Crítica: Prodigal Son foi uma das melhores estreias de 2019 (na TV aberta)
Review da primeira parte da primeira temporada da série Prodigal Son. Série é exibida nos Estados Unidos pelo canal FOX semanalmente.
Prodigal Son: uma série que você precisa assistir
Inteligente, sarcástica e até um tanto criativa, num momento em que a TV aberta estadunidense carece de coisas boas e novos ares, Prodigal Son, dentre as novatas de 2019, conseguiu ser a melhor delas (não que a concorrência tenha dado trabalho).
A série foi criada por Chris Fedak e Sam Sklaver que na temporada passada criaram Deception, a qual fez jus ao nome sendo uma decepção sem tamanho. Junto a eles na produção temos o Greg Berlanti, que atualmente produz 18 séries. Isso mesmo, dezoito séries na TV, sendo o produtor mais ativo do momento – e também de todos os tempos.
Conforme diz o próprio título, a série remete a uma das parábolas mais atribuídas a Jesus: “O Filho Pródigo“. Mas as semelhanças sessam no título mesmo, já que a herança deixada de um pai para seu filho, neste caso, é o legado de um serial killer. O filho pródigo em questão é Malcolm Bright, interpretado pelo ator Tom Payne, filho de um dos maiores assassinos da modernidade. Intitulado O Cirurgião, o papel é deliciosamente defendido por Michael Sheen, sempre irretocável.
No elenco, ainda temos a sensacional Bellamy Young, que após ser a Presidente dos Estados Unidos em Scandal dá vida a mãe do protagonista. Mas seu papel não se resume a isso, já que sua personagem, Jéssica, também enfrenta traumas e fantasmas por ter sido casada com um serial killer. Ela também até luta para trazer, na medida do possível, normalidade e manter a sua família unida.
Mas porque é bom?
Prodigal Son, inevitavelmente, cai no procedural. Ainda assim, como o protagonista é um profiler, e ex-FBI inclusive, ainda que hajam investigações a cada episódio as perspectivas pelo qual vemos os crimes é um tanto quando diferente do que seria caso o protagonista fosse um detetive, por exemplo. A série até tenta, mas não é nada no nível que Will Graham fazia em Hannibal, mas ainda assim a série acerta nessas abordagens.
Outro acerto é sempre deixar muito latente a sua história principal. Seja no desenvolvimento de Malcolm com a sua personalidade e seus traumas, dado tudo aquilo que aconteceu com se pai na sua infância ou no foco do relacionamento dos dois, propriamente dito. A dinâmica entre eles é muito interessante e a interpretação do elenco, principalmente Payne e Sheen, melhora consideravelmente as coisas.
Ao saber do tema da série, ver o trailer e ler a sinopse, eu imaginei que, semanalmente, Michael iria até o seu pai pedir a sua ajuda na resolução dos casos, e felizmente isso não acontece. O Cirurgião chega a ajudar sim, já que nisso ele tem know how para isso. Esse é outro ponto interessante da série, como todo caso que Michael investiga acaba criando um paralelo com a sua vida pessoal, a forma como o protagonista se envolve na investigação, faz nós enquanto espectadores, se envolver também.
O que esperar de Prodigal Son?
Meu maior receio, é que a série acabe se tornando um Dexter 2.0. No sentido de que Malcolm acabe seguindo os passos do pai ou de que algo seja descoberto nesse sentido no passado dos dois. A série inclusive, vem dando indícios disso. Torço para que seja apenas uma distração e que ela não siga por esse caminho previsível.
Bem feita e bastante promissora, Prodigal Son vale a pena de se companhar. A série teve sua winter finale exibida há alguns dias e encontra-se em hiatus no momento, retornando a sua exibição no comecinho de fevereiro. A partir dai, teremos reviews semanais sobre ela aqui no Mix de Séries.
Nos vemos em breve 😉