em Perry Mason a investigação será longa, trabalhada com calma, no estilo True Detective de construir sua narrativa. Isso, sem dúvidas, pode ser uma excelente característica para algumas pessoas – o que, para outras, pode ser visto como “arrastado”.

Trama envolvente e os coadjuvantes

Um outro ponto no enredo que se destaca é o renascimento evangélico que varreu a Califórnia naquela época, e que geralmente é um momento da história raramente explorado em filmes e séries. A irmã Alice, carismática líder da Assembleia de Deus Radiante, não apareceu neste primeiro episódio, embora a trama tenha destacado que esta trama terá algum tipo de envolvimento com a investigação. A personagem é interpretada por Tatiana Maslany, de Orphan Black, em uma performance que tem sido atribuída por críticos como “fantástica”, ao iluminar um momento complicado da história. Isso porque, a depressão entre as Guerras Mundiais teve efeitos de longo alcance na cultura americana.

Além disso, a série não se poupa em mostrar outros coadjuvantes interessantes como o mentor de Perry, E.B. Jonathan, interpretado por John Lithgow; a assistente jurídica e secretária Della Street, interpretada por Juliet Rylance; e o investigador particular/alívio cômico Pete Strickland, interpretado por Shea Wigham. O icônico braço direito de Mason, Paul Drake, interpretado por Chris Chalk, ainda não atua no trabalho com eles, e aparece como um policial preso no lado errado da busca pela justiça do grupo.

Outro detalhe que a trama passa é a impressão de que, nesse meio todo, apenas Perry Mason é um personagem que podemos confiar. Essa é uma prova de que Matthew Rhys consegue convencer o espectador do trabalho proposto, bem como o restante do elenco que está disposto a fazer o espectador duvidar de suas respectivas índoles até o último momento.

Ao final, Perry Mason chama o espectador para mais, e promete elucidar sua trama com calma – mas entregando ao espectador todos os detalhes necessários para que, a cada episódio, a trama pareça mais interessante. Assim, a série mostra um retrato bonito e corajoso de uma cidade onde a justiça é mais uma fantasia de Hollywood. Igualmente, com um protagonista que só tem algo em mente: “Todo mundo é culpado”.

E você, conferiu Perry Mason? Deixe nos comentários. A temporada terá oito episódios, com exibições sempre aos domingos, a partir das 22h.

 

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Sobre o autor
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Anderson Narciso

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014.Autor na internet desde 2011, passou pelos portais TeleSéries e Box de Séries.Fã de carteirinha de Friends, ER e One Tree Hill, é aficionado pelo mundo dos seriados. Também é fã de procedurais, sabendo tudo sobre o universo das séries Chicago, Grey's Anatomy, entre outras.

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