Crítica: Power Rangers Agora e Sempre é uma bela porcaria na Netflix

Crítica sem spoilers destaca que especial de 30 anos na Netflix, Power Rangers Agora e Sempre é cafona e não fez jus à série.

Power Rangers Agora e Sempre Crítica
Imagem: Divulgação.

Power Rangers é um clássico e sempre será. Mas a série nunca prezou por um bom roteiro, grandes atuações ou mesmo uma sequência coerente de fatos. Afinal, ela sempre mirou em um público infantil que gostava de sintonizar nos desenhos de manhã.

Mas Power Rangers Agora e Sempre vai contra a corrente. Ele é um especial de reunião que não foi feito para crianças. É um especial feito para pessoas que, com certeza, tem mais de 30 anos.

Com isso, o especial de uma hora na Netflix, esqueceu de se apegar a coerência e se dar o mínimo trabalho de criar uma história interessante para pessoas que já são crescidas e que certamente terão um senso crítico de gostar disso ou daquilo.

Enquanto Power Rangers Agora e Sempre mira na nostalgia para ser um evento épico, acaba acertando na superficialidade, se tornando algo “esquecível”.

Power Rangers Agora e Sempre não chega nem aos pés de eventos anteriores

Power Rangers Agora e Sempre Crítica
Imagem: Divulgação.

Quem acompanhou Power Rangers ao longo dos 30 anos sabe que grandes eventos sempre aconteceram. Alguns se tornaram emblemáticos e inesquecíveis, como “Forever Red”, que em 2002 reuniu todos os Rangers Vermelhos em uma trama inédita.

No entanto, Power Rangers Agora e Sempre passa longe de ser algo marcante, quando tinha tudo para ser. Ao tratar de alguns temas sérios, como a morte da Ranger Amarelo durante uma missão, a trama se torna artificial. O que era para ser um momento com uma carga emocional tremenda, se torna raso e clichê.

Tudo por conta do tempo apressado, da falta de bom senso dos roteiristas, e da precariedade em situar o que vinha acontecendo nestes últimos 30 anos. Quando damos o Play, é como se estivéssemos assistindo a um episódio aleatório, de uma temporada corrente.

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Aparentemente, os Power Rangers voltaram do nada. Recuperaram seus poderes e continuam atuando por aí. E então, quando Billy tenta resgatar Zordon novamente, ele acaba reestabelecendo uma versão robô de Rita Repulsa que tem um plano maligno: voltar no tempo e matar os Power Rangers, antes de Zordon escolher os seus “cinco adolescentes com atitude”.

Só que, na batalha em que os seis Rangers originais participam, Trini morre – e tudo desanda de forma bem desagradável.

Especial tira sarro com a paciência e inteligência do adulto de 30 anos

O que o especial de Power Rangers Agora e Sempre esqueceu, de fato, é que são adultos que estão assistindo aquilo. E, quando vemos o retorno de Billy, Zack e companhia, nada faz sentido, parecendo superficial.

Desde a morte de Trini, até a introdução de sua filha Mihn – que descobre a morte da mãe da maneira mais clichê possível -, a trama não tem profundidade ou explicação. Para os que se debruçaram nos milhares de HQs, e temporadas infinitas que Power Rangers derivou ao longo dos anos, pode até existir uma noção do que está acontecendo.

Por exemplo, Kat se casou com Tommy e teve um filho. Algo que nenhuma temporada de série de TV explorou, e que aqui virou algo comum na trama. Mas quem somente se lembra das temporadas iniciais, ou veio assistir pela nostalgia, se depara com uma série de buracos sem explicação, que não fazem o menor sentido.

E, quando achamos que o especial celebraria três décadas no ar, com outros Rangers em cena, algo ambicioso vira uma festa boba. Um exemplo disso é que eles mostram outros personagens da forma como mais a franquia arrancou dinheiro do público: através de bonequinhos.

Resta ao público, então, se contentar com umas lutas mal coreografadas, e engolir que a roupa de Power Rangers emagrece o personagem depois de morfado. Tudo bem, é o mundo “morfenomenal” da série.

Especial prometeu muito e entregou nada

Power Rangers Agora e Sempre Crítica
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Em meio às atuações fracas do elenco, temos de reconhecer que o material que eles têm para trabalhar é bem precário. Portanto, não tem como exigir muito neste quesito.

Existem também os momentos que tentam entreter como os Mega Zords lutando no espaço, com explosões sonoras gigantescas, algo que sabemos ser impossível de acontecer. Ou o fato de, como mencionamos, Rita transformar os Rangers em bonequinhos. Mas tudo em vão.

Claro, esse especial não cometeu o erro do filme de 2017, que talvez tenha se levado a sério demais. Mas a sensação que fica é que tudo é muito cafona, e está longe de celebrar os 30 anos da franquia. Quase todos os aspectos estão longe de serem dignos de uma data tão icônica como esta, que parece que tudo não recebeu o devido amor e carinho que merecia.

É tentador descartar todas essas críticas dizendo “é assim que os Power Rangers deveriam ser”, mas isso não é suficiente para afastar a sensação de que um especial celebrando o legado dos heróis coloridos merecia mais do que isso.

O especial perde uma incrível história emocional de fundo, deixando a sensação de que era necessário melhor enredo, melhores efeitos e diálogos que deixaria o reencontro inesquecível. Porque convenhamos: se for para ignorar esses problemas, a ausência de membros importantes, e abraçar totalmente a cafonice, é melhor rever as três temporadas originais disponíveis na Netflix.

Sem dúvidas, é uma perda de potencial muito grande. O que é uma pena!

Nota: 1/5

Sobre o autor
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Anderson Narciso

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014.Autor na internet desde 2011, passou pelos portais TeleSéries e Box de Séries.Fã de carteirinha de Friends, ER e One Tree Hill, é aficionado pelo mundo dos seriados. Também é fã de procedurais, sabendo tudo sobre o universo das séries Chicago, Grey's Anatomy, entre outras.

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