Crítica: Reality Z abraça o trash para tentar conquistar espectador

Crítica da primeira temporada da série Reality Z, produção original da Netflix que conta a história de um apocalipse zumbi.

Reality Z Crítica
Imagem: Divulgação.

Série brasileira da Netflix traz zumbis como protagonistas Reality Z

A Netflix estreou nesta quarta feira a série Reality Z, sua nova produção brasileira centrada em… zumbis! Sim. Os mortos-vivos que comem humanos compõem a principal atração dessa história que abraça o trash do início ao fim para tentar ganhar o espectador que ama o gênero. Mas afinal, vale a pena?

Reality Z é inspirada em uma série britânica chamada Dead Set, criada por Charlie Brooker – que foi o responsável por outro sucesso do gênero na Netflix, Black Summer. E a premissa é basicamente a mesma.

Um apocalipse zumbi acontece no Rio de Janeiro, enquanto alguns participantes estão confinados em um reality show. Eles não sabem de nada do que está acontecendo e, quando descobrem, percebem que podem ser os únicos a saírem vivo deste massacre. A partir dali, eles buscam deixar o local de confinamento para alcançar um único objetivo: a sobrevivência.

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Reality Z é trash do início ao fim

Ser qualificada como trash é algo muito ambíguo. Porque existem aqueles que defendem veemente o gênero, e não aceitam que falem mal – mesmo que a qualidade da produção seja precária em algum sentido.

No caso de Reality Z, ela se vende como trash, mesmo que em alguns momentos tente aprofundar seus conflitos, mesmo falhando.

Por exemplo: o próprio reality show em si, Olimpo, é algo extremamente risível. Divergente da original, na versão do Brasil, os participantes estão confinados em um programa temático da Grécia Antiga, e precisam ficar o tempo todo com fantasias extremamente toscas. É como se fosse o castigo do monstro do Big Brother Brasil, só que o tempo todo.

Entendo que por aqui, tentarem evitar referências e comparações com o “Grande Irmão” da Rede Globo, mas é impossível não ligar uma coisa com a outra, e fosse mais interessante se o reality fosse realmente um “Big Brother” como na versão britânica. Essas caricaturas do Monte Olimpo não ajudaram em nada a fisgar o espectador no primeiro momento.

Nem mesmo Sabrina Sato, que aparece como apresentadora do reality se salva (Em certo momento, ela se questiona porque o jornal está “tomando” o horário do programa dela, para noticiar o apocalipse zumbi).

Caricato… até demais!

Alguns personagens são extremamente irritantes. Mas dentre eles, até que alguns dos participantes do reality show projetam um interesse para o público. O bom é que, no próprio primeiro episódio, a trama trata de eliminar praticamente todo o elenco dispensável dessa história, incluindo os produtores (um deles é o ator Jesus Luz, que na série pratica Ménage com outras produtoras).

Mas a forma como o elenco interage entre si, dentro da trama, acaba construindo momentos caricatos até demais. O homofóbico, a gostosa, a transexual, o tiozão, a mais velha do grupo…. todos possuem uma função dentro da trama que, infelizmente, os limita. Com isso, não vemos nenhum dos personagens se aprofundarem de fato. Em certo ponto, o roteiro acaba ficando na zona confortável de seguir os passos de séries do gênero como The Walking Dead, e realmente não traz nada de novo.

Muita gente, certamente, estará ali apenas para ver zumbis correndo atrás dos seres humanos, e isso sim é um prato cheio.

Produção técnica acerta Reality Z

Em termos de qualidade, no entanto, a série tem excelentes tomadas. A imagem do Rio de Janeiro sendo destruída em meio ao apocalipse é bem convincente. As mudanças de cenário e troca de cenas também são bem encaixadas, a ponto de você não perceber que o episódio está passando. Às vezes, uma montagem truncada faz com que a série fique difícil de ser assistida, mas esse não é o caso de Reality Z.

No final das contas, é aquele tipo de produção: vai agradar um e desagradar as outros. Reforço que, para quem gosta do gênero trash, poderá ser um prato cheio. Mas a série não chega aos pés de outros conteúdos nacionais produzido pela Netflix, como 3% e Coisa Mais Linda, e nem próxima de Black Summer – que é um grande acerto da Netflix em se tratando de zumbis.

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Todos os episódios já estão disponíveis.

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Sobre o autor

Anderson Narciso

Editor-chefe

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014. Autor na internet desde 2011, passou pelos portais Tele Séries e Box de Séries, antes de criar o Mix. Formado em História pela UFJF e Mestre em História da Saúde pela Fiocruz/RJ, Anderson Narciso se aventurou no mundo da criação de conteúdo para Internet há 15 anos, onde passou a estudar sobre Google, SEO e outras técnicas de produção para web. É também certificado em Gestão Completa de Redes Sociais pela E-Dialog Comunicação Digital, além de estudar a prática de Growth Hack desde 2018, em que é certificado. Com o crescimento do site, e sua parceria com o portal UOL, passou a atuar na cobertura jornalística, realizando entrevistas nacionais e internacionais, cobertura de eventos para as redes sociais do Mix de Séries, entre outros. Atua como repórter no Rio de Janeiro e São Paulo, e pelo Mix já cobriu eventos como CCXP, Rock in Rio, além de ser convidados para coberturas e entrevistas presenciais nos Estúdios Globo, Netflix, Prime Vídeo, entre outros. No Mix de Séries, com experiência de dez anos, se especializou no nicho de séries e filmes. Hoje, como editor chefe, é o responsável por eleger as pautas diárias do portal, escolhendo os temas mais relevantes que ganham destaque tanto nas notícias quanto nas matérias especiais e críticas. Também atua como mediador entre a equipe, que está espalhada por todo o Brasil. Atuante no portal Mix de Séries diariamente, também atende trabalhos solicitados envolvendo crescimento de redes sociais, produção de textos para internet e web writing voltado para todos os nichos.